sábado, 30 de julho de 2016

The Rolling Stones / Gallery


THE ROLLING STONES

Charlie Watts
Keith Richards
Mick Jagger
Ron Wood
GALLERY

Charlie Watts, Richard Keiths, Mick Jagger y Ron Wood



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Nos bastidores de ‘Game of Thrones’


Nos bastidores de ‘Game of Thrones’

Sevilha, na Espanha, é palco das filmagens da série que é um dos maiores hits da TV atual


NATALIA MARCOS
Sevilla 17 OUT 2014 - 08:54 COT

“Ação!” Silêncio absoluto, ninguém se move no Salão dos Embaixadores do Real Alcázar de Sevilha, na Espanha. Um intenso cheiro de incenso envolve os atores e as cerca de 30 pessoas que os rodeiam, sem contar o reduzido grupo de jornalistas que assiste à gravação. Sob uma impressionante cúpula, o ator Nikolaj Coster-Waldau começa a cena de pé. Jaime Lannister está no reino de Dorne. Senta-se em um sofá de uma luxuosa sala para dialogar com outros personagens. Um alerta para os jornalistas: é totalmente proibido contar o que ocorre nem quais personagens estão nesta sequência. Além disso, é o nono capítulo da quinta temporada, e já se sabe: os capítulos número 9 do Game of Thrones são especiais. Segredo máximo.
Nikolaj Coster-Waldau durante filmagem em Sevilha.

O diretor David Nutter está no comando do episódio ao qual pertence esta cena, gravada na quinta-feira em Sevilha. Trata-se do mesmo diretor que se encarregou de adaptar para a televisão o já superconhecido “casamento vermelho”. Por meio de uma coluna e através de três pequenas telas acompanham com atenção as três câmeras com as quais trabalham. Os assistentes da gravação continuam em silêncio, sem se atrever a fazer nenhum movimento. Estão nos bastidores de uma das maiores produções dessa época dourada da televisão e ninguém quer ser o protagonista involuntário.
A claquete de 'Game of Thrones'. CANAL PLUS
Um pouco mais afastados, David Benioff e Daniel B. Weiss, criadores, roteiristas e principais responsáveis por Game of Thrones, também prestam atenção a todos os detalhes através de vários monitores. Dois minutos depois, a ação diante das câmeras é concluída ao grito de “cortem!”. Os assistentes de filmagem já podem respirar tranquilos. Os atores relaxam os semblantes. Agora é hora de revisar, medir distâncias e luz, voltar a colocar tudo e repetir.
Antes de entrar no Salão dos Embaixadores, os atores descansam no Pátio do Assistente. Lannister conversa com os roteiristas enquanto aguenta o calor do sol de Sevilha, aumentado, com certeza, pelo figurino. Alguns dos figurantes espanhóis também esperam para participar em uma filmagem que desde a última sexta-feira, 10 de outubro, até esta sexta foi realizada em Sevilha e que agora será transferida para Osuna. São dias de trabalho intenso, nas quais oito horas de gravação resultam em apenas quatro minutos de filmagem.
A série escolheu Sevilha para representar o reino de Dorne, nas terras do sul do mundo criado pelo escritor George R.R. Martin
Apesar da chuva dos últimos dias, o plano de gravação da série, transmitida no Brasil pela HBO, não foi alterado com exceção da quarta-feira, segundo revela Peter Welter, da Fresco Film Services, empresa encarregada da produção na Espanha. “Como as previsões eram muito ruins, dividimos a filmagem em três equipes para poder continuar.” A série escolheu Sevilha para representar o reino de Dorne, nas terras do sul do mundo criado pelo escritor George R.R. Martin. Mas encontraram chuvas e dias nublados algo que, segundo a HBO, será resolvido com pós-produção. “Estamos acostumados a gravar na Irlanda do Norte, por isso a chuva não vai nos impedir”, comenta Weiss.

