sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
O Amor e a Loucura
O Amor e a Loucura
Contam que, uma vez, se reuniram todos os sentimentos, qualidades e defeitos dos homens em um lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou:
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou:
- Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo. explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: A VERDADE preferiu não se esconder. – “Para que, se no final todos me encontram?” – Pensou.
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto e a COVARDIA preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro… – Começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não conseguiu esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ. Se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris) e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. E o ESQUECIMENTO, não me recordo onde ele se escondeu, mas isso não é o mais importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um lugar para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão! – terminou de contar a LOUCURA e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com DEUS, no céu, sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um descuido, encontrou a INVEJA e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando a todos: O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA em uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra: o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Os Livros vão Acabar
Os Livros vão Acabar?
As pessoas não conseguem mais ler textos longos
Por Fábio de Oliveira Ribeiro
Por força de um texto lido (“Internet e o comércio da distração”) assumi o compromisso de, assim que pudesse, retirar A geração superficial, de Nicholas Carr, de uma pilha de livros novos num canto de estante para ler com calma. A obra é interessante porque mescla história do livro e das ideias sobre o mesmo com constatações acerca das transformações produzidas na leitura, no mercado editorial e no próprio livro em decorrência das novas tecnologias da informação.
Apoiando-se na obra de outros autores, Carr defende a tese de que, assim como o livro impresso mudou a forma dos homens pensarem e se comunicarem, a internet também está fazendo isto. No primeiro caso, em virtude da concentração exigida pela leitura do livro, teria havido um ganho intelectual, cultural e civilizacional. No segundo, em razão da interatividade da internet, estaria ocorrendo um prejuízo cognitivo porque as pessoas não conseguem mais ler textos longos (os links produzem dispersão, a consulta dos e-mails e perfis sociais durante a leitura também etc...).
Carr afirma que já está ocorrendo um crescimento da compra de e-books e um declínio das vendas de livros impressos. Após fazer uma longa digressão sobre o que ocorreu com os jornais norte-americanos (que fecharam, faliram, reduziram sua circulação ou simplesmente migraram para a internet), o autor sustenta que o livro como produto cultural estaria condenado à desaparecer ou a se transformar num produto produzido em pequena escala e consumido por uma pequena elite de leitores.
A perspectiva adotada por Nicholas Carr sobre o futuro do livro é diametralmente oposta à de Umberto Eco e Jean-Claude Carrière. Na obra Não contem com o fim do livro (editora Record), Eco e Carrière defendem a tese de que o livro não morrerá. Umberto Eco afirma, por exemplo, que “você não pode fazer uma colher melhor que uma colher. Designers tentaram melhorar, por exemplo, o saca-rolhas, com sucessos bem modestos e, por sinal, a maioria nem funciona direito. Philippe Starck tentou inovar do lado dos espremedores de limão, mas o dele (para salvaguardar certa pureza estética) deixa passar os caroços. O livro venceu seus desafios e não vemos como, para o mesmo uso, poderíamos fazer algo melhor que o próprio livro. Talvez ele evolua em seus componentes, talvez as páginas não sejam mais de papel. Mas ele permanecerá o que é”. Carrière lembra com pertinência que “...nunca tivemos tanta necessidade de ler e escrever quanto em nossos dias. Não podemos utilizar um computador se não soubermos ler e escrever. E, inclusive, de uma maneira mais complexa do que antigamente, pois integramos novos signos, novas chaves. Nosso alfabeto expandiu-se. É cada vez mais difícil aprender a ler. Empreenderíamos um retorno se nossos computadores fossem capazes de transcrever diretamente o que dizemos. Mas isto é outra questão: podemos nos exprimir com clareza sem saber ler e escrever?”
Sou leitor de livros há quase 40 anos. Não os dispensaria mesmo que caíssem em desuso. Prefiro usar transporte público justamente para poder ler um livro por algum tempo todos os dias. Tendo naturalmente a concordar com Umberto Eco, de quem já li vários livros, inclusive. Mas os argumentos fáticos e teóricos apresentados por Nicholas Carr não são desprezíveis.
Hoje finalizei a leitura do capítulo 6 do livro A geração superficial ao voltar para casa de ônibus. Lia e meditava sobre a leitura que havia feito de Não contem com o fim do livro, de Umberto Eco e Jean-Claude Carrière. Ao meu lado, pouco depois que sentei e comecei a ler sentou-se uma adolescente, que mais adiante informou-me ter 17 anos de idade.
