ALLANA ARAUJO
20 NOVEMBRO 2015
Quando penso em algo que me traz felicidade, logo penso em pegar o avião e voar. Sim, viajar é felicidade pura para mim. Mas tem que ser viagem grande, daquelas cansativas, que nos levam para o desconhecido. Porque são nestas viagens que a volta para casa é mais desejosa. E voltar para casa é remédio para a cura do tédio. Exatamente!
Não deixo de ver beleza nas viagens curtas, aquelas de final de semana, sabe? Mas, quando penso em viagem, e na descoberta do novo, penso em avião, em voar e, claro, em voltar.
Viajar é descobrir o desconhecido do mundo e transformá-lo em vida para abrilhantar nossa história. Viajar é um jeito bem lindo de fazer conteúdo para a vida, ou seja, é ter história para contar.
Mas, apesar de todo esse gosto pelas viagens, eu sempre desejo voltar para casa. Tem coisa melhor do que conhecer um monte de novidade, se deparar com uma cultura totalmente diferente, experimentar a gastronomia, aprender um idioma, conhecer gente e tudo mais que uma viagem nos proporciona...e ao final, ter para onde voltar?
Na minha visão, voltar para casa é como que trazer todo o tesouro descoberto na viagem para guardá-lo no baú das boas lembranças. Afinal, é em casa que a gente “rebobina” a fita e percebe que naqueles dias de viagens aconteceu uma verdadeira caça ao tesouro. O tesouro que existe em cada um de nós e por vários motivos, na correria do dia a dia, a gente não consegue perceber.
Voltar para casa também é um momento de redescoberta. É em casa que a gente percebe o que aprendeu com a viagem, é ali, no nosso cantinho, que a gente percebe as mudanças que a descoberta do novo nos transformou.
Tem um encanto em poder voltar para seu lar, seja lá onde for, e perceber que apesar de toda a beleza que há escondida no mundo, existe um lugar que é só seu: o seu mundo. E é lindo. Sem contar que ainda há muito o que descobrir ali mesmo.
Acho que é como as pessoas dizem: “olhar a situação de fora”. A gente viaja, descobre o mundo lá fora e, ainda, temos a oportunidade de avaliar o nosso próprio mundo.
Ah, também penso que voltar para casa não teria graça se a gente não tivesse as pessoas amadas para dividir tudo. Ter a oportunidade de reviver a viagem e contar todos os momentos vividos que, muitas das vezes, durante a própria viagem a gente nem se dá conta. É como se tivéssemos a oportunidade de viajar de novo, mas agora por meio das nossas lembranças.
Viajar é como viver em outro mundo, outra época, outra vida. Voltar para casa é como retornar ao mundo real, e perceber que na realidade temos uma vida bem linda, que ainda não foi descoberta por completo, e precisa ser vivida.