quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Mieko Kawakami

 




MIEKO KAWAKAMI

Nascida em Osaka, no Japão, Mieko Kawakami fez sua estreia literária como poetisa e publicou sua primeira novela, My EgoMy Teeth, and the World, em 2007. Seus livros, traduzidos para mais de 30 idiomas, são conhecidos por suas qualidades poéticas e reflexões sobre o corpo feminino, a ética e a sociedade moderna. Os prêmios literários de Kawakami incluem o Akutagawa, o Tanizaki e o Murasaki Shikibu. Heaven, traduzido por Sam Bett e David Boyd, foi finalista do International Booker Prize de 2022. Seu romance mais recente traduzido para o inglês é All the Lovers in the Night e foi indicado para o National Book Critics Circle Awards em 2023. Ela mora em Tóquio.



segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Lily Allen cria perfil em plataforma erótica para vender fotos exclusivas de seus pés

 

Fotografia dos pés da cantora britânica Lily Allen — Foto: Reprodução
Fotografia dos pés da cantora britânica Lily Allen — Foto: Reprodução 


Lily Allen cria perfil em plataforma erótica para vender fotos exclusivas de seus pés 

A cantora revela ter criado conta após descobrir que seus pés são bem avaliados na web 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro 

 

A cantora brintânica Lily Allen, surpreendeu seus fãs ao anunciar que abriu uma conta na plataforma erótica OnlyFans. Segundo a artista, a ideia é vender fotos exclusivas de seus pés por cerca de £ 8, aproximadamente R$ 57 por mês.


Allen afirma que a ideia surgiu após ela descobrir que os seus pés eram “bem avaliados” no WikiFeet, uma plataforma que reúne fotos de pés de diversas celebridades internacionais. Assim, ela resolveu abrir uma conta e já compartilhou seis fotos de forma bem humorada. A artista também revelou que foi incentivada por sua pedicure, que a aconselhou a investir nesse mercado. 

"Tenho uma senhora que vem fazer as minhas unhas e me informou que tenho cinco estrelas no WikiFeet, o que é bastante raro", disse Lily no seu podcast "Miss Me?".



Na semana passada, a britânica já havia brincado com a ideia, ao falar que ouviu dizer que poderia "ganhar muito dinheiro vendendo conteúdo para pés".

Dona de alguns dos maiores hits dos anos 2000, como "Fuck You" e "Smile", Lily Allen está afastada dos palcos e focada nos podcasts, e agora tem seu próprio programa, "Miss me?" ("Sente minha falta?", em português), da BBC. 

Os fãs continuam na expectativa de vê-la voltando a cantar, mas em março deste ano, durante uma entrevista ao podcast Radio times, ela fez um desabafo: "Quando se trata de carreira, nunca tenho uma estratégia de fato, mas, sim, minhas filhas arruinaram minha carreira. Eu as amo e elas me completam, mas em termos de estrelato pop, arruinaram tudo". A cantora tem duas filhas, de 10 e 12 anos.


O GLOBO



sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Cientistas recriam rosto de “vampira” enterrada com cadeado no pé e foice no pescoço

 

Zosia, suposta “vampira”, enterrada há cerca de 400 anos na Polônia com um cadeado no pé e uma foice de ferro sobre o pescoço – Foto: Reprodução

Cientistas recriam rosto de “vampira” enterrada com cadeado no pé e foice no pescoço

  

Cientistas poloneses recriaram o rosto de uma jovem chamada “Zosia”, enterrada há cerca de 400 anos na Polônia com um cadeado no pé e uma foice de ferro sobre o pescoço. Este tipo de sepultamento reflete antigas crenças sobre vampiros, sugerindo que o povo local temia que ela retornasse do mundo dos mortos. A reconstrução do rosto foi feita usando DNA, impressão 3D e argila modeladora, revelando a aparência real da jovem que supostamente seria uma “vampira”.

O esqueleto de Zosia foi descoberto em 2022 por arqueólogos da Universidade Nicolau Copérnico de Torun, na Polônia. Eles estimam que ela tinha entre 18 e 20 anos ao morrer e que possivelmente sofria de uma condição que causava desmaios e dores de cabeça graves. Esses sintomas, no passado, eram associados a transtornos que poderiam levar à suspeita de atividades sobrenaturais. Segundo a equipe de pesquisa, o uso de objetos como cadeados e foices no enterro visava impedir que “vampiros” retornassem para assombrar os vivos.