A moça sentou, escolheu uma música no seu smartphone Samsung, conectou-se à internet e pegou um livro da bolsa (Para Sempre, de Alyson Noel, sobre o qual nada posso dizer). Leu uma página e meia escutando música e navegando na internet. Depois fechou o livro e continuou a ler e a navegar na net por uns quinze minutos. Então, reabriu o livro e voltou a ler meia página, sempre escutando música e navegando na internet. O livro ficou no seu colo o resto do trajeto, ela completamente absorta na música e na sua atividade virtual, qualquer que fosse ela.
A princípio, a atitude desta garota me chamou bastante a atenção porque parecia confirmar o fenômeno que Nicholas Carr aborda no seu livro: distração, leitura fragmentada, incapacidade de se concentrar no livro por muito tempo etc... Quando ela desligou o smartphone e guardou o livro percebi que ela ia descer e puxei conversa.
“Você é uma garota multimídia, não?” “Por que?”, respondeu-me com um sorriso. “Porque você escuta música, lê um livro e navega na internet tudo ao mesmo tempo.” “É verdade.” “Você consegue prestar atenção a tudo ao mesmo tempo?” “Sim, estou acostumada a fazer isto.” “Do que você gosta mais, de navegar na internet ou de ler o livro?” “De ler o livro”, respondeu-me com ênfase e segurança.
Esta pequena amostra comportamental que colhi no ônibus sugere muitas coisas. A primeira e mais óbvia é que a adolescente afirmou gostar mais de ler o livro do que de navegar na internet, apesar de ter ficado muito mais tempo escutando música e navegando na internet do que lendo. A segunda é a total impossibilidade que tenho de medir a veracidade ou inveracidade da afirmação que ela fez de que consegue prestar atenção a tudo ao mesmo tempo. A terceira, mais importante, eu prestei atenção à conduta da adolescente enquanto lia o livro de Nicholas Carr e procurava confrontá-lo mentalmente com o que havia lido na obra de Umberto Eco e Jean-Claude Carrière.
A minha própria conduta neste estudo de caso parece confirmar a tese de Carr. Mas no entanto também a contradiz. Minha dispersão existiu, sim, mas não foi improdutiva. O que eu fiz foi colher impressões laterais sobre uma conduta que dizia justamente respeito ao livro que estava lendo naquele momento. Esta minha atitude (desleixada, pelos padrões adotados por Carr) me ajudou a compreender melhor e mais profundamente o assunto de que trata o livro. E assim como eu li e prestei atenção à conduta de outra passageira, devemos admitir que as pessoas podem muito bem ler um livro e compartilhar sua leitura na internet com outros leitores ou colher informações sobre o mesmo em websites literários. Resumindo, o que determina a profundidade e o aproveitamento da leitura não é necessariamente a concentração absoluta sobre o livro.
Nem o livro vai desaparecer, como diz Eco e Carrière, nem a internet vai produzir necessariamente uma geração superficial como afirma Nicholas Carr. Pelo menos para mim a superficialidade dos internautas vai continuar uma questão em aberto.
[Fábio de Oliveira Ribeiro é advogado, Osasco, SP]
Retirado e adaptado de :
sábado, 24 de janeiro de 2015
Michel Comte / Carla Bruni
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Aleah Chapin / Mulheres
Aleah Chapin Photo by Maria Teicher |
WOMEN
by Aleah Chapin
Born in 1986, Aleah Chapin grew up on an island north of Seattle. She received her BFA from Cornish College of the Arts in 2009 and her MFA from the New York Academy of Art in 2012, followed by a Postgraduate Fellowship. Aleah attended a residency at the Leipzig International Art Programme in Germany and in the fall of 2013 she was a Fellow at the MacDowell Colony in New Hampshire. She has been the recipient of several awards including the Posey Foundation Scholarship and the Elizabeth Greenshields Foundation Grant. In 2012, Aleah won first place in the BP Portrait Award Exhibition at the National Portrait Gallery in London. She has exhibited her work in the US, the Netherlands, Germany and the UK.
Although Aleah lives and paints in Brooklyn, New York, the people and place of her home in the Pacific Northwest are vital to her work.
Lucy and Laszlo 1, 2014 |
Lucy and Laszlo 2, 2014 |
And We Were Birds |
Auntie, 2011 |
Emily, 2011 |
Flay |
Gwen, 2014 |
Hannah, 2013 |
Interfold, 2012 |
Laugh, 2011 |
Lucy, 2014 |
Maybe we're not so different |
Momo, 2011 |
Mully, 2011 |
Our Minds As We Lose |
The air was full |
The Tempest |
The Three Graces |
We Given Dragonflies |
Zephyr, 2014 |
Shanti and Heather, 2012 |
Molly, 2014 |
Step, 2012 |
Jumanji and Gwen
And I gathered their feathers, 2014
|