Amy Winehouse |
Conheça 12 histórias
sobre Amy Winehouse
que os tabloides não contaram
James Cimino
Do UOL, em San Francisco (EUA)23/07/201506h00
Há quatro anos o mundo perdia a talentosa e problemática cantora Amy Winehouse. Marcada pelo vício em álcool e outras drogas, a intensa e breve vida desta britânica de família judaica foi vasculhada à exaustão, mas detalhes mais corriqueiros de sua intimidade foram ofuscados pelo sensacionalismo.
Na tentativa de mudar a imagem de pessoa problemática que se consolidou sobre Amy, seu irmão mais velho, Alex Winehouse, resolveu ceder ao Museu Judaico de Londres diversos objetos pessoais da irmã para uma exposição chamada "Amy Winehouse: Retrato de Família". Esta mostra chega nesta quinta-feira (23), aniversário de 4 anos de sua morte, ao Contemporary Jewish Museum (Museu Judaico Contemporâneo) de San Francisco, Califórnia.
Marcada pelas observações de Alex e pelos relatos que se escondem por trás de diversas fotos de família e objetos pessoais da cantora, a exposição, segundo um dos curadores, Pierre-François Galpin, é uma tentativa do irmão de mostrar a Amy Winehouse que sua família conheceu na intimidade. "Ele queria mostrar que ela era sua irmã, uma garota judia de Londres e que não era o centro de sua família. Como ele mesmo diz, ninguém era", comenta Galpin.
A reportagem do UOL participou de uma abertura prévia da exposição na última terça-feira (21) e traz 12 histórias sobre a vida da cantora que os tabloides não contaram.
TARÓLOGA
Amy Winehouse sabia ler cartas de tarô. Quem lhe ensinou foi sua avó Cynthia Winehouse, uma das primeiras figuras a aparecerem na exposição. A semelhança entre neta e avó era impressionante. E, segundo Alex, "nan" (vó) Cynthia era uma mulher muito vaidosa, elegante e aberta aos netos. "Podíamos fumar com ela e a tratávamos muito mais como amiga do que como avó".
SOPA DE GALINHA
No aniversário de 19 anos de Amy, Alex a presenteou com um livro de receitas da cozinha judaica porque Amy queria aprender a cozinhar uma sopa de galinha. De acordo com ele, a sopa nunca foi uma grande receita da irmã, que era boa mesmo em fazer almôndegas.
UNIFORME DO PRIMÁRIO
Após sua morte, a família começou a fazer o inventário das coisas pessoais de Amy. Durante a exposição, Alex relata sua surpresa ao descobrir que Amy havia guardado seu uniforme escolar do primário: um casaco de lã azul marinho e a gravata do conjunto, com seu nome costurado por dentro. Junto a este uniforme, há algumas fotos do período. É impressionante notar que, em uma foto de uma de suas turmas, Amy aparece ao centro, sentada com as pernas um pouco abertas e, por alguma razão, já se destacando entre os demais. Sua presença no centro da foto é hipnotizante, e ela ainda nem era adolescente, nem cantava.
CINCO MINUTOS
Aos 14 anos, Amy Winehouse entrou em uma escola de teatro. O teste seletivo incluía um ensaio no qual ela escreveu o seguinte: "Quero que as pessoas ouçam a minha voz e apenas… esqueçam seus problemas por cinco minutos. Quero ser lembrada por ser uma atriz e cantora que lotava shows de West End à Broadway apenas por ser eu mesma."
25 CANÇÕES
É notória a influência das grandes estrelas do jazz e do blues na carreira de Amy Winehouse. Talvez por isso, muito cedo ela fez uma lista com suas 25 canções favoritas, que ficam tocando na sala de exposição. Entre os hinos de Amy estão "Moonriver" (tema do filme "Bonequinha de Luxo"), "Georgia on my Mind", "Lady Marmalade" (na voz de Patti Labelle), "What a Wonderful World", de Louis Armstrong, e apenas dois rock, destoando de todo o repertório: "Alive", do Pearl Jam, e "Self Esteem", do Offspring.