Na quinta-feira também ocorreu a visita institucional à filmagem, com a presença do embaixador dos Estados Unidos na Espanha, James Costos, da presidenta do Conselho de Andaluzia, Susana Díaz, e do prefeito de Sevilha, Juan Ignacio Zoido, entre outros. Alguns deles compartilharam nas redes sociais imagens com os atores da série. Os jornalistas, por sua vez, não tiveram oportunidade de fazer selfies.
Este foi um dos poucos dias nos quais a equipe da série filmou nos interiores do Real Alcázar. De acordo com a equipe de produção, há dois dias o cenário foi a impressionante Fonte de Mercúrio, última passagem dos visitantes pelo palácio sevilhano, um espaço de sonhos que agora já está novamente tomado pelos turistas.
Mas antes de chegar aqui, no caminho em direção à saída do Real Alcázar, os assistentes de filmagem descobrem que outro ator da série está tomando o sol enquanto come um lanche. Os visitantes o cumprimentam; ele responde balançando a mão e sorrindo. “Nem pensem em dizer quem é, vocês não o viram. Não se sabe que esse personagem está nas cenas, seria um spoiler.” No começo de abril de 2015 será o momento de saber o que acontece com Lannister, Stark, Baratheon e companhia. Até então, alguns dos segredos de Game of Thronescontinuarão guardados pelos muros centenários do Real Alcázar.

A TEMPORADA “MAIS AMBICIOSA”

“Poder gravar no Real Alcázar é incrível. Quando lemos os livros de George R.R. Martin nunca imaginamos que íamos encontrar um lugar assim”, afirmam David Benioff e Daniel B. Weiss, criadores do Game of Thrones. Na verdade, como esclarece Peter Welter, produtor da Fresco Film Services, a HBO já tinha em mente o que queria para a nova temporada.
“Tinham muito claro que queriam o Real Alcázar. O produtor da série, Frank Doelger, havia gravado aqui há 20 anos e conhecia o lugar.”
Segundo Benioff e Weiss, a quinta temporada da série será a mais ambiciosa até o momento. "Algumas das coisas que estamos gravando na Espanha estão entre as mais ambiciosas que já fizemos”, acrescentam antes de mostrar interesse em voltar às terras espanholas em futuras produções. “Embora seja caro gravar aqui, adoramos e é perfeito para a série.
Ainda não há dados sobre o impacto econômico deixado pela filmagem de uma produção desse porte, mas, segundo o embaixador norte-americano na Espanha, James Costos, “em Sevilha o turismo aumentou 15%. Game of Thrones é uma das séries mais acompanhadas do mundo e os fãs vão visitar seus locais”.



EL PAÍS


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Você é forte o suficiente para ser um figurante em ‘Game of Thrones?’

Bruno e Dean-Charles Chapman (o jovem rei Tommen).

Você é forte o suficiente para ser um figurante em ‘Game of Thrones?


O brasileiro Bruno Sidrim provou que sim e participou de cinco dias de gravação na Croácia


FLÁVIA MARREIRO
São Paulo 15 ABR 2015 - 13:01 COT

Você é forte? Então me carrega", lançou a produtora, olhando o brasileiro Bruno Sidrim de cima a baixo. Ela era alta e ele temeu por um segundo. No seguinte, levantou a moça de um impulso (longelínea, nada pesada) e ganhou a vaga pela qual havia lutado por quase um dia inteiro em  Dubrovnik: a chance de gravar como extra episódios da quinta temporada da Game of Thrones.



O final  feliz de Sidrim, de férias na Croácia, começou quando a funcionária boa praça do hostel em que estava hospedado comentou que os produtores da série seguiam procurando figurantes para gravação. O cearense estranhou. Já tinha escutado que a passagem da gravação de GoT por outras locações, como Sevilha, na Espanha,tinha causado comoção e verdadeira batalha para conseguir ser extra. Além do mais, ele não sabia que as gravações tinham se estendido até aquele setembro de 2014.
"Mas na Croácia não foi assim. Disseram que os produtores acharam que o público local era muito alto, não era adequado, bem mais alto que os atores ", diz Sidrim, de 1m78, que resolveu tentar a sorte procurando locações conhecidas deDubrovnik, tentando passar a barreira de seguranças e funcionários muito ocupados para mais um fã até ser salvo por uma mensagem confirmadora via Facebook.
"Depois eu vi que era o menor de todos os escolhidos, os figurinos não eram tão pesados assim", conta ele. O arquiteto calcula que as armaduras que usou nas gravações pesavam uns seis quilos.

Sem spoiler

Nos cinco dias que gravou -dos dez em que aceitou ficar à disposição na Croácia, ganhando 50 euros por dia trabalhado-, Sidrim confirmou o que esperava: a qualidade impressionante da maquiagem e do figurino da série. "Os efeitos especiais, como inserção de cenário e multiplicação de extras sobre tela verde era realmente impressionantes."
Com as gravações fragmentadas, não dava para acompanhar o enredo inteiro. Sidrim jura que não sabe tudo que acontece nesta temporada que estreou neste domingo.  "Nem a fala dos personagens a gente escuta, mas algumas dá para perceber", diz. "No segundo dia, por exemplo, o clima era de funeral de alguém importante, então dá para imaginar que era do Tywin Lannister, que morreu na temporada passada. Outra parecia uma celebração, então imaginamos ser um casamento".
Sua cena preferida na aventura de Dubrovnik foi a "caminhada da vergonha", que levou três dias para ser filmada. "É minha série favorita. Acho que o que mais gosto é intriga, saber que nenhum personagem está de fato a salvo."
Agora a diversão dos amigos de Sidrim, que começou neste domingo, é brincar de 'onde está o Bruno?' na tela. Ele entrega: “Na caminhada da vergonha, eu sou o primeiro soldado que aparece na cena, logo de cara”.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Dominique Moisi / Por que precisamos de ‘Game of Thrones’



Por que precisamos de ‘Game of Thrones’

A série de televisão capta a fascinação e o medo que muitas pessoas sentem hoje


Dominique Moisi
25 abr 2015

Os programas de televisão populares de hoje tornaram-se o equivalente aos folhetins que começaram a aparecer nos jornais do século XIX. Séries comoGame of Thrones e Downton Abbey, assim como Balzac e Dickens antes delas, servem como fonte de entretenimento e alimento para o debate. Nesse sentido, os roteiros de nossa televisão tornaram-se ferramentas essenciais de análise social e política. Essas ferramentas podem ser utilizadas para entender, por exemplo, a diferença entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Netanyahu continua empacado na terceira temporada de Homeland — ou seja, obcecado com o Irã —, enquanto Obama, ao ter começado a incluir a renovada ameaça russa em seu cálculo estratégico, já está na terceira temporada de House of Cards.


Sean Bean é Ned Stark 

A possibilidade de fazer essas comparações se baseia no que muitas vezes torna uma série de televisão popular: sua capacidade de mostrar um espelho à sociedade — para que refletir suas ansiedades e anseios — e criar uma janela através da qual os de fora possam espiar. Consideremos Downton Abbey, um drama de época britânico que acompanha a vida da família Crawley e seus serventes, entre 1912 e meados dos anos vinte. Por que milhões de pessoas no mundo se sentem atraídas por esses personagens? Sentem nostalgia de uma época que passou há muito tempo? Ou estão fascinadas pela dinâmica social que o programa explora?
Para Julian Fellowes, criador da série, a explicação está em outro lugar: em nossa busca pela ordem em um mundo caótico.
Em sua opinião, as pessoas hoje estão tão desorientadas que se sentem seduzidas pelo ambiente de Downton Abbey, no qual a ambientação, delineada no tempo e no espaço, está governada por regras estritas. A casa Crawley serve como uma espécie de refúgio para seus personagens e pode oferecer a seus espectadores uma saída segura e previsível, pela qual se pode fugir do presente e evitar o futuro incerto.
Peter Dinklage é Tyrion Lannister

O drama político norte-americano House of Cards reflete uma espécie de desilusão, desta vez com a política dos EUA. Enquanto Nos Bastidores do Poder, um popular drama político, retrata a presidência dos EUA — nas mãos de um líder sofisticado, culto e humanista — com uma espécie de nostalgia, House of Cards mergulha o espectador em um ambiente turvo dos piores impulsos da humanidade.


Será que a selvageria da série ajudou a incentivar as táticas do Boko Haram e do Estado Islâmico?