Oscar Nilsson, arqueólogo sueco responsável pela reconstrução facial, usou uma réplica em 3D do crânio de Zosia e aplicou camadas de argila plástica para modelar suas características faciais. Nilsson destacou que a recriação foi feita para trazer Zosia de volta “como uma humana” e não como o “monstro” que a lenda sugere. “É emocionante ver o rosto de alguém retornando, especialmente conhecendo sua história”, afirmou o arqueólogo.

Jovem polonesa foi enterrada com um cadeado no pé –


O ESSENCIAL




Jovempolonesa foi enterrada com um cadeado no pé 

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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Paul Auster / 1947 - 2024



Paul Auster during a promotional photo session in Venice, Italy on September 2, 1996.

LEONARDO CENDAMO (LEONARDO CENDAMO)

Paul Auster 

(1947-2024)




Paul Auster



The novelist and film director Paul Auster at his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK

  
Paul Auster on January 8, 1988 outside his house in Brooklyn, New York.ULF ANDERSEN


The novelist and film director Paul Auster at his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK 


 

Paul Auster in Brooklyn.TIMOTHY FADEK

  

Paul Auster celebrating his literary prize at the Princess of Asturias Awards in Oviedo, Spain in 2006.DUSKO DESPOTOVIC 

 
Paul Auster speaks with the press inside his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK 


The novel 'Sunset Park' by Paul Auster on display at the Barnes & Noble bookstore in Union Square, New York on November 17, 2010.DARIO CANTATORE

Paul Auster in Paris in 1993.ERIC ROBERT 

Paul Auster at a presentation at The Great Hall inside Cooper Union, in New York City


Paul Auster's ID card for the 24th Deauville American Film Festival in 1998.ERIC ROBERT

Paul Auster in Paris.ERIC ROBER


Paul Auster with his daughter Sophie Auster and wife Siri Hustvedt sitting at their dining room table inside their home in Brooklyn on July 11, 2006.JOHANNES KROEMER 

Paul Auster on January 8, 1988 in Brooklyn, New York.ULF ANDERSEN

  
Paul Auster and Salman Rushdie at the PEN Edmont Christmas charity in The Half King on December 13, 2009.PATRICK MCMULLAN




EL PAÍS






terça-feira, 22 de outubro de 2024

João Gabriel / Vivian Maier


João Gabriel 

VIVIAN MAIER


Vivian Maier foi uma artista secreta que passou a maior parte de sua vida trabalhando como babá e cuidadora nos subúrbios de Chicago, nos Estados Unidos. Ela nunca mostrou suas fotos para ninguém, nem mesmo para seus amigos e familiares. Ela guardava suas câmeras, filmes, negativos e impressões em caixas e malas que ficavam empilhadas em seu quarto alugado. Ela tirou mais de 150 mil fotografias durante sua vida, principalmente das pessoas e arquitetura de Chicago, Nova York e Los Angeles, embora também tenha viajado e fotografado pelo mundo.

Vivian Maier nasceu em Nova York, em 1926, filha de pais franceses. Ela passou parte de sua infância na França, onde aprendeu a falar francês e a se interessar por arte e cultura. Ela voltou para os Estados Unidos em 1951, e começou a trabalhar como babá. Ela sempre carregava uma câmera consigo, e aproveitava seus momentos de folga para explorar as ruas e capturar cenas cotidianas, com um olhar sensível e perspicaz.



Ela usava principalmente câmeras Rolleiflex de médio formato, que permitiam uma alta qualidade de imagem e um ângulo de visão diferente, já que ela tinha que olhar para baixo para enquadrar as fotos.

As fotografias de Vivian Maier revelam uma grande habilidade técnica e artística, além de um profundo interesse pela humanidade. Ela fotografava desde crianças brincando até mendigos dormindo, desde vitrines elegantes até lixeiras transbordando, desde arranha-céus imponentes até becos sombrios. Ela tinha um senso de composição, luz e sombra, contraste e cor, que faziam suas imagens se destacarem. Ela também gostava de fazer autorretratos, usando espelhos, janelas, sombras e reflexos, mostrando sua presença discreta e misteriosa.



