Umberto Eco |
Morre Umberto Eco
O escritor e filósofo italiano faleceu aos 84 anos, segundo informa o jornal 'La Repubblica'
Roma 19 FEV 2016 - 20:48 COT
Muere Umberto Eco, el humanista total (De otros mundos)
Italian author Umberto Eco dies aged 84 (Dragon)
Morto lo scrittore Umberto Eco (Dante)
L'écrivain et philosophe italien Umberto Eco est mort (Rimbaud)
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Aos 84 anos, sem nunca perder a curiosidade crítica, morreu nesta sexta-feira em Milão o escritor, filósofo e semiólogo italiano Umberto Eco. A notícia foi comunicada ao jornal italiano La Repubbllica pela família. O autor de obras essenciais, tais como O Nome da Rosa, de 1980, ou Pêndulo de Foucault, de 1988, nasceu em Alessandria, norte da Itália, em 5 de janeiro de 1932. A última das obras de sua prolífica carreira como autor de romances de sucesso e ensaios de semiótica, estética medieval ou filosofia, foi Número Zero, um olhar crítico do grande conhecedor da comunicação sobre a crise do jornalismo, que, alertou, começou "nos anos cinquenta e sessenta, quando a televisão chegou."
“Até então”, disse ele em uma entrevista para o jornalista Juan Cruz publicada pelo EL PAÍS, “o jornal contava às pessoas o que havia acontecido na tarde anterior, por isso muitos se chamavam jornais vespertinos: Corriere della Sera,Le Soir, La Tarde, Evening Standard ... Desde a invenção da televisão, o jornal da manhã diz o que as pessoas já sabem. E agora é a mesma coisa. O que deve fazer um jornal? ". Essa era a dúvida –a curiosidade vestida de pessimismo– que o levou a publicar seu último livro e a manter os olhos abertos para tudo o que acontecia ao seu redor.
Ao divulgar a notícia da morte de Eco –poucas vezes a expressão Itália está de luto teve tanto sentido–, o jornal La Repubblica colocou em seu site uma manchete que resume muito bem a personalidade de Eco e o respeito, quase unânime, que despertava na Itália: "Morre Umberto Eco, o homem que sabia de tudo." Como destacava o jornal Corriere della Sera, Eco foi uma presença constante e essencial da vida cultural italiana do último meio século, mas a sua fama, em todo o mundo, ocorreu devido ao extraordinário sucesso de O Nome da Rosa, um best-seller traduzido em todo o mundo e que teve milhões de cópias vendidas. "Recorrer a vida e a carreira de Umberto Eco", explica o jornal de Milão, "também significa reconstruir uma parte importante da nossa história cultural."
Eco era doutor em filosofia pela Universidade de Turim e trabalhou em programas culturais da RAI, empresa estatal de TV e rádio Italiana, desde 1954. Durante os primeiros anos da década de 1960, trabalhou como professor associado de estética na Universidade de Turim e Milão.
Eco também foi durante anos professor de filosofia na Universidade de Bolonha, onde lançou a Escola de Estudos Humanísticos, conhecida como o "superescola '. A iniciativa tem como objetivo divulgar a cultura internacional e é destinada a graduados com um alto nível de conhecimento. Ele também foi fundador e secretário da Associação Internacional de Semiótica.
Em seu currículo também estão inclusas outras distinções que o endossam como um escritor de renome e semiólogo. É doutor honoris causa em cerca de vinte universidades em todo o mundo e tem prêmios de prestígio, incluindo a Legião de Honra da França.
Em 1998, ele também se tornou um membro da Fundação Academia Europeia de Yuste e membro do Fórum de Anciãos da Unesco. Seus trabalhos mais recentes são Baudolino, 2000; A Misteriosa Chama da Rainha Loana, de 2004; O Cemitério de Praga, 2010; e Número Zero, que foi publicado em 2015.
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