Essa é a estratégia oposta à adotada pelo drama político dinamarquêsBorgen, que apresenta uma primeira-ministra idealizada, Birgitte Nyborg. Mas o efeito é semelhante. Muitas vezes as pessoas comentam que o verdadeiro problema da Dinamarca — e, em particular, de sua classe dirigente — é que a primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt não tem os pontos fortes de Nyborg.
Ao expor os desafios e ansiedades enfrentados em uma sociedade, uma série pode, às vezes, quase prenunciar o futuro. Na França, Engrenages — que em inglês foi chamada de Spiral—explora o profundo mal-estar da sociedade francesa. Fazendo uma retrospectiva, parece ter previsto as tragédias que assolaram o país em janeiro. A quinta temporada (final de 2014) oferecia uma descrição de como os jovens dos subúrbios de Paris são desencaminhados.
Lena Headey é Cersei Lannister

O programa mais discutido de nossos tempos é, sem sombra de dúvidas, Game of Thrones, uma fantasia épica medieval baseada (cada vez mais livremente) no livro de George R. R. MartinAs Crônicas de Gelo e Fogo. A série se tornou famosa não só por seu orçamento gigantesco ou seu roteiro intrincado, mas também por sua coreografia sustentada na violência brutal. Os estudantes de política internacional, especialmente no Canadá e nos Estados Unidos, se perguntam se, ao acentuar a brutalidade em seu estado puro, não fomenta uma visão “realista” do mundo. Será que a selvageria mostrada em Game of Thrones — com suas abundantes decapitações, estupros e torturas sexuais — teria ajudado a incentivar as táticas, digamos, do Boko Haram e Estado Islâmico? Ou a série — na qual a violência muitas vezes gera mais violência, mas, não necessariamente, dá aos personagens o que querem — na realidade poderia estar destacando os limites da força?
Em um nível mais sofisticado, o universo do programa — uma combinação de mitologia antiga e Idade Média — parece captar a mescla de fascinação e medo que muitas pessoas sentem hoje. É um mundo fantástico, imprevisível e devastadoramente doloroso; um mundo tão complexo que até os espectadores mais fiéis do programa muitas vezes se sentem confusos. Nesse sentido, é muito parecido ao mundo no qual vivemos.


Netanyahu continua empacado na terceira temporada de 'Homeland' e 'House of Cards' é muito popular entre a elite política da China

Embora o Ocidente não exerça um monopólio sobre a produção de séries, sem dúvida domina o terreno e a visão de mundo que elas refletem. Levando isso em conta, poderíamos nos perguntar se os líderes chineses ou russos estão reservando espaço em suas agendas lotadas para assistir a séries como House of Cards ou Game of Thrones e, assim, entender a mentalidade de seus rivais. Assessores governamentais destacados, pelo menos, parecem reconhecer o valor de sintonizar nesses programas. Um amigo chinês me disse recentemente que House of Cards era muito popular entre a elite política da China. Adoram ver que a política é tão cruel nos Estados Unidos quanto em seu próprio país.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O falso feminismo que ‘Game of Thrones’ esconde


Emilia Clarke é Daenerys Targaryen


O falso feminismo que ‘Game of Thrones’ esconde

Vitimas de estupros, manipuladoras, prostitutas, dependentes de homens que as salvem…A série da HBO castiga as mulheres pelo mero fato de assim serem?


RAQUEL PEREIRA MALAGÓN


Nunca antes uma obra de ficção teve tantos defensores de teses opostas como os que defendem que Game of Thrones é feminista e os que a tacham de machista. O excesso de nudez e violência, especialmente na temporada passada, reavivou esse debate. A senadora dos Estados Unidos Claire McCaskill e o blog feminista The Mary Sue se queixaram publicamente dos estupros da Sansa e Cersei, criadas exclusivamente para a ficção televisiva. O blog, que já escreveu extensivamente sobre Game of Thrones, retirou o seu apoio à série acusando os roteiristas da perseguição gratuita contra as mulheres.











