terça-feira, 14 de agosto de 2018

Morre o escritor e prêmio Nobel de Literatura V.S. Naipaul

V.S. Naipaul

Morre o escritor e prêmio Nobel de Literatura V.S. Naipaul






O escritor britânico faleceu aos 85 anos, anunciou sua família neste sábado


EL PAÍS
12 AGO 2018 - 08:44 COT






O avô de V.S. Naipaul fugiu da Índia para trabalhar em uma plantação de açúcar e seu pai foi jornalista e escritor. Cresceu em um meio humilde, mas que não o impediu se mudar aos 18 anos ao Reino Unido para estudar na Universidade de Oxford onde, graças a uma bolsa, se graduou em Arte em 1953.
Escreveu seu primeiro romance estando em Oxford, mas não foi publicado. Deixou a universidade em 1954 e encontrou um trabalho na National Portrait Gallery de Londres. Seu primeiro livro publicado, O Massagista Místico, em um princípio não foi bem recebido pela crítica, mas no ano seguinte, em 1956, ganhou seu primeiro prêmio literário: o John Llewellyn Rhys Memorial Prize para autores jovens.
Ganhou vários outros prêmios literários, entre eles o Bookers Prize em 1971 e o T.S. Eliot de Escrita Criativa em 1986, e é doutor honoris causa pelas universidades de Saint Andrew, Columbia, Cambridge, Londres e Oxford.
Também recebeu distinção da rainha Elizabeth da Inglaterra em 1989. "Quando aprendi a escrever, me converti em meu próprio professor, me fortaleci, e essa fortaleza está comigo até hoje", se descreveu durante uma entrevista em 2010 para a agência Reuters.
Naipul tinha fama de ser direto e contundente em suas declarações e afirmou, certa vez, que a literatura contemporânea em castelhano não é interessante e que os escritores latino-americanos são culpados de "negligencia intelectual". Do escritor espanhol Pío Baroja disse que seu Zalacaín, O aventureiro é "uma autêntica tolice" e do argentino Jorge Luis Borges afirmou: "Sua poesia é de escape. Engrandece o passado com falsidades. Deveria reconhecer que sua história é esquálida".
Durante uma entrevista ao EL PAÍS em 2015 ele e sua esposa descreveram seu estilo como: verdade, transparência e honestidade. "A verdade absoluta não existe, pois está sempre mudando, mas é preciso fazer o máximo esforço para se aproximar o máximo possível da verdade. Ele passou a vida voltando à Índia, falando sobre o tema, voltando a examinar o país de diferentes pontos de vista", assinalou sua esposa Nadira Khannum em sua casa do bairro de Chelsea em Londres.
Durante a mesma entrevista foi também muito contundente com o radicalismo islâmico. "Não tenho medo porque na verdade são débeis e seria muito fácil acabar com eles, destruí-los, se as grandes potências entrassem em acordo. Todo esse discurso islâmico tem pouca substância".


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