quarta-feira, 31 de julho de 2013

Faiga Albuquerque / O cachorro e seu dono


Faiga Albuquerque
O CACHORRO E SEU DONO

VOCÊS NÃO ACHAM, QUE O CACHORRO SE PARECE SEMPRE COM SEU DONO?

OU VICE VERSA !





terça-feira, 30 de julho de 2013

Marina Colasanti / Dois poemas


Portada del libro

Marina Colasanti
DOIS POEMAS

No escuro manchado de luz
Em noites de lua cheia
é tão intensa a vida
no jardim
que durmo aflita
como quando adormeço
no cinema
e a história leva adiante
amor e lutas
além das minhas pálpebras
fechadas
.


Foto de Marina Colasanti
Marina Colasanti

Antes de virar gigante
No tempo d'eu menina
os corredores eram longos
as mesas altas
as camas enormes.
A colher não cabia
na minha boca
e a tigela de sopa
era sempre mais funda
do que a fome.
No tempo d'eu menina
só gigantes moravam
lá em casa.
Menos meu irmão e eu
que éramos gente grande
vinda de Lilliput.



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Marina Colasanti / Frutos e flores


Una mancha de helado
Washington Square, New York, 2012
Foto de Triunfo Arciniegas

Marina Colasanti
FRUTOS E FLORES

Meu amado me diz
que sou como maçã
cortada ao meio.
As sementes eu tenho
é bem verdade.
E a simetria das curvas.
Tive um certo rubor
na pele lisa
que não sei
se ainda tenho.
Mas se em abril floresce
a macieira
eu maçã feita
e pra lá de madura
ainda me desdobro
em brancas flores
cada vez que sua faca
me traspassa.




domingo, 28 de julho de 2013

Marina Colasanti / Morte sob o sol



Marina Colasanti
Morte sob o sol

Quando se abate uma casa
não se crava o machado de um só golpe
bem junto da raiz.
Nem é de pé que ela cai
com suas ramagens.
Uma casa
se mata devagar.

Extirpa-se primerio o corrimão da escada
abrindo para a queda os inúteis degraus.
Retiram-se as ferragens
as madeiras internas.
Depois se arrancam portas e janelas
vazam-se na fachada os alizares cegos.
E quem passa já sabe.
Aquí nã mais se mora.
Só então é a vez das telhas
esfoladas sem sangue uma por uma.

Ossos à mostra
Jaz
mais que morto
o descarnado esqueleto
no jardim.
Crua laparotomia dos meus fantasmas
a casa em que vivi é posta abaixo.
Vão-se os espectros todos sem abrigo
desfazendo as imágenes superpostas.
Vão nossos son gravados na poeira.
E as palavras
palavras tantas que fiamos juntos
e que as paredes guardam entranhadas
são desfeitas a golpes de marreta.



sábado, 27 de julho de 2013

Lêdo Ivo / Esconderijo


Lêdo Ivo
ESCONDERIJO

A palavra-chave
sempre se esconde
atrás da porta


Lêdo Ivo
Poesía completa
Rio de Janeiro, Braskem, 2004, p. 615





sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lêdo Ivo / O plagiário


Lêdo Ivo
O PLAGIÁRIO

O espelho plagia
a paisagem que entra
pela janela aberta.


Lêdo Ivo
Poesía completa
Rio de Janeiro, Braskem, 2004, p. 614



quinta-feira, 25 de julho de 2013

Lêdo Ivo / A uma dama hesitante


Lêdo Ivo
A UMA DAMA HESITANTE

Se a senhora aspira
a ser a musa eterna
do poeta, nâo hesite:
abra as pernas! abra as pernas!

Lêdo Ivo
Poesía completa
Rio de Janeiro, Braskem, 2004, p. 615


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Eduardo Febbro / O Papa Francisco no Brasil



Isabel Lustosa
O PAPA FRANCISCO NO BRASIL

Rio de Janeiro – Uma maré de algazarra, juvenil, explosiva em sua manifestação de alegria, com violões, cantos e mochilas às vezes maiores do que os corpos que as suportam. O aeroporto do Rio de Janeiro é um desfile interminável de jovens que chegam do mundo inteiro, enrolados em bandeiras e em abraços, cantando a fé só com a voz ou com violões. A hora é, ao mesmo tempo, grave e imensamente festiva. As jornadas mundiais da juventude que começam esta semana no Brasil fixarão o rumo oficial da mensagem que o Papa Francisco apresentará em sua primeira viagem internacional. Um momento que soa como um modelo de seu nascente papado. 

Ficaram para trás as disputas orquestradas por João Paulo Segundo contra a Teologia da Libertação, os padres pedófilos, a corrupção no Banco do Vaticano, o IOR. Chegou o “momento da renovação”, como dizem os jovens que chegam ao Rio. Esta renovação tem um nome que contrasta com os últimos 35 anos de política vaticana: o “evangelho social”. A palavra “social” é já todo um desafio que prolonga a ruptura que Bergoglio encarnou na noite em que, após o Conclave tê-lo escolhido Papa, apareceu em uma janela da Praça de São Pedro e pronunciou a palavra “povo”.