Daenerys em uma cena de Game of Thrones. O empoderamento feminino era isso? HBO







George R. R. Martin tem defendido os roteiristas da HBO argumentando que se basearam na Idade Média e definindo-a como uma época violenta e machista. Cita o exemplo de Joana d'Arc, que foi queimada na fogueira por se vestir como um homem, explica o autor. A guerra, diz ele, tem sido violenta desde os sumérios até hoje, especialmente com as mulheres, por isso é mostrada exatamente como é. The Mary Sue chegou a questionar esse argumento do autor, colocando em dúvida se esse período da história realmente era como vemos agora. Apesar de ter focado a série nos tempos medievais, Game of Thrones é, acima de tudo, uma obra de fantasia com dragões, zumbis e magia e, portanto, poderia ter se desenvolvido em outro tipo de sociedade, mas seria crível?
Tendo em conta que em roteiro e narrativa se segue a norma: crível versus verdade, é preciso dizer que isso se consegue com personagens e mundos reconhecíveis pelo público. Ou seja, o que conhecemos. Temos mais informações para reconhecer criaturas e mundos fantásticos, pois estiveram presentes ao longo da história em contos, lendas e filmes, do que uma sociedade igualitária, sobre a qual não temos dados e, portanto, acreditamos antes que existem dragões.


Emilia Clarke é Daenerys Targaryen

No entanto, a série mostra que suas mulheres, oprimidas por serem mulheres, querem deixar de ser assim. Por esse motivo gerou-se o debate de se é ou não é feminista, e isso depende do nosso próprio ponto de vista. Enquanto algumas argumentam que Daenerys é uma mulher empoderada que cria o seu exército e controla a sua sexualidade, outros afirmam que, após ter sido vendida por um homem e estuprada por outro, consegue ressurgir das cinzas sempre protegida por homens.





'GAME OF THRONES' CASTIGA AS MULHERES QUE TENTAM SE LIBERTAR E MOSTRA QUE FRACASSAM POR SEUS ‘ERROS FEMININOS’


Também se apresenta a maternidade como o atributo mais importante quando acontece. Daenerys torna-se Mãe de Dragões. Cersei perderá o respeito dos poderosos por sua debilidade materna frente a Joffrey, e só assim pode ocupar o poder, como uma mãe. Como tal admite seu papel e instrui Sansa para perpetuar seu papel na sombra de um marido cruel e como mãe de um rei, da mesma forma que se educa filhas e filhos perpetuando o sexismo. Seu polêmico estupro parece um castigo, como acontece na realidade quando se culpa a vítima de um estupro. Outra mãe, Catelyn Stark provoca o massacre dos seus ao escolher salvar suas filhas, o que uma mãe faria, em vez de ganhar a guerra, que é o que se espera de um homem.
Game of Thrones castiga as mulheres que tentam se libertar e mostra que fracassam por causa de seus "erros femininos". Quando conseguem ganhar poder são manipuladoras, masculinas ou sexualizadas, de forma que são punidas ou precisam de homens para atingir seus objetivos. Melissandre é uma bruxa manipuladora, Daenerys traz a desgraça aos dothraki e à pequena Shireen Stannis, que acaba na fogueira, em uma das cenas mais cruéis da série. Arya é salva por Syrio, Jaqen e o Cão. Gilly, vítima de incesto, é salva por Sam, e Brienne é fiel a um rei e salva por Jaime.





A SORORIDADE, TÃO FEMINISTA, NECESSÁRIA E INCOMUM NA FICÇÃO, TAMBÉM UNE CATELYN E BRIENNE E SHAE E ROS PARA AJUDAR SANSA.

Perante essa realidade, Lady Olenna deixa evidente a necessidade de colaboração entre as mulheres, oferecendo ajuda para Sansa em troca de informações. Essa irmandade, sisterhood em inglês, ou sororidade, tão feminista, necessária e incomum na ficção, também une Catelyn e Brienne e Shae e Ros para ajudar Sansa, punindo Ros a morrer torturada por Joffrey.
Até agora a série mostra um mundo medieval reconhecível por seu obscurantismo sexista e por sua violência, onde as mulheres sofrem mais opressão do que os homens. Sobrevivem com a sua inteligência, como Margaery, pegando em armas, como Brienne, Yara e as Serpentes de Areia, ou unindo-se por um bem comum, como fazem Olenna e Catelyn.











A Real Academia Espanhola define feminismo como: "Ideologia que defende que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens". Tendo em conta essa definição e sem saber o que está por vir na próxima temporada, a única concessão feminista até agora está relacionada com a irmandade e o empoderamento das personagens mulheres, sendo Ygritte, apesar de ser secundária a um homem, a mulher mais livre, poderosa e feminista.
O debate dessa guerra dos sexos está aberto novamente