Edwin Morgan
UM CIGARRO
Não há fumo sem ti, meu fogo.
Depois de teres partido,
O teu cigarro cresceu no meu cinzeiro
E enviou uma linha de uma cinza muito calma.
E sorri a quem iria acreditar no seu sinal
de tanto amor. Um cigarro
no cinzeiro do não-fumador.
Enquanto a última espiral
estremece, uma pequena corrente de ar
sopra o seu caminho no meu rosto.
É cheiro, é gosto?
Tu estás aqui de novo, e eu estou bêbado no teus
lábios de tabaco.
Fora com a luz.
Deixa o fumo esconder-se no escuro.
Até eu ouvir a mesma cinza
Suspirar entre as flores de bronze.
Respirarei, após a meia-noite, o teu último beijo.
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