MAIS MÚSICA
Junto à sua lista de músicas, a exposição mostra parte dos CDs e discos de vinil que Amy colecionava. Seu primeiro disco não foi nada excepcional: "O Clube do Mickey". Fora isso, a cantora tinha Mary J. Blige, George Michael, vários de Ray Charles, Aretha Franklin e Bob Darin, Frank Sinatra e Duke Ellington aos montes, Miles Davis, "The Miseducation of Lauryn Hill" e até Earth, Wind & Fire.
BAR DE BUGIGANGA
Dentre os objetos pessoais que estão expostos no museu, um deles é um móvel: um bar estilo anos 1960 (claro!), com um rádio antigo em cima. Segundo o irmão, Amy nunca usou o mobiliário para guardar bebidas. Em vez disso, colocava ali contas a pagar, documentos e bugigangas. Dentre suas bugigangas favoritas, vários lápis de cor e palavras cruzadas, um vício adquirido da mãe.
BUKOWSKI E DOSTOIÉVSKI
O curador da mostra disse em entrevista ao UOL que uma das facetas mais surpreendentes da cantora, em sua opinião, era sua avidez por leitura. Pode-se ver na exposição alguns de seus livros, que incluem autores como Charles Bukowski, um livro sobre o diretor Alfred Hitchcock e uma coleção do escritor russo Fiódor Dostoiévski, que mantinha escondida e que, talvez por isso, não apareça na mostra.
ÍMAS DE GELADEIRA
Além de se vestir como uma pin-up, Amy Winehouse também colecionava ímãs de geladeira com pin-ups falando barbaridades com um sorriso incrivelmente cínico no rosto. "Prozac: Wash your blues away!" ("Prozac: Lava sua tristeza!", em tradução livre); "Eu não sofro de insanidade. Eu aproveito cada momento dela!". Outras, parecem letra de sertanejo universitário: "Melhor amar e perder que passar o resto da vida com um psicopata" e "Voei no meu ex, apertei a tecla 'reverse' e bati nele de novo!". Este é um dos vários momentos em que a exposição alcança o objetivo de mostrar que a cantora era uma garota comum, que poderia ser sua amiga de colégio ou de balada.
VESTIDOS E SAPATOS
Dos poucos figurinos que Amy Winehouse teve oportunidade de usar em sua breve carreira, a maioria tornou-se icônica. Eles estão presentes à exposição, como um vestido de flores azuis da grife Luella, que ela usou em sua participação no festival de Glastonbury. Os sapatos variam de Christian Louboutin, passando por Yves Saint Laurent, Fendi e Salvatore Ferragamo. Há ainda no recinto muitos lenços, gravatas, cintos e suspensórios usados pela cantora. Mas a peça de destaque é simples. Seus figurino favorito era um vestido de estampa xadrez, da grife Arrogant Cat, que aparece com um cinto da marca Fred Perry, cuja fivela teve uma parte de seu revestimento de couro arrancada. Completa o quadro uma sapatilha rosa bebê bem surrada, com algumas manchas. Ela usou essa composição no clipe de "My Tears Dry on Their Own", em que aparece andando pelo seu lugar favorito de Londres: Camden Town.
LADRA DE FOTOS
Na parte central da sala de exposição aparece uma mala de couro em que Amy Winehouse guardava todas as fotos de família que, segundo seu irmão, ela "roubou" durante os anos. De acordo com ele, poucos dias antes de sua morte, ela estava fuçando o material. "Era uma tradição na nossa família você pegar fotos de vários membros da família durante encontros sociais. E Amy era famosa por isso."
SNOOPY
Talvez a peça em que o irmão Alex Winehouse tenha colocado mais emoção é um pequeno livro de historinhas do Snoopy. Segundo ele, todos em sua casa eram loucos pelas histórias do cachorrinho de Charlie Brown. "Embora nunca tenhamos ganhado nenhum boneco do Snoopy, tínhamos muitos livros dele. Foi o amor por Snoopy que fez com que minha irmã e minha mulher desenvolvessem um laço de amizade forte. Este a minha mãe me deu de presente de aniversário, mas a Amy o roubou de mim. Após a sua morte, eu o descobri em meio às suas coisas e o peguei de volta. E ele está comigo o tempo todo."