As fotografias de Vivian Maier permaneceram desconhecidas e não publicadas até 2007, quando um colecionador de Chicago, John Maloof, comprou algumas de suas caixas em um leilão, sem saber o que havia dentro. Ele ficou impressionado com a qualidade e a quantidade das fotos, e começou a pesquisar sobre a autora. Ele descobriu que Vivian Maier havia morrido em 2009, aos 83 anos, após sofrer um acidente e ficar sob os cuidados de uma família para quem ela havia trabalhado. Ele também encontrou outros dois colecionadores de Chicago, Ron Slattery e Randy Prow, que haviam adquirido parte do acervo de Vivian Maier na mesma época. Juntos, eles decidiram divulgar o trabalho de Vivian Maier na internet, e o resultado foi uma sensação mundial.



sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Poemas

 



Admirável

aquele que frente ao relâmpago

não diz: a vida foge... (Bashô)


*


Não dizem palavra

o anfitrião, o hóspede

e o crisântemo. (Ryota)


*

Ah, se me viro

esse passante já

não é senão bruma. (Shiki)


*


Trégua de vidro:

o som da cigarra

perfura rochas. (Bashô)


*


Lua da montanha:

brilhas igualmente

para o ladrão de flores. (Issa)


*


Sobe 

Do barraco do mendigo

Uma linda pipa. (Issa)


*

A criança às costas

Bulindo com meus cabelos –

Ah, quanto calor! (Shiba Sonome)



Chovisco: tagarelam

a capa de palha

e a sombrinha. (Buson)

  

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Missão: comprar sakê para a aula sobre haikais na oficina de poesia. Se rolar clima, a gente faz até uma renga.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Porco de capa de álbum do Pink Floyd vai a leilão

 


Porco sobrevoando usina de Battersea

CRÉDITO, PA

Legenda da foto, A imagem de 'Algie' sobrevoando a usina no sul de Londres estampa a capa do disco 'Animals'

O porco inflável que flutua sobre a usina de Battersea, no sul de Londres, na capa do histórico álbum Animals, da banda de rock Pink Floyd, vai ser leiloado na Grã-Bretanha.

Batizado de "Algie", ele faz parte de um lote de criações infláveis do coletivo Air Artists, da cidade de Halesworth, no litoral leste da Inglaterra, a ser vendido no dia 15 de setembro.

Antes de ser imortalizado na capa do álbum do álbum psicodélico, o suíno atrapalhou o tráfego aéreo do maior aeroporto londrino, Heathrow, ao se soltar de suas amarras em 1976.

Ele foi recuperado mais tarde ao cair em uma fazenda no condado de 


BBC

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Museu holandês expõe obra completa de Peter Lindbergh




Naomi Campbell, Linda Evangelista, Tatjana Patitz, ChristyTurlington e Cindy Crawford na foto que ficou conhecida como acertidão de nascimento das supermodelos. Foto: EFE

Museu holandês expõe obra completa de Peter Lindbergh

Mostra de um dos fotógrafos mais importantes do século 20 para a moda está em cartaz em Roterdã até fevereiro de 2017


Por Redação

O Museu Kunsthal, em Roterdã, na Holanda, vai expor até fevereiro de 2017 as obras de Peter Lindebergh, um dos fotógrafos mais importantes da moda contemporânea. A mostra chamada "Uma visão diferente da fotografia de moda" conta com um acervo de 200 fotografias de Lindbergh, que revolucionou a indústria no final dos anos 1980 ao humanizar a moda.

O objetivo do curador Thierry-Maxime Loriot, que dedicou três anos a esse projeto, foi criar uma espécie de desfile a partir das fotos. "Eu queria mostrar o valor artístico da obra de Peter mas, acima de tudo, o lado sensível do seu trabalho, é muito reconfortante observar suas fotografias porque elas ensinam algo natural", diz. No acervo, estão as principais fotografias feitas por Lindbergh, como as capas da Vogue e os retratos de Tina Turner e Pina Baush.

Em 2015, o fotógrafo alemão voltou a clicar Kate Moss para a Vogue Itália
Em 2015, o fotógrafo alemão voltou a clicar Kate Moss para a Vogue Itália Foto: EFE

Além dos trabalhos famosos, há também os primeiros cliques feitos pelo fotógrafo que nunca expostos antes. Um deles é o ensaio que fez para a Vogue, em 1998, com as até então anônimas Linda Evangelista, Christy Turlington e Tatjana Patitz. Na época, a editora-chefe da revista, Grace Mirabella, e o então diretor criativo da Condé Nast, o Sr. Liberman, consideraram que Peter não tinha correspondido as expectativas. "Eles pensaram que eu ia fazer um editorial na mesma linha que eles estavam acostumados", afirma Lindbergh. Meses depois a nova editora Anna Wintour encomendou um editorial de capa de 20 páginas ao alemão. As lendárias modelos posando na praia sem maquiagem foram incluidas no livro "On The Edge: Images From 100 Years of Vogue" como a melhor fotografia da década. Na verdade, o mundo da moda tinha mudado para sempre.

Em 1990, outra capa da Vogue clicada por Lindbergh entrou para a história. Dessa vez, a imagem estrelando Linda Evangelista, Christy Turlington, Tatjana Patitz, Naomi Campbell e Cindy Crawford ficou conhecida como a "certidão de nascimento das supermodelos". 

A atriz Julianne Moore para as lentes dePeter Lindbergh
A atriz Julianne Moore para as lentes dePeter Lindbergh Foto: EFE/Peter Lindbergh

Reconhecido como pioneiro em sua área, o fotógrafo alemão ganhou o apelido de "descobridor de top models", mas também foi o artista responsável por estabelecer um novo realismo fotográfico no mundo repleto de imagens de mulheres "muito elegantes, perfeitas e ricas, que usam bolsas de pele de crocodilo". "Eu não entendo a fotografia de moda como um veículo para vender roupas", disse Lindbergh, agora com 71 anos. "Para mim é algo que fala do espírito, das mulheres, e da feminilidade." 

É óbvio que a indústria da moda está interessada em imagens que evocam o desejo de consumo, mas a maior preocupação do fotógrafo foi dizer às mulheres como elas devem se vestir. Para o fotógrafo mais emblemático do século 20, "cada pessoa é linda como ela é, sem mudar nada, porque a verdadeira beleza é ser você mesmo" .

Na abertura da exposição"Uma visão diferente da fotografia de moda", que faz uma retrospectiva de sua obra, o fotógrafoPeter Lindbergh brinca com a modelo Lara Stone.
Na abertura da exposição"Uma visão diferente da fotografia de moda", que faz uma retrospectiva de sua obra, o fotógrafoPeter Lindbergh brinca com a modelo Lara Stone. Foto: AFP PHOTO / ANP / Levin BOER





sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Conspiração e Poder A disputa cinematográfica entre a narrativa política e a jornalística



Cena do filme interpretado por Cate Blanchett, Robert Redford e Bruce Greenwood

Conspiração e Poder

A disputa cinematográfica entre a narrativa política e a jornalística

9 ABRIL 2024, 
LUIZA BASTOS



Dentro de uma democracia, o papel do jornalismo é imprescindível para noticiar e reportar ações dos governantes, mantendo a população sempre informada sobre o que ocorre nos meios políticos. Há muito tempo, a narrativa jornalística possui um poder significativo na decisão de voto dos cidadãos, devido à sua grande influência e à facilidade de ingressar nas casas e vidas das pessoas.

Esse poder pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo do ponto de vista. Uma mesma reportagem pode prejudicar um candidato e, assim, beneficiar outro. Acontece que os políticos também possuem grande poder e influência, criando, assim, uma grande disputa pela narrativa. Essa narrativa, por sua vez, nem sempre é verdadeira, independentemente do lado.

No ano de 2004, durante as eleições nos EUA, a repórter investigativa Mary Mapes da CBS recebe informações de que o presidente e candidato à reeleição, George W. Bush, possuía irregularidades durante seu período de serviço militar. Segundo as informações, o filho de George H. W. Bush usou as vantagens do pai enquanto este era presidente para evitar servir na Guerra do Vietnã. O papel de Mary é interpretado brilhantemente pela vencedora do Oscar, Cate Blanchett.