Em Roma, há dez dias, o círculo próximo ao Papa falava de uma “mensagem revolucionária”. É preciso esperar para ver e ouvir. Desde o compromisso de forjar “uma igreja pobre para os pobres”, Francisco foi despindo a figura papal de toda a roupagem monárquica, que a colocava acima dos fieis. Há uma grande preocupação com a comunicação, inclusive com detalhes que assombram. A Santa Sé lançou um novo semanário para amplificar a mensagem papal: Credere. A publicidade diz: “o novo semanário que fará você viver a fé com alegria”. À esquerda, na capa, um retângulo diz: “a revista da Igreja de Francisco”.

Essa é a Igreja que Francisco apresentará no mais importante país católico do mundo, Bergoglio visitará os pobres de uma favela, doentes em um hospital, receberá presos, peregrinará ao santuário de Aparecida e, sobretudo, se encontrará com jovens de todo o mundo no que pode ser chamado de “Woodstock católico”. Sua viagem vem precedida por uma série de pronunciamentos que romperam com o conformismo vaticanista. Nas últimas semanas, Bergoglio denunciou a “tirania do dinheiro”, o “capitalismo selvagem” e a “globalização da indiferença”. 


O Papa Francisco
Rio de Janeiro, 2013

“Nos encontramos enfim com alguém que vê o mundo tal como é, com os mesmos olhos que o vemos e sofremos”, diz Angélica, uma espanhola de 19 anos, recém chegada ao Rio, vinda de Valência com centenas de outros espanhóis. Um dos vaticanistas mais célebres, Marco Politi, disse que o Papa, “no Brasil, dará continuidade, aprofundará e esclarecerá seu Evangelho social. Desde que foi eleito denuncia as novas formas de escravidão, a exploração, a desigualdade, a irresponsabilidade de algumas forças sociais”.

A história também parece correr na direção de Francisco. O Papa chega a um Brasil convulsionado pela revolta social, com demandas de justiça social, contra a corrupção, a favor da renovação de um sistema político gangrenado pelo clientelismo e pela corrupção. Francisco já havia escrito o discurso central que vai pronunciar no Brasil durante as Jornadas Mundiais da Juventude, mas, à luz dos protestos, o modificou. O arcebispo do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta, responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, viajou a Roma para se encontrar com Bergoglio. Depois, o seguiu o cardeal arcebispo emérito de São Paulo, Claudio Hummes, um homem de posições sociais conhecidas por ter aberto as portas de sua igreja a trabalhadores em greve.

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno, também se reuniu com o Papa em Roma. Este encontro é muito importante na definição do pronunciamento de Bergoglio, uma vez que foi precedido por uma reunião da CNBB. Realizada quase no final de junho, a reunião terminou com a redação de um documento no qual a entidade manifesta “nossa solidariedade e apoio aos manifestantes”. O texto traz um apoio total aos protestos. Um de seus parágrafos diz que os gritos contra a corrupção, a impunidade e falta de transparência (...) fazem renascer a esperança”.

(…) Será preciso esperar para ver e ouvir. Francisco se negou a utilizar o papamóvel blindado. Ele se deslocará no mesmo jeep aberto com o qual circula em Roma. Ao pedido do Papa, tampouco haverá em seu lado “homens armados com fuzis”. O Papa, dizem em Roma, não tem medo das manifestações: “elas não são contra o Papa, mas sim contra os políticos”, diz o Vaticano. Se a promessa se confirmar, haverá no Brasil um encontro entre dois mundos: o do evangelho liberal que tudo corrompe e destrói, o planeta e os seres humanos, e o que Francisco traz em sua mensagem: o “evangelho social” do cristianismo.


O Papa na Praia
Primeiro ato de um pontificado que, em seus primeiros passos, expôs a escandalosa e suja trama de corrupção e lutas pelo poder que o predecessor de Francisco, Bento XVI, não pode desarmar. Isso o levou a renúncia. Evangelho Social, Teologia da Libertação, segundo vários vaticanistas ambas têm encontro marcado esta semana no Brasil em uma espécie de reconciliação misteriosa.

O vaticanista Marco Politi alega que “Francisco é um fruto inesperado da Teologia da Libertação porque é um representante da chamada Teologia Popular, que não é marxista nem politizada”, mas que denuncia com força os horrores da miséria, da desigualdade e seus mecanismos econômicos. O combate que João Paulo II travou contra essa corrente deixou muitas vítimas, pactos com as ditaduras, corrupção, uma espécie de monstro que seguiu vivo muito depois da morte do papa polaco. Por esse abismo se foi Bento XVI. Do mesmo abismo chega Bergoglio. A chamada “igreja de Francisco se constrói sobre uma montanha de cinzas ainda fumegantes”.


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22395
CARTA MAIOR





terça-feira, 23 de julho de 2013

Sala de fumo / Vanessa Paradis


Vanessa Paradis

SALA DE FUMO
Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis Smoking 13
Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis

Vanessa Paradis
Vanessa Paradis

vanessa paradis

Vanessa Paradis

Smoking Photograph
Vanessa Paradis

Smoking Photograph
Vanessa Paradis