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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Cate Blanchett / “Na minha casa não há espelhos”

Cate Blanchett


Cate Blanchett:
“Na minha casa não há espelhos”

Familiar e discreta, a atriz foge da vaidade que acompanha grandes estrelas



Se há uma constante em Cate Blanchett, além de seu talento e sua beleza, é o fato de que nunca sabe o que está vestindo. Ou pelos menos é o que a admirada atriz sempre diz, seja nas telas ou no tapete vermelho. Falsa modéstia? Provavelmente. Seria ironia a falta de memória de uma intérprete como a australiana, eternizada tanto por sua filmografia (O aviador, a trilogia de O Senhor dos Anéis e de O HobbitBlue Jasmine e agora Cinderela) como por sua elegância ao vestir modelos de Balenciaga, Dior, Armani, Galliano e Gaultier, entre outros.


"Tudo ajuda. O cabeleireiro, o maquiador, usar um vestido que um estilista desses fez para você", admite sem decoro. Mas a identidade não depende de suas roupas nem de seus troféus. "É algo muito mais fluído", tenta explicar. O Oscar, e os prêmios em geral, proporcionam um salto, e ela não nega. "De uma indecência desproporcional", especifica. E a experiência no tapete vermelho — sempre "horrenda"— a deixa muito nervosa. "Este ano foi um pouco mais agradável e fiquei menos nervosa porque ia entregar a estatueta", acrescentou sobre o momento no qual entregou o prêmio de melhor ator a Eddie Redmayne.
E a vaidade? Onde fica? "Em minha casa não há espelhos, menos no chuveiro, onde você pode se olhar de todos os ângulos. E isso é bom porque, assim, os banhos são mais rápidos, o que é muito benéfico, e não só para o meio ambiente", confessou a atriz, muito preocupada com a preservação ambiental. Em um desses momentos, nos quais a ficção imita a realidade, Blanchett é a madrasta da nova Cinderela – que estreia no dia 26 de março no Brasil – e acaba de anunciar a chegada à casa de sua filha adotiva, a pequena Edith Vivian Patricia Upton. Com três filhos homens (Dashiell, 13 anos; Roman, 10 anos, e Ignatius, 6 anos) que teve com seu marido, o diretor teatral Andrew Upton, Blanchett não esconde que queria ter uma menina em casa.


Cate Blancett, caracterizada como a madrasta da Cinderela. / CORDON PRESS
"Os meninos podem ser uns diabos", afirmou sobre sua prole. "Mas são muito divertidos. Eles me fazem rir constantemente. Agora estamos nessa fase na qual tudo o que faço e tudo o que digo os envergonha. No outro dia, estávamos no carro e começamos a cantar no meio da estrada até que me disseram que eu me calasse porque alguém podia me ouvir", contou. A família vive em uma casa que compartilham com o cachorro, Carol, e onde, segundo a atriz, domina a imaginação. "Indo a outras casas me dei conta de que meus filhos não têm muitos brinquedos, mas, depois, me surpreendem, porque quando ofereci ao meu mais velho um Kindle de presente de Natal, para que não tivesse que carregar tantos livros, ele me disse que gostava do cheiro do papel. Devemos ter feito algo certo".
A atriz, de 45 anos, não quis dar mais detalhes sobre Edith, mas não se importou em falar da casa que, a partir de agora, a nova pequena vai passar a aproveitar junto com o resto da família. Uma casa onde a leitura é considerada um hábito importante —"inclusive os contos de fadas"—, e o mesmo acontece com os estímulos visuais. "Já sei que sempre que estou em público me vejo neste tipo de situações, falando. Mas te surpreenderia o pouco que costumo falar. Em casa eu gosto de escutar. No supermercado, no parque, observar as outras crianças. Sou extremamente visual, e assim que tenho algum dinheiro economizado invisto em nossa coleção de pintura e escultura", afirma, sem citar artistas. "Tenho um gosto muito eclético", acrescenta. Gostaria de ter um quadro de Lucian Freud, e Gerhard Richter é outro de seus preferidos. "Pintores extraordinários e que foram uma grande influência para mim, mas que fogem do meu orçamento", ri Blanchett, que, segundo a revista Forbes, goza de uma fortuna equivalente a 145 milhões de reais. "Não sou das que têm um Picasso ou um Rembrandt. Minha coleção de arte é modesta. Além disso, como disse Eddie [Redmayne] sobre o Oscar, sou dessas pessoas que sentem que a arte não nos pertence. Somos apenas os guardiões de um trabalho que transcende as fronteiras."