Assumindo a posição de principal produtora da reportagem, Mary conta também com a parceria do veterano âncora Dan Rather, interpretado por Robert Redford, que, em 1976, também foi responsável por assumir o papel de um jornalista político e um dos responsáveis pela investigação que culminou no escândalo político norte-americano conhecido como Watergate, no aclamado "Todos os Homens do Presidente".

Para averiguar as informações recebidas e coletar mais evidências sobre essa história, a produtora conta com uma equipe formada por Mike Smith, um jornalista que está sem rumo e apresenta grandes críticas ao atual governo, interpretado por Topher Grace, e o ex-militar Coronel Roger Charles, interpretado por Dennis Quaid, e a professora de jornalismo Lucy Scott, interpretada por Elisabeth Moss.

Passamos, então, a acompanhar o ritmo frenético das investigações, que envolvem várias ligações recusadas, inúmeras tentativas de entrevistas com políticos que atuaram no serviço militar na época e a confirmação da veracidade dos documentos obtidos.

Depois de, finalmente, obter o respaldo positivo de todas as informações coletadas, a matéria vai ao ar, causando enorme satisfação na equipe de repórteres. Porém, em pouco tempo, esse sentimento de vitória se transforma em grande angústia e desencadeia uma série de acusações sobre a autenticidade da matéria.

Mary Mapes se vê encurralada pelos chefões da CBS, que a pressionam sobre a fonte que lhe forneceu os documentos que, até então, comprovavam a veracidade da história. A partir daí, a repórter vê seu trabalho e o de sua equipe ser descredibilizado, colocando sua carreira em risco e a do seu amigo Dan Rather.

Todos os membros da equipe são convocados a prestar esclarecimentos sobre a forma como conduziram a investigação e obtiveram as informações. Entre uma das questões levantadas pela comissão responsável por esses depoimentos, uma pergunta torna-se frequente: o posicionamento político de Mary. Esse fato se mostra muito relevante, levando em consideração a proximidade das eleições e o período em que a trama se desenrola.

Fica muito evidente como a comprovação da história ou não, é decisiva para o rumo daquelas eleições. Isso faz surgir uma reflexão: existe uma disputa entre o jornalismo e a política sobre o domínio de uma narrativa? Se não houvesse nenhuma dúvida sobre a veracidade das informações, as eleições de 2004 poderiam ter sofrido uma grande reviravolta. Mais do que isso, tendo em vista a Guerra do Iraque, o cenário geopolítico também seria afetado e, possivelmente, esse conflito teria outro desfecho.

Para Mary Mapes e sua equipe, a luta pela verdade revelou não apenas os desafios do jornalismo, mas também a intensa batalha entre fatos e interesses políticos.


MEER



domingo, 8 de setembro de 2024

Meu nome é Gal / A maior cantora do país



Gal Costa, cantora Brasileira de MPB


Meu nome é Gal

A maior cantora do país. E quem disse isso foi João Gilberto

9 JANEIRO 2024, 



Tendo como recorte o início da carreira de Gal Costa, o filme busca explorar a sua ida para São Paulo e Rio de Janeiro, onde reencontra seus amigos baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia, interpretados respectivamente por Dan Ferreira, Rodrigo Lélis e Dandara Ferreira, que já vinham realizando trabalhos reconhecidos pela crítica.

O fato do filme abordar apenas uma pequena parte da vida de Gal pode soar estranho e incômodo para alguns fãs, que foram aos cinemas com a expectativa de encontrar uma cinebiografia. Entretanto, o objetivo da diretora Dandara Ferreira era, justamente, focar nas mudanças ocorridas na vida pessoal e profissional da cantora com o começo da fama.

Interpretada por Sophie Charlotte, escolha da própria Gal Costa, a cena que abre o filme é da estreia do famoso show Fa-Tal, que ocorreu em outubro de 1971, na inauguração do teatro Tereza Raquel, em Copacabana. Em seguida, voltamos no tempo com uma Gal adolescente, treinando a emissão de sua voz dentro de uma panela, fato que foi diversas vezes citado pela cantora em suas entrevistas.

