Elizabeth Bishop
MANEIRAS
Para uma criança de 1918
Meu vovô sempre dizia
quando a gente ia de trem:
"Nunca deixe, minha neta,
de cumprimentar alguém."
Vimos um moço com pressa.
"Bom dia, senhor. Bom dia",
vovô disse, com chicote
em punho. E eu só repetia.
Então vimos um garoto
com um corvo de estimação.
"Nunca negue uma carona;
é falta de educação",
meu vovô disse. Então Willy
foi com a gente, mas a ave
fez "Craw!" e voou. Pra onde
ela foi?! Coisa mais grave!
O corvo voou um pouco
poste a poste, mais à frente.
Willy assovia — ele volta!
"Corvo mais inteligente!",
disse vovô, "Vejam só
como o corvo é bem treinado!
Não se esqueçam desse exemplo:
bicho ou gente, que educado!"
E assim que os carros passaram,
tudo se tornou um caos,
mas vovô disse: "Bom dia!"
com animação das boas.
E depois: "Assim as éguas
vão perder as estribeiras!",
no que seguimos a pé
conforme as boas maneiras.
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