Há quatro anos o mundo perdia a talentosa e problemática cantora Amy Winehouse. Marcada pelo vício em álcool e outras drogas, a intensa e breve vida desta britânica de família judaica foi vasculhada à exaustão, mas detalhes mais corriqueiros de sua intimidade foram ofuscados pelo sensacionalismo.
Na tentativa de mudar a imagem de pessoa problemática que se consolidou sobre Amy, seu irmão mais velho, Alex Winehouse, resolveu ceder ao Museu Judaico de Londres diversos objetos pessoais da irmã para uma exposição chamada "Amy Winehouse: Retrato de Família". Esta mostra chega nesta quinta-feira (23), aniversário de 4 anos de sua morte, ao Contemporary Jewish Museum (Museu Judaico Contemporâneo) de San Francisco, Califórnia.
Marcada pelas observações de Alex e pelos relatos que se escondem por trás de diversas fotos de família e objetos pessoais da cantora, a exposição, segundo um dos curadores, Pierre-François Galpin, é uma tentativa do irmão de mostrar a Amy Winehouse que sua família conheceu na intimidade. "Ele queria mostrar que ela era sua irmã, uma garota judia de Londres e que não era o centro de sua família. Como ele mesmo diz, ninguém era", comenta Galpin.
A reportagem do UOL participou de uma abertura prévia da exposição na última terça-feira (21) e traz 12 histórias sobre a vida da cantora que os tabloides não contaram.
TARÓLOGA
Amy Winehouse sabia ler cartas de tarô. Quem lhe ensinou foi sua avó Cynthia Winehouse, uma das primeiras figuras a aparecerem na exposição. A semelhança entre neta e avó era impressionante. E, segundo Alex, "nan" (vó) Cynthia era uma mulher muito vaidosa, elegante e aberta aos netos. "Podíamos fumar com ela e a tratávamos muito mais como amiga do que como avó".
SOPA DE GALINHA
No aniversário de 19 anos de Amy, Alex a presenteou com um livro de receitas da cozinha judaica porque Amy queria aprender a cozinhar uma sopa de galinha. De acordo com ele, a sopa nunca foi uma grande receita da irmã, que era boa mesmo em fazer almôndegas.
UNIFORME DO PRIMÁRIO
Após sua morte, a família começou a fazer o inventário das coisas pessoais de Amy. Durante a exposição, Alex relata sua surpresa ao descobrir que Amy havia guardado seu uniforme escolar do primário: um casaco de lã azul marinho e a gravata do conjunto, com seu nome costurado por dentro. Junto a este uniforme, há algumas fotos do período. É impressionante notar que, em uma foto de uma de suas turmas, Amy aparece ao centro, sentada com as pernas um pouco abertas e, por alguma razão, já se destacando entre os demais. Sua presença no centro da foto é hipnotizante, e ela ainda nem era adolescente, nem cantava.
CINCO MINUTOS
Aos 14 anos, Amy Winehouse entrou em uma escola de teatro. O teste seletivo incluía um ensaio no qual ela escreveu o seguinte: "Quero que as pessoas ouçam a minha voz e apenas… esqueçam seus problemas por cinco minutos. Quero ser lembrada por ser uma atriz e cantora que lotava shows de West End à Broadway apenas por ser eu mesma."
25 CANÇÕES
É notória a influência das grandes estrelas do jazz e do blues na carreira de Amy Winehouse. Talvez por isso, muito cedo ela fez uma lista com suas 25 canções favoritas, que ficam tocando na sala de exposição. Entre os hinos de Amy estão "Moonriver" (tema do filme "Bonequinha de Luxo"), "Georgia on my Mind", "Lady Marmalade" (na voz de Patti Labelle), "What a Wonderful World", de Louis Armstrong, e apenas dois rock, destoando de todo o repertório: "Alive", do Pearl Jam, e "Self Esteem", do Offspring.