O período em que a história se passa é um dos mais importantes na cultura brasileira, assim como um dos mais difíceis e sombrios, devido ao golpe militar instaurado. Ao mesmo tempo em que havia um movimento de valorização da cultura nacional por meio das classes artísticas, também havia uma censura desmedida que tentava a todo custo calar qualquer tipo de manifestação a favor da liberdade.

Essa mudança de comportamento e atitudes que ocorriam na vida dos brasileiros, se faz presente, também, na vida de Gal. Saída da Bahia uma menina muito tímida e reservada, ela se vê tendo que sair de sua zona de conforto e revelando-se um dos maiores símbolos femininos da época.

Introduzida num ambiente de muita liberdade, o choque cultural causa certa resistência e medo na cantora. Gal não tem outra saída a não ser se adaptar à sua nova realidade na capital, que vai desde a mudança do nome artístico, que passou de Maria da Graça para Gal Costa, até a mudança de atitude e visual.

Uma das viradas de chave em sua carreira que o filme aborda com maior profundidade é, justamente, quando ela começa a atender tudo o que está acontecendo no país. Enquanto Gil e Caetano eram engajados politicamente, Gal só tinha uma única preocupação: cantar. Mas com a repressão ficando cada vez mais forte e perseguindo seus amigos, ela entende que não podia se dar ao luxo de permanecer neutra.

Com sua participação na Tropicália, aquela cantora tímida e acanhada, passa a tomar uma posição mais agressiva e ousada em suas apresentações, como no 4º Festival de MPB da TV Record, em 1968, cantando Divino, Maravilhoso. 

Para além da vida profissional, o filme se preocupa em mostrar a influência e importância de certas figuras na vida pessoal de Gal, como seu empresário Guilherme Araújo, um dos principais responsáveis pelo seu sucesso, sua melhor amiga Dedé Gadelha, também esposa de Caetano, e sua mãe, Dona Mariah. 

Mesmo que não gostasse de falar sobre sua vida amorosa, fato que também está presente em uma das passagens do filme, a diretora aborda esse lado da vida de Gal de maneira muito sutil. Sua bissexualidade é exposta de maneira natural e sem a necessidade de grandes aprofundamentos.

O longa consegue cumprir seu objetivo ao reunir os episódios mais relevantes que a levaram a ser uma das maiores cantoras do país. Com o exílio de Gil e Caetano, Gal acaba se tornando a representante do movimento da Tropicália e da resistência contra os padrões impostos pelo governo militar. 

Com sua morte antes da estréia do filme, este acaba se tornando uma homenagem para a artista. Gal deixa um legado enorme, com canções que marcaram vidas e uma voz que sempre será a mãe de todas as vozes.


João Gilberto, Gal Costa e Caetano Veloso reunidos durante apresentação (1980)
Rodrigo Lélis (Caetano Veloso) e Sophie Charlotte (Gal Costa) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'
A cantora Gal Costa se apresenta no estreia do programa de auditório "Divino e Maravilhoso", exibido pela TV Tupi
Rodrigo Lélis (Caetano Veloso), Sophie Charlotte (Gal Costa) e Camila Márdila (Dedé Gadelha) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'
A cantora Gal Costa durante ensaio para a capa do disco "Gal Costa", lançado em 1969, pela gravadora Philips

Rodrigo Lélis (Caetano Veloso), Sophie Charlotte (Gal Costa) e Caio Scot (Rogério Duarte) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'
  1. João Gilberto, Gal Costa e Caetano Veloso reunidos durante apresentação (1980)
  2. Rodrigo Lélis (Caetano Veloso) e Sophie Charlotte (Gal Costa) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'
  3. A cantora Gal Costa se apresenta no estreia do programa de auditório "Divino e Maravilhoso", exibido pela TV Tupi
  1. Rodrigo Lélis (Caetano Veloso), Sophie Charlotte (Gal Costa) e Camila Márdila (Dedé Gadelha) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'
  2. A cantora Gal Costa durante ensaio para a capa do disco "Gal Costa", lançado em 1969, pela gravadora Philips
  3. Rodrigo Lélis (Caetano Veloso), Sophie Charlotte (Gal Costa) e Caio Scot (Rogério Duarte) em cena do filme 'Meu Nome é Gal'