quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Morre o escritor Dalton Trevisan

 





Moisés Mendes

Dalton Trevisan

Tanto tentei imitar Dalton Trevisan, aí pelos vinte e poucos anos, que depois seu estilo se misturava a tudo que eu escrevia, já sem a intenção de imitá-lo.

Mas a grande sacada foi de um jornalista do Paraná que escreveu um perfil do vampiro na revista Status, nos anos 70, como se o texto fosse do Trevisan, com a mesma batida. Não lembro o nome do cara.

Eu imaginava encontrar Trevisan num dia de garoa fininha, ao acaso, comprando pão sovado numa padaria de Curitiba.

Ele iria sair e esquecer o guarda-chuva encostado no balcão. Não, eu não iria chamá-lo para ter a chance de vê-lo de perto e ouvir um obrigado.

Eu não iria dizer nada, não iria alertá-lo, e ficaria com o guarda-chuva. Mas nunca comprei pão em padaria de Curitiba.

O vampiro se foi hoje aos 99 anos.



terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Dalton Trevisan / O Anjo

 


Dalton Trevisan

O Anjo

É um anjo, não há dúvida: apalpo, um tantinho gordo e cheiro, um pouco suado. Tem uns apóstolos-suspeitos, que inventam cada milagre! Um anjo, para falar a verdade, decaído, sujo, asa esquerda rasgada. Ao que se soube, dera um salto duplo (tentativa sacrílega de suicídio?) do terceiro vitral na igreja do Bom Jesus. 

Feliz da vida, agora se diverte atirando batatinha frita na cabeça das damas da noite que às três da matina tomam sopa de cebola no Bar do Luís. Saúda pelo nome quem chega, sabe os segredos íntimos de todo mundo, cafifas, bofes e coronéis. 

De repente a confusão: acusa um guarda-noturno de ter-lhe surrupiado o relógio de pulso (anjo, é sabido, odeia relógio). O guarda exige sua carteira de identidade, ele declara a condição de anjo --- epa! leva um murro no olho. 

O anjo numa cuspidela muda-o em botelha de rum da Jamaica, que bebemos todos, o anjo a piscar o olhinho roxo. 

Senta uma dama alegre no colo e quer por força um ósculo (linguagem de anjo, ósculo!). Ela se nega, a boca é para beijar o filhinho. O anjo a arrasta pelos cabelos para baixo da mesa onde, entre ossos de frango e espuma de cerveja, dorme por sete dias (na versão de-jornais sensacionalistas).

Invocado, o anjo estranha a costeleta do leiteiro que chega manhã cedinho. Xinga-o de quanto nome feio, o leiteiro saca uma navalha, epa! risca em cruz o nariz do anjo. Esse não pode ver sangue e cai durinho de costas. 

Pronto levanta, sacode o pó da asa em frangalhos, cadê o leiteiro? Se escafedeu, longe na carrocinha a galope. Tempo de afastar a atenção geral. Pudera, um anjo baderneiro! 

Estala os dedos: encarna as moscas sobre a mesa em bombons de licor, que oferece às musas dos inferninhos. E os garçons em aves do paraíso que se penduram nos globos de luz. 

Nessa hora, para ver o anjo, há barricadas nas portas e feros combates na cozinha. 

O fim do anjo é triste: surge do meio do nada o maestro Remo de Pérsis e, abraçados, rompem em dó de peito a protofonia do Guarani. 

Fatal: antes que puxe do braço uma terceira asa de reserva... Ai, não, linchado pela multidão em fúria. Aos berros de Morte ao tarado!

Mortinho, ninguém mais duvida. É anjo de verdade, na roupinha nova de marinheiro. 

Ainda não vi outro anjo.


Dalton Trevisan é autor dos livros O vampiro de CuritibaA polaquinha e O maníaco do olho verde, entre outros títulos. Sua obra foi traduzida para diversos idiomas, como o inglês, o espanhol e o italiano. Em 2012, Trevisan ganhou o prêmio Camões de literatura. O autor vive em Curitiba (PR).


