Jane Fonda |
Oito décadas de Jane Fonda
A atriz chega aos 80 anos em plena forma e celebra com uma semana de festas
Los Angeles 17 DEZ 2017 - 18:02 COT
Jane Fonda nunca pensou em chegar aos 80 anos. “Mas não voltaria à minha juventude nem por todo o dinheiro do mundo”, comentou este ano a atriz enquanto promovia em Los Angeles seu último trabalho, Nossas Noites. Dá na mesma o que ela quer. Seu encontro anual com a idade, o 21 de dezembro, está na virada da esquina e a atriz e ativista decidiu celebrar como sabe: com oito dias de festejos. Dias de festa que reconheçam as oito décadas de uma estrela na marra. Porque, como sempre diz a filha de Henry Fonda e irmã de Peter Fonda, a única razão pela qual se meteu com a carreira de intérprete foi porque a demitiram do emprego de secretária e tinha de ganhar o pão. “E como costuma acontecer com os filhos dos atores, sempre acabamos caindo no curral.” É a sua explicação do que veio depois.
Fonda nunca foi como o resto. Mais que uma intérprete, era um símbolo de independência, feminismo e empoderamento muito antes de que campanhas como #MeToo trouxessem à luz as desigualdades de gênero em uma indústria chamada Hollywood. Foi uma sex symbol em filmes como Barbarella (1975) e produtora consciente em outras fitas, como O Regresso (1978) e A Síndrome da China (1979). Como Fonda lembrou há tempos a este jornal, ela vem de uma geração em que as mulheres não podiam suar em público, algo que não a deteve na hora de se tornar a imagem mais popular da aeróbica.
Continua se cuidando, embora não da mesma maneira. “Ando em vez de correr, e também não esquio mais, deslizo. E continuo fazendo yoga, mas muito devagar”, confessa. Uma rotina que alterna com massagens faciais, especialmente quando trabalha. Isso não lhe falta, já que à beira dos 80 a ganhadora de dois prêmios Oscar está mais presente que nunca. Este ano estreou o longa-metragem, com Robert Redford, e a série Frankie & Grace iniciará em 2018 sua quarta temporada na Netflix. Como diz, é “uma bênção” poder continuar fazendo o que agora desfruta.
A Fonda que também perdura é a que ganhou o apelido de Hanoi Janedurante a guerra do Vietnã. Se festejou os 79 protestando em Dakota contra um oleoduto e começou o ano à frente da chamada marcha das mulheres, que congregou milhões de manifestantes nas ruas dos Estados Unidos em protesto contra a política de Donald Trump, seu novo aniversário não fica atrás. A longa semana de festejos, que começou em 9 de dezembro, tem como objetivo arrecadar 1,3 milhão de dólares (4,2 milhões de reais) destinados à campanha de defesa do poder e potencial dos adolescentes. Trata-se de conseguir ajuda financeira para a organização que Fonda fundou em 1995 e que proporciona educação sexual e ajuda para evitar a gravidez de adolescentes.
As celebrações começaram em Atlanta e delas tomaram parte numerosas amizades da atriz, como Rosanna Arquette, Catherine Keener, James Taylor e Carole King. Outros que não puderam ir a cumprimentaram por vídeo, como Kerry Washington e o rapper Ludacris. Dolly Parton lhe dedicou a canção de Como Eliminar Seu Chefe, filme em que atuaram juntas em 1980. E Oprah disse ter contribuído com 100.000 dólares à organização beneficente da Geórgia (EUA) à qual a noitada era dedicada. Ted Turner, um dos ex de Fonda, também se uniu ao aniversário feliz. Um detalhe porque a mulher que parece não temer ninguém reconheceu recentemente a este jornal seu único medo: “A intimidade emocional”.
A idade lhe ensinou que é melhor ser famosa do que não ser, algo com o que lutou em sua juventude. E, embora continue sendo vaidosa, fala com honestidade sobre a beleza. “É uma combinação de genes e dinheiro. Você tem de fazer o que puder para se manter bem, mas sem exagero. E é claro que me ajudei um pouco”, ri, quando fala do assunto. Como disse Redford durante a estreia do último filme que fizeram juntos, ambos se dão conta da idade que têm. “Mas para nós isso não importa. Eu também tenho 80 e não há como voltar a página”, resumiu o lendário galã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário