João Gabriel
VIVIAN MAIER
Vivian Maier foi uma artista secreta que passou a maior parte de sua vida trabalhando como babá e cuidadora nos subúrbios de Chicago, nos Estados Unidos. Ela nunca mostrou suas fotos para ninguém, nem mesmo para seus amigos e familiares. Ela guardava suas câmeras, filmes, negativos e impressões em caixas e malas que ficavam empilhadas em seu quarto alugado. Ela tirou mais de 150 mil fotografias durante sua vida, principalmente das pessoas e arquitetura de Chicago, Nova York e Los Angeles, embora também tenha viajado e fotografado pelo mundo.
Vivian Maier nasceu em Nova York, em 1926, filha de pais franceses. Ela passou parte de sua infância na França, onde aprendeu a falar francês e a se interessar por arte e cultura. Ela voltou para os Estados Unidos em 1951, e começou a trabalhar como babá. Ela sempre carregava uma câmera consigo, e aproveitava seus momentos de folga para explorar as ruas e capturar cenas cotidianas, com um olhar sensível e perspicaz.
Ela usava principalmente câmeras Rolleiflex de médio formato, que permitiam uma alta qualidade de imagem e um ângulo de visão diferente, já que ela tinha que olhar para baixo para enquadrar as fotos.
As fotografias de Vivian Maier revelam uma grande habilidade técnica e artística, além de um profundo interesse pela humanidade. Ela fotografava desde crianças brincando até mendigos dormindo, desde vitrines elegantes até lixeiras transbordando, desde arranha-céus imponentes até becos sombrios. Ela tinha um senso de composição, luz e sombra, contraste e cor, que faziam suas imagens se destacarem. Ela também gostava de fazer autorretratos, usando espelhos, janelas, sombras e reflexos, mostrando sua presença discreta e misteriosa.
As fotografias de Vivian Maier permaneceram desconhecidas e não publicadas até 2007, quando um colecionador de Chicago, John Maloof, comprou algumas de suas caixas em um leilão, sem saber o que havia dentro. Ele ficou impressionado com a qualidade e a quantidade das fotos, e começou a pesquisar sobre a autora. Ele descobriu que Vivian Maier havia morrido em 2009, aos 83 anos, após sofrer um acidente e ficar sob os cuidados de uma família para quem ela havia trabalhado. Ele também encontrou outros dois colecionadores de Chicago, Ron Slattery e Randy Prow, que haviam adquirido parte do acervo de Vivian Maier na mesma época. Juntos, eles decidiram divulgar o trabalho de Vivian Maier na internet, e o resultado foi uma sensação mundial.
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