José Manuel Arango
XXXVI
às vezes
vejo em minhas mãos as mãos
de meu pai e minha voz
é a dele
um escuro terror
me assola
quiçá na noite
sonho seus sonhos
e a fria fúria
e a lembrança de lugares não vistos
são ele, repetindo-se
ou ele, que regressa
face retida de meu pai
sob a pele, sobre os ossos de minha face
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