A atriz, com o marido e os três filhos, em Port Vila (Vanuatu), em julho de 2014. / CORDON PRESS
Suas próprias fronteiras também estão a ponto de mudar. Blanchett cogita se mudar com a prole inteira da sua Austrália natal para os Estados Unidos, de onde, apesar da fama e dos laços familiares (seu pai é do Texas), fugiu a vida toda. São vários os projetos que exigem a presença dela nesse país, e seu marido encerrou seu contrato de trabalho à frente da companhia nacional de teatro em Sydney. É "o mais lógico", diz ela sobre a possível mudança. Além disso, justifica-se, é alguém que busca viajar o mínimo possível, e quando viaja não hesita em levar a família. "Este ano visitamos Auschwitz com as crianças. É esse tipo de lembrança da qual nunca esquecerei. Uma experiência única."




quarta-feira, 30 de maio de 2018

Cate Blanchett, a mulher que é quase perfeita

Cate Blanchett na cerimônia de encerramento do Festival de Cannes de 2018.  


Cate Blanchett, a mulher 

que é quase perfeita

Atriz e mãe de família numerosa, se destacou por sua participação no debate feminista que agita Hollywood



Alex Vicente
París, 30 mai 2018

Para onde quer que se olhe lá está Cate Blanchett. Há algum tempo a atriz australiana se tornou onipresente. Acaba de exercer o cargo de presidenta do júri no Festival de Cannes, onde conquistou o impossível ao anunciar uma premiação aplaudida até pelos críticos mais difíceis de se contentar. Incluía até mesmo um prêmio especial a Jean-Luc Godard, algo inédito nos 71 anos de história do evento, de modo que precisou “infringir o protocolo”, como confessou, e que lhe custou várias brigas com os responsáveis pelo festival.
Seus gostos cinéfilos são ecléticos, como mostram suas escolhas na telona. Acaba de estrear Manifestoum filme experimental inspirado nos ismos do século XX, às ordens do artista Julian Rosefeldt, e está prestes a lançar Oito Mulheres e um Segredo, o spin-off feminino da saga de ladrões de colarinho branco, que chegará aos cinemas brasileiros em junho.
Como se não bastasse, tem quatro filmes em pós-produção, incluindo o novo de Richard Linklater e a última adaptação de O Livro da Selva, onde dá voz à serpente Kaa. Além disso, acaba de assinar como nova porta-voz dos produtos de beleza Armani, após ser imagem de dois de seus perfumes desde 2013, e tem quatro filhos com o diretor teatral Andrew Upton, com quem vive em uma mansão do condado britânico de Sussex desde 2016. A primeira coisa que costumam perguntar a ela nas entrevistas é como consegue. “Não consigo, mas tento, como tantas mulheres...”, respondeu à revista Madame Figaro no começo de maio. “Não sei fazer pausas. Sou hiperativa que sempre pensa: O que tenho para amanhã?”. Em outra entrevista à revista Variety, se definiu como “intensamente curiosa”. “Estou constantemente interessada em abrir portas invisíveis que antes não havia visto”, acrescentou.
Cate Blanchett posa no carpete vermelho do Festival de Cannes em 10 de maio de 2018
Cate Blanchett posa no carpete vermelho do Festival de Cannes em 10 de maio de 2018 GTRESONLINE
Nos últimos meses, Blanchett se destacou por sua participação no debate feminista que agita Hollywood (e o mundo). Pouco antes do festival, revelou que também foi vítima do produtor Harvey Weinstein, com quem trabalhou em diversos filmes. “Atacava principalmente os vulneráveis, como a maioria dos predadores”, disse Blanchett. A atriz afirmou que Weinstein costumava lembrá-la que “não eram amigos” por ela não fazer “o que ele pedia”.