Dalton Trevisan / Namorada

 



Dalton Trevisan

Namorada

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque?

A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. 

Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos. 

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. 

Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte. 

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. 

Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho.

Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu. 

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. 

Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é?

A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. 

Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” 

Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. 

De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.


Dalton Trevisan é autor dos livros O vampiro de CuritibaA polaquinha e O maníaco do olho verde, entre outros títulos. Sua obra foi traduzida para diversos idiomas, como o inglês, o espanhol e o italiano. Em 2012, Trevisan ganhou o prêmio Camões de literatura. O autor vive em Curitiba (PR).


Dalton Trevisan, um vampiro à luz do sol

 

Dalton Trevisan, pelas ruas de Curitiba, em foto de Marcelo Ridini, Agência Folha

Dalton Trevisan, um vampiro à luz do sol

Cláudio Renato
10 de Mario de 2010

Dalton Trevisan observa o minúsculo doutor Sampaio, terninho e bengalinha, que deixa a confeitaria Schaffer. "Olha o pezinho, olha a mãozinha, vamos segui-lo!", ordena ao séquito. À noite, vai ter com cafetinas, prostitutas, malandros e velhinhos abandonados. "Dalton divertia-se com cárie, caspa, chulé e usava o material nos contos", diz Carlos Alberto Pessoa, que conheceu e conviveu com o escritor nas andanças por Curitiba. O maior contista do Brasil perseguia, sarcasticamente, o tal doutor Sampaio, mas odeia que o sigam. Aos 85 anos incompletos, sustenta a própria lenda. Há pelo menos seis décadas, foge dos fotógrafos como Drácula, da cruz. Nega entrevistas. Cultiva o mistério.

Xingar em escala crescente (ou decrescente) é uma característica de Dalton Trevisan. O desafeto começa como "barata de fogão", passa a "barata de fogão com caspa na sobrancelha" até ser rebaixado a "barata de fogão leprosa com caspa na sobrancelha". Regozija-se na prospecção de histórias. Na última mesa da Schaffer, é visto normalmente com o advogado e ex-integralista Luiz Gastão Franco de Carvalho ou um amigo "informante." Pede coalhada, torrada e chá. Dalton, fama de avarento, paga ao amigo um moranguinho com nata, a título de "direito autoral."

Pessoa, o ex-informante, conta que Dalton Trevisan considerava Grande Sertão: Veredas ingenuidade de Guimarães Rosa. "Como os vaqueiros não perceberiam que estavam diante de uma mulher?" Tinha reservas até ao conto O Alienista, de Machado de Assis, por achá-lo muito longo. Em cinema, diz o "garganta profunda", adorava Fellini, Visconti e Kubrick.
Dos amigos, Dalton exige fidelidade absoluta, segundo o discreto Eleotério Borrego, livreiro e confidente. Na livraria, o contista tem uma caixa de correspondências. "Quando se aproxima um estranho, pede para apresentá-lo como João", conta o jornalista e editor Fábio Campana.

Uma das principais fontes de Dalton foi Ali Chaim, que, na década de 70, tinha um programa policial na rádio. Chaim - "único cidadão comum com título de delegado honorário do Paraná" - entrevistava ladrão, estuprador, marido traído. "Ele mandava contar tudo, queria saber do fel da história, curra, sacanagem; às vezes ia à delegacia verificar o inquérito", diz o radialista. Dalton gostava de rodar Curitiba de madrugada no fusquinha de Chaim. "Fogueteado, contava um monte de histórias babilônicas."


Como o conde demoníaco da Transilvânia, Dalton tem seus Renfields, seguidores fiéis. "As pessoas ficam fascinadas diante do vampiro e tornam-se doadoras literárias", conta o jornalista Luiz Geraldo Mazza, amigo da juventude. O simpático Estêvão A.S mimetiza os tiques do mestre. Até para marcar entrevista preferia evitar a lotérica onde trabalhava. "Vamos ao café da praça Zacharias, e nada de fotos. Já não gostava de fotografias antes de conhecer o Dalton, imagina agora!" Estevão conta que conheceu o escritor quando precisou gravar um vídeo, Que fim levou o Vampiro de Curitiba? Ele faz favores profissionais e contatos para Dalton no mundo exterior.

O escritor Miguel Sanchez Neto é um dos que mais conversam com Dalton, mas garante que não pretende escrever a biografia do contista. "Não traio a amizade." Sanchez Neto revela apenas que Dalton considera Cristo o grande personagem do Ocidente e gosta muito dos textos de Ivan Lessa, Paulo Francis e, principalmente, das obras de Machado, Rubem Braga e Pedro Nava. O escritor Manoel Carlos Karam conta: o contista odeia ser fotografado por considerar que "a foto mata o espião."

Dalton costumava ir ao Rio para visitar Rubem Braga, morto em 1990. Gostaria de ter convivido mais com o mestre. Crítico feroz de Curitiba, diz que em cada esquina da cidade pode haver um Raskolnikof, o assassino protagonista de Crime e Castigo, obra-prima de Dostoiévski. Dalton até já teve um fusquinha bege, mas gosta mesmo de andar a pé. Frequentador da Boca Maldita na década de 60, preferia as discussões literárias às políticas. Jamais aceitaria uma indicação para a Academia Brasileira de Letras, embora gostasse muito de um ou outro imortal. Os ex-amigos dizem que Dalton é poroso aos elogios, detesta crítica, tem horror a discussões. Foi grande amigo do artista plástico Poty Lazarotto, mas andaram brigados. Reconciliaram antes da morte de Poty - em maio de 1998. Gosta muito de Constantino Viaro, filho do amigo Guido e ex-diretor do Teatro Guaíra, bem como de Miguel Sanchez Neto, hoje com 44 anos.

Na década de 70, Dalton publicou uma crítica na Gazeta do Povo, com as iniciais J.P., intitulada Quem tem medo do vampiro?, em que desbancava o próprio trabalho: "Quem leu um conto, já viu todos (...) Seu pobre vocabulário não tem mais de oitenta palavras." Um trecho diz: "Um talento não se lhe pode negar - o da promoção delirante. Com falsa modéstia, não quer retrato no jornal - e o jornal sempre a publicá-lo. Nunca deu entrevistas - e quantas já foram divulgadas com foto e tudo? Ora, negar o retrato ao jornal não é uma forma de vaidade, a outra face diabólica do cabotino?"

Talvez menos de 15 pessoas saibam o número do telefone da casa acinzentada de Dalton Trevisan. "Quem precisa falar, deve obedecer a códigos pessoais e intransferíveis", conta um dos privilegiados conhecedores da numeração. Cada interlocutor deve obedecer a determinados números de toques, a tantos minutos de espera cronometrada, a senhas predefinidas. É Dalton quem normalmente liga, quando o assunto lhe interessa.

Conta-se que, certa vez, chovia aos cântaros em Curitiba, e o cineasta Joaquim Pedro de Andrade ousou bater no portão da casa, que nem fresta para correspondência tem. Queria conversar sobre o filme Guerra Conjugal, baseado em um conto do curitibano. A porta se abriu; o portão, não. O escritor teria mandado Joaquim Pedro esperar numa esquina determinada em tantos minutos. Quem conhece o escritor, garante que a história é verdadeira. Perto da casa, há uma igreja que inspirou em Dalton Trevisan o anátema Lamentações da Rua Ubaldino. O texto amaldiçoa os Irmãos Cenobitas por causa do barulho das guitarras elétricas e dos sermões. Também perto, há uma sauna masculina, da qual andaram jogando bilhetinhos provocadores para dentro da casa do contista, que jamais acusou recebimento.

Na revista Joaquim, Dalton escreveu certa vez: "Notícia policial, frase no ar, bula de remédio, pequeno anúncio, bilhete suicida, fantasma no sótão, confidência de amigos, leitura de clássicos etc. O que não me contam escuto atrás da porta." É um aspecto curioso da personalidade do escritor. Ele preza a própria intimidade, mas não poupa a alheia, ainda que a ela acrescente uma abordagem ficcional. Muitas das histórias contadas por conhecidos tornaram-se narrativas literárias. Dalton adora quando há uísque em roda de amigos. Ele não bebe, mas os outros se soltam. "Ele quer saber de todos os pormenores, os detalhes sórdidos", conta Carlos Alberto "Nego" Pessoa, personagem involuntário do contro Pássaro de cinco asas (1975).

Verbete na Enciclopédia dos Vampiros, da editora americana Makron Books, Dalton Trevisan há anos mantém em Curitiba asseclas que se renovam. Para apagar os próprios rastros, pedia aos amigos - como os jornalistas Fábio Campana, "Nego" Pessoa e o escritor Jorge Snege - que "invadissem" as bibliotecas públicas e os sebos, onde mantinha informantes para saber quando surgia qualquer obra por ele enjeitada. Eles deveriam subtrair da prateleira as provas dos "crimes" juvenis de Trevisan e entregá-las para o autor destruí-las. Em troca, oferecia novas edições autografadas. Ou um dedo de prosa em que ele ouvia, o outro falava.

Snege registou na autobiografia Como eu se fiz por si mesmo (Travessa dos Editores, 1994) o episódio em que Dalton ofereceu a Campana, na época, os seus três últimos livros autografados, em troca de um único exemplar de Sonata ao Luar (obra de 1945 renegada pelo autor). O jornalista deveria surrupiar o livro da biblioteca pública. Campana cumpriu a missão, segundo Snege, graças a um capote sob o qual escondeu o exemplar.

Dalton Trevisan tem obsessão em revisar os contos e apagar o passado literário e biográfico. Quando presenteia um velho amigo com a nova edição de um livro, faz questão que lhe devolva o exemplar da tiragem anterior. Além da novela Sonata ao Luar, com ilustrações de Guido Viaro, o escritor rejeitou sonetos, ideias soltas, críticas e crônicas esportivas publicadas nos periódicos O Livro (1939) e Tingui (1940). Os textos de Dalton são reescritos (e reduzidos) quantas vezes julga necessário. Em cada edição, narrativas mais concisas, os mesmos personagens, as mesmas situações em uma Curitiba que já não existe mais. Com o tempo, os contos se reduzem a haicais, como em 111 Ais (editora L&PM) e na edição limitada de 71 contos fragmentários distribuida para amigos.

O ex-secretário estadual de Cultura do Paraná Luiz Alberto Soares elogia a coragem do contista. "Ele quer mais é fugir dos chatos que o procuram para uma orelha de livro, um prefácio, coisas que ele nunca fez." Soares garante que o escritor é afável, mas contido. De Jorge Amado, só considera A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água. O crítico Wilson Martins, amigo de Dalton da década de 40 até os anos 70, foi dos primeiros a lhe elogiar o trabalho na revista Joaquim. Romperam. Morto no começo deste ano, Martins acusava o contista curitibano de repetitivo. "E não vamos brincar de fazer as pazes.”

Quando, na livraria do Chaim, Dalton folheou a biografia de Vinícius de Moraes, O Poeta da Paixão, do jornalista e escritor José Castello, ficou apavorado. Para começar, não gostou de uma foto. Telefonou para todos os amigos para perguntar o que Castello fazia na cidade. Quando soube que o jornalista se mudara para Curitiba definitivamente, ficou aflito. Castello garante que não quer saber mais de biografia. Cinco anos na capital do Paraná, não tinha idéia de como Dalton era fisicamente. 

O escritor Wilson Bueno dizia achar curioso o conceito de morte de Dalton. Ele afirmava existir três experiências de morte: a natural, a de Ivan Illich, de Tolstói, e a anunciada, de Gabriel García Márquez. A biografia seria a quarta forma de um vampiro morrer.

No próximo capítulo, informações preciososas para quem um dia ousar escrever a biografia (não autorizada, obviamente) de Dalton Jérson Trevisan. ´


sábado, 30 de novembro de 2024

Oliver Reed

 





Oliver Reed

Em 1999, Oliver Reed estava filmando as cenais finais de Gladiador (Gladiator, 2000) de Riddley Scott, em Malta. Num dos intervalos, dirigiu-se a um pub onde bebeu oito cervejas lager, 12 doses duplas de run, 14 doses de whisky e disputou partidas de braço de ferro com cinco jovens marinheiros ingleses que bebiam no mesmo bar. De repente numa das disputas, um enfarte fulminante acabou com a sua vida, mas transformou-o em uma lenda (esse bar ainda guarda sua última conta emoldurada, sem pagar).

As cenas finais do filme foram feitas sem ele devido à sua morte (em algumas cenas foi preciso recriá-lo através de CGI, o que aumentou o orçamento do filme. O estúdio Universal, responsável pela produção, desembolsou nada menos do que 3,2 milhões de dólares). 

Gladiador foi dedicado à memória dele e o bar ficou conhecido como Ollie's Last Pub...Oliver Reed tinha 61 anos.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Mieko Kawakami

 




MIEKO KAWAKAMI

Nascida em Osaka, no Japão, Mieko Kawakami fez sua estreia literária como poetisa e publicou sua primeira novela, My EgoMy Teeth, and the World, em 2007. Seus livros, traduzidos para mais de 30 idiomas, são conhecidos por suas qualidades poéticas e reflexões sobre o corpo feminino, a ética e a sociedade moderna. Os prêmios literários de Kawakami incluem o Akutagawa, o Tanizaki e o Murasaki Shikibu. Heaven, traduzido por Sam Bett e David Boyd, foi finalista do International Booker Prize de 2022. Seu romance mais recente traduzido para o inglês é All the Lovers in the Night e foi indicado para o National Book Critics Circle Awards em 2023. Ela mora em Tóquio.



segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Lily Allen cria perfil em plataforma erótica para vender fotos exclusivas de seus pés

 

Fotografia dos pés da cantora britânica Lily Allen — Foto: Reprodução
Fotografia dos pés da cantora britânica Lily Allen — Foto: Reprodução 


Lily Allen cria perfil em plataforma erótica para vender fotos exclusivas de seus pés 

A cantora revela ter criado conta após descobrir que seus pés são bem avaliados na web 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro 

 

A cantora brintânica Lily Allen, surpreendeu seus fãs ao anunciar que abriu uma conta na plataforma erótica OnlyFans. Segundo a artista, a ideia é vender fotos exclusivas de seus pés por cerca de £ 8, aproximadamente R$ 57 por mês.


Allen afirma que a ideia surgiu após ela descobrir que os seus pés eram “bem avaliados” no WikiFeet, uma plataforma que reúne fotos de pés de diversas celebridades internacionais. Assim, ela resolveu abrir uma conta e já compartilhou seis fotos de forma bem humorada. A artista também revelou que foi incentivada por sua pedicure, que a aconselhou a investir nesse mercado. 

"Tenho uma senhora que vem fazer as minhas unhas e me informou que tenho cinco estrelas no WikiFeet, o que é bastante raro", disse Lily no seu podcast "Miss Me?".



Na semana passada, a britânica já havia brincado com a ideia, ao falar que ouviu dizer que poderia "ganhar muito dinheiro vendendo conteúdo para pés".

Dona de alguns dos maiores hits dos anos 2000, como "Fuck You" e "Smile", Lily Allen está afastada dos palcos e focada nos podcasts, e agora tem seu próprio programa, "Miss me?" ("Sente minha falta?", em português), da BBC. 

