segunda-feira, 13 de junho de 2022

Alyssa Wong / Á filha da jardineira

Alyssa Wong



Alyssa Wong
 Á filha da jardineira
 

Se sou Hades, minha carruagem estilhaçada
Quando te vi; meu velho esqueleto incendiado
Com brasa brilhante — no meu peito, invernada
Através de tempestuosas cidades, meu coração arruinado.
O calor de seus dedos, seus suspiros, cerziria-os na mão—
Imprimindo carne e osso com um fio dourado,
Que talvez faça-os durar mais do que a estação
Quando apenas sombras frias na cama me dão agrado.
Agora sementado em mim e rapidamente consumido,
O solo fértil que eu não me sabia dispor,
Essa ânsia pelo brilho do sol, indocilmente florescido
É suficiente para enlouquecer um conquistador—
Tolo o suficiente para desfazer um reino em ar
Eu engoliria a morte inteira para te fazer ficar.


Alyssa Wong

For the gardener's daughter
by Alissa Wong


If I am Hades, my chariot splintered
When I met you; my cold bones ignited
With heat, bright, that in my chest had wintered
Through storms of cities, my own heart blighted.
Your fingers’ warmth, your sighs, I’d sew them here—
Imprinting flesh and bone with golden thread,
So they might linger beyond half the year
When only cooling shadows grace my bed.
Now seeded in me and fast consuming
The fertile heartground I’d not known I had,
This lust for sunlight, rebel’iously blooming
Is enough to drive a conqueror mad—
Fool enough to wish a kingdom away,
I would swallow death whole to make you stay.


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