Manifesto

Durante sua passagem por Cannes, Blanchett também liderou o grupo de 82 mulheres da indústria cinematográfica que desfilaram pelo carpete vermelhoexigindo uma igualdade real e perceptível antes de 2020. Leu um manifesto, como esses que seu último filme reivindica, que talvez voltem a ser necessários nesses tempos revoltos.
“Nós mulheres não somos uma minoria no mundo, mas o estado atual da indústria parece indicá-lo”, disse Blanchett na escadaria do carpete vermelho. Em sua entrevista à Madame Figaro já havia se referido ao mesmo tema: “A sub-representação é flagrante. Mas uma mudança profunda está ocorrendo: as mulheres já não se calam tanto. Já não esperam que alguém venha salvá-las”. Ao ganhar o Oscar por Blue Jasmine – há cinco anos, quanto estava muito menos na moda pronunciar a palavra “empoderamento” –, Blanchett também encontrou a ocasião para falar sobre o tema, dedicando a estatueta aos “que acreditam que os filmes com mulheres como protagonistas são nichos de mercado”. “Não são. As pessoas querem vê-los e conseguem arrecadar dinheiro”, denunciou no palco.
82 mulheres posam na escadaria do Palais do Festival de Cannes
82 mulheres posam na escadaria do Palais do Festival de Cannes GTRESONLINE
Blanchett sempre se definiu como feminista, mesmo nos tempos em que a palavra era marcada por um inexplicável estigma. “Nunca me defini de outra forma. Nunca entendi esse estigma, porque é só um avanço rumo à igualdade. Não se trata de construir um matriarcado. Ainda que depois dos intermináveis milênios em que trabalhamos sob o patriarcado, não me importaria de receber uma pequena dose de matriarcado em algum lugar...”, disse à Variety.
A primeira vez que pisou em Cannes foi há 20 anos, quando tinha 28. Chegou ao festival com uma pequena comédia romântica filmada na Austrália, Ainda Bem Que Ele Conheceu Lizzie. Percorreu os corredores do mercado procurando distribuição. Lembra que, como um desses anônimos que perambulam pela sede do festival tentando conseguir uma entrada presenteada por uma alma caridosa, conseguiu um convite para ver Tempestade de Gelo, de Ang Lee. Poucos meses depois ela seria alçada ao estrelato com seu papel em Elizabeth, que lhe valeu sua primeira indicação ao Oscar de um total de sete (e duas estatuetas). Vinte e uma edições depois, Blanchett saiu desse mesmo festival transformada em rainha do cinema contemporâneo.

UM FENÔMENO VIRAL

Cate Blanchet também invadiu as redes como protagonista de um novo fenômeno viral: as imagens das mulheres enlevadas por sua presença. Tudo começou com as fotos de algumas de suas colegas de júri em Cannes observando-a com ar embasbacado. “Namore alguém que te olhe como Kristen Stewart olha Cate Blanchett”, algumas publicações no Twitter disseram com ironia. Mais tarde, surgiram imagens em que aparecia com atrizes como Léa Seydoux, Anne Hathaway e Sarah Paulson na estreia de Oito Mulheres e um Segredo em Nova York, todas também com olhares de admiração.
EL PAÍS


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O filme Carol e o apaxionar-se


O FILME CAROL E O APAIXONAR-SE...


POR SIMONE BITTENCOURT SHAUY


Um encontro inesperado transforma para sempre a vida de duas extraordinárias mulheres numa época na qual uma paixão assim seria traduzida como imperdoável transgressão.

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Cate Blanchett (Carol) e Rooney Mara (Therese)
Carol
O cenário é Nova Iorque, Estados Unidos, década de 50. O filme baseado no livro entitulado originalmente "The Price of Salt" da autora americana Patricia Highsmith. A história, uma história sobre as descobertas, o fascínio, belezas, incertezas e os desafios no processo do apaixonar-se.