Os fãs continuam na expectativa de vê-la voltando a cantar, mas em março deste ano, durante uma entrevista ao podcast Radio times, ela fez um desabafo: "Quando se trata de carreira, nunca tenho uma estratégia de fato, mas, sim, minhas filhas arruinaram minha carreira. Eu as amo e elas me completam, mas em termos de estrelato pop, arruinaram tudo". A cantora tem duas filhas, de 10 e 12 anos.


O GLOBO



sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Cientistas recriam rosto de “vampira” enterrada com cadeado no pé e foice no pescoço

 

Zosia, suposta “vampira”, enterrada há cerca de 400 anos na Polônia com um cadeado no pé e uma foice de ferro sobre o pescoço – Foto: Reprodução

Cientistas recriam rosto de “vampira” enterrada com cadeado no pé e foice no pescoço

  

Cientistas poloneses recriaram o rosto de uma jovem chamada “Zosia”, enterrada há cerca de 400 anos na Polônia com um cadeado no pé e uma foice de ferro sobre o pescoço. Este tipo de sepultamento reflete antigas crenças sobre vampiros, sugerindo que o povo local temia que ela retornasse do mundo dos mortos. A reconstrução do rosto foi feita usando DNA, impressão 3D e argila modeladora, revelando a aparência real da jovem que supostamente seria uma “vampira”.

O esqueleto de Zosia foi descoberto em 2022 por arqueólogos da Universidade Nicolau Copérnico de Torun, na Polônia. Eles estimam que ela tinha entre 18 e 20 anos ao morrer e que possivelmente sofria de uma condição que causava desmaios e dores de cabeça graves. Esses sintomas, no passado, eram associados a transtornos que poderiam levar à suspeita de atividades sobrenaturais. Segundo a equipe de pesquisa, o uso de objetos como cadeados e foices no enterro visava impedir que “vampiros” retornassem para assombrar os vivos.

Oscar Nilsson, arqueólogo sueco responsável pela reconstrução facial, usou uma réplica em 3D do crânio de Zosia e aplicou camadas de argila plástica para modelar suas características faciais. Nilsson destacou que a recriação foi feita para trazer Zosia de volta “como uma humana” e não como o “monstro” que a lenda sugere. “É emocionante ver o rosto de alguém retornando, especialmente conhecendo sua história”, afirmou o arqueólogo.

Jovem polonesa foi enterrada com um cadeado no pé –


O ESSENCIAL




Jovempolonesa foi enterrada com um cadeado no pé 

:

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Paul Auster / 1947 - 2024



Paul Auster during a promotional photo session in Venice, Italy on September 2, 1996.

LEONARDO CENDAMO (LEONARDO CENDAMO)

Paul Auster 

(1947-2024)




Paul Auster



The novelist and film director Paul Auster at his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK

  
Paul Auster on January 8, 1988 outside his house in Brooklyn, New York.ULF ANDERSEN


The novelist and film director Paul Auster at his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK 


 

Paul Auster in Brooklyn.TIMOTHY FADEK

  

Paul Auster celebrating his literary prize at the Princess of Asturias Awards in Oviedo, Spain in 2006.DUSKO DESPOTOVIC 

 
Paul Auster speaks with the press inside his home in Brooklyn, New York.TIMOTHY FADEK 


The novel 'Sunset Park' by Paul Auster on display at the Barnes & Noble bookstore in Union Square, New York on November 17, 2010.DARIO CANTATORE

Paul Auster in Paris in 1993.ERIC ROBERT 

Paul Auster at a presentation at The Great Hall inside Cooper Union, in New York City


Paul Auster's ID card for the 24th Deauville American Film Festival in 1998.ERIC ROBERT

Paul Auster in Paris.ERIC ROBER


Paul Auster with his daughter Sophie Auster and wife Siri Hustvedt sitting at their dining room table inside their home in Brooklyn on July 11, 2006.JOHANNES KROEMER 

