O ator, sempre com o bom humor que o caracterizava, atribuía seus problemas de saúde a sua vida corrida, marcada pelas numerosas turnês de trabalho ao longo de 40 anos. MARIO GUZMÁN (EFE) |
Chaves
Um gigante no Brasil
Chaves chegou à TV brasileira em 1984 e quase não deixou de ser transmitido pelo SBT
FREDERICO ROSAS São Paulo 28 NOV 2014 - 22:24 BRST
O roteirista brasileiro Pablo Kaschner afirma que a América Latina e o Brasil perdem com a morte de Bolaños, um importante elemento de integração. Autor de dois livros sobre as personagens da série televisiva Chaves (El Chavo do Oito no México, onde foi criada), Kaschner diz que o humor e a crítica social presentes na obra do artista mexicano transcenderam línguas e fronteiras.
"Chaves é uma série de humor para todas as idades –dos menores aos mais adultos– por trabalhar com vários tipos de comédia, das palhaçadas aos jogos de palavras mais complicados e inteligentes, e que, além disso, transmite grandes valores, como o da amizade e o da solidariedade nos momentos mais difíceis", conta.
"Nenhuma família no bairro de Chaves é completa. Há a mãe e o filho, mas falta o pai. Há o pai e a filha, mas faz falta a mãe. E todos adotam seus vizinhos como parte de sua própria família, em uma realidade comum a vários países da América Latina. Começando pela personagem central, a criança órfã e pobre”, acrescenta Kaschner.
Chaves chegou à TV brasileira em 1984. Desde então, quase não deixou de ser transmitido pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), junto das aventuras do Chapolin Colorado. Os episódios, que ainda hoje reúnem em frente à TV diferentes gerações do país, são dublados, e os próprios dubladores são objeto de grande estima por parte dos mais fãs, que costumam compartilhar informações nas redes sociais ou, inclusive, promover suas próprias reuniões.
Os bons índices de audiência fazem com que o SBT recorra com assiduidade aos programas de para incrementar a popularidade do canal em diversos horários. Costuma-se dizer que Chaves e Chapolin atuam como autênticos curingas na programação da emissora.
"Sem querer querendo, Chaves criou um fenômeno de integração latino-americana, unindo culturas diferentes e classes sociais diversas. Inclusive no Brasil, que não tem um grande histórico de exibições de conteúdos latinos em suas TVs", afirma Kaschner.
Um grande fã do trabalho de Chespirito desde criança, Kaschner, que se graduou em Rádio e TV, detalhou ao público brasileiro personagens e histórias de Chaves em dois livros, adotando os jogos de palavras famosos do artista mexicano para titular suas obras.
A primeira foi Chaves de um Sucesso, da editora Senac, e a segunda foi Seu Madruga: Vila e Obra, da editora Mirabolante.
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