MAIS MÚSICA
Junto à sua lista de músicas, a exposição mostra parte dos CDs e discos de vinil que Amy colecionava. Seu primeiro disco não foi nada excepcional: "O Clube do Mickey". Fora isso, a cantora tinha Mary J. Blige, George Michael, vários de Ray Charles, Aretha Franklin e Bob Darin, Frank Sinatra e Duke Ellington aos montes, Miles Davis, "The Miseducation of Lauryn Hill" e até Earth, Wind & Fire.
BAR DE BUGIGANGA
Dentre os objetos pessoais que estão expostos no museu, um deles é um móvel: um bar estilo anos 1960 (claro!), com um rádio antigo em cima. Segundo o irmão, Amy nunca usou o mobiliário para guardar bebidas. Em vez disso, colocava ali contas a pagar, documentos e bugigangas. Dentre suas bugigangas favoritas, vários lápis de cor e palavras cruzadas, um vício adquirido da mãe.
BUKOWSKI E DOSTOIÉVSKI
O curador da mostra disse em entrevista ao UOL que uma das facetas mais surpreendentes da cantora, em sua opinião, era sua avidez por leitura. Pode-se ver na exposição alguns de seus livros, que incluem autores como Charles Bukowski, um livro sobre o diretor Alfred Hitchcock e uma coleção do escritor russo Fiódor Dostoiévski, que mantinha escondida e que, talvez por isso, não apareça na mostra.
ÍMAS DE GELADEIRA
Além de se vestir como uma pin-up, Amy Winehouse também colecionava ímãs de geladeira com pin-ups falando barbaridades com um sorriso incrivelmente cínico no rosto. "Prozac: Wash your blues away!" ("Prozac: Lava sua tristeza!", em tradução livre); "Eu não sofro de insanidade. Eu aproveito cada momento dela!". Outras, parecem letra de sertanejo universitário: "Melhor amar e perder que passar o resto da vida com um psicopata" e "Voei no meu ex, apertei a tecla 'reverse' e bati nele de novo!". Este é um dos vários momentos em que a exposição alcança o objetivo de mostrar que a cantora era uma garota comum, que poderia ser sua amiga de colégio ou de balada.
VESTIDOS E SAPATOS
Dos poucos figurinos que Amy Winehouse teve oportunidade de usar em sua breve carreira, a maioria tornou-se icônica. Eles estão presentes à exposição, como um vestido de flores azuis da grife Luella, que ela usou em sua participação no festival de Glastonbury. Os sapatos variam de Christian Louboutin, passando por Yves Saint Laurent, Fendi e Salvatore Ferragamo. Há ainda no recinto muitos lenços, gravatas, cintos e suspensórios usados pela cantora. Mas a peça de destaque é simples. Seus figurino favorito era um vestido de estampa xadrez, da grife Arrogant Cat, que aparece com um cinto da marca Fred Perry, cuja fivela teve uma parte de seu revestimento de couro arrancada. Completa o quadro uma sapatilha rosa bebê bem surrada, com algumas manchas. Ela usou essa composição no clipe de "My Tears Dry on Their Own", em que aparece andando pelo seu lugar favorito de Londres: Camden Town.
LADRA DE FOTOS
Na parte central da sala de exposição aparece uma mala de couro em que Amy Winehouse guardava todas as fotos de família que, segundo seu irmão, ela "roubou" durante os anos. De acordo com ele, poucos dias antes de sua morte, ela estava fuçando o material. "Era uma tradição na nossa família você pegar fotos de vários membros da família durante encontros sociais. E Amy era famosa por isso."
SNOOPY
Talvez a peça em que o irmão Alex Winehouse tenha colocado mais emoção é um pequeno livro de historinhas do Snoopy. Segundo ele, todos em sua casa eram loucos pelas histórias do cachorrinho de Charlie Brown. "Embora nunca tenhamos ganhado nenhum boneco do Snoopy, tínhamos muitos livros dele. Foi o amor por Snoopy que fez com que minha irmã e minha mulher desenvolvessem um laço de amizade forte. Este a minha mãe me deu de presente de aniversário, mas a Amy o roubou de mim. Após a sua morte, eu o descobri em meio às suas coisas e o peguei de volta. E ele está comigo o tempo todo."