Paul Auster on January 8, 1988 in Brooklyn, New York.ULF ANDERSEN

  
Paul Auster and Salman Rushdie at the PEN Edmont Christmas charity in The Half King on December 13, 2009.PATRICK MCMULLAN




EL PAÍS






terça-feira, 22 de outubro de 2024

João Gabriel / Vivian Maier


João Gabriel 

VIVIAN MAIER


Vivian Maier foi uma artista secreta que passou a maior parte de sua vida trabalhando como babá e cuidadora nos subúrbios de Chicago, nos Estados Unidos. Ela nunca mostrou suas fotos para ninguém, nem mesmo para seus amigos e familiares. Ela guardava suas câmeras, filmes, negativos e impressões em caixas e malas que ficavam empilhadas em seu quarto alugado. Ela tirou mais de 150 mil fotografias durante sua vida, principalmente das pessoas e arquitetura de Chicago, Nova York e Los Angeles, embora também tenha viajado e fotografado pelo mundo.

Vivian Maier nasceu em Nova York, em 1926, filha de pais franceses. Ela passou parte de sua infância na França, onde aprendeu a falar francês e a se interessar por arte e cultura. Ela voltou para os Estados Unidos em 1951, e começou a trabalhar como babá. Ela sempre carregava uma câmera consigo, e aproveitava seus momentos de folga para explorar as ruas e capturar cenas cotidianas, com um olhar sensível e perspicaz.



Ela usava principalmente câmeras Rolleiflex de médio formato, que permitiam uma alta qualidade de imagem e um ângulo de visão diferente, já que ela tinha que olhar para baixo para enquadrar as fotos.

As fotografias de Vivian Maier revelam uma grande habilidade técnica e artística, além de um profundo interesse pela humanidade. Ela fotografava desde crianças brincando até mendigos dormindo, desde vitrines elegantes até lixeiras transbordando, desde arranha-céus imponentes até becos sombrios. Ela tinha um senso de composição, luz e sombra, contraste e cor, que faziam suas imagens se destacarem. Ela também gostava de fazer autorretratos, usando espelhos, janelas, sombras e reflexos, mostrando sua presença discreta e misteriosa.



As fotografias de Vivian Maier permaneceram desconhecidas e não publicadas até 2007, quando um colecionador de Chicago, John Maloof, comprou algumas de suas caixas em um leilão, sem saber o que havia dentro. Ele ficou impressionado com a qualidade e a quantidade das fotos, e começou a pesquisar sobre a autora. Ele descobriu que Vivian Maier havia morrido em 2009, aos 83 anos, após sofrer um acidente e ficar sob os cuidados de uma família para quem ela havia trabalhado. Ele também encontrou outros dois colecionadores de Chicago, Ron Slattery e Randy Prow, que haviam adquirido parte do acervo de Vivian Maier na mesma época. Juntos, eles decidiram divulgar o trabalho de Vivian Maier na internet, e o resultado foi uma sensação mundial.



sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Poemas

 



Admirável

aquele que frente ao relâmpago

não diz: a vida foge... (Bashô)


*


Não dizem palavra

o anfitrião, o hóspede

e o crisântemo. (Ryota)


*

Ah, se me viro

esse passante já

não é senão bruma. (Shiki)


*


Trégua de vidro:

o som da cigarra

perfura rochas. (Bashô)


*


Lua da montanha:

brilhas igualmente

para o ladrão de flores. (Issa)


*


Sobe 

Do barraco do mendigo

Uma linda pipa. (Issa)


*

A criança às costas

Bulindo com meus cabelos –

Ah, quanto calor! (Shiba Sonome)



Chovisco: tagarelam

a capa de palha

e a sombrinha. (Buson)

  

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Missão: comprar sakê para a aula sobre haikais na oficina de poesia. Se rolar clima, a gente faz até uma renga.