Dina Sanichar / Mowgli, o menino-lobo
Em 1872, nas selvas da Índia, caçadores encontraram uma cena intrigante: dentro de uma caverna, uma figura humana se movia entre lobos, correndo de quatro, com agilidade selvagem. Não era um animal — era uma criança.
Tinha cerca de seis anos. O corpo coberto de sujeira, unhas como garras e olhos desconfiados, como os de um lobo à espreita. Criado na selva desde muito pequeno, estava distante da linguagem, do afeto humano e das regras da sociedade.
Recebeu o nome de Dina Sanichar e foi levado a um orfanato em Sikandra, perto de Agra. Missionários tentaram reinseri-lo na sociedade. Com o tempo, Dina aprendeu a andar ereto e vestir roupas, mas nunca falou. Recusava talheres e preferia carne crua. Seu silêncio não era apenas mudez — era o reflexo de uma infância sem palavras.
Morreu em 1895, de tuberculose. Alguns acreditam que sua história tenha inspirado Rudyard Kipling a criar Mowgli, o menino-lobo.
Mas a história de Dina Sanichar não foi conto — foi realidade. Sem panteras falantes ou ursos sábios, havia apenas uma criança perdida entre lobos, que jamais conseguiu voltar.
Vítor Soares / Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário