Corina Machado: “Nem magnicídio, nem golpe de Estado. Que Maduro renuncie”
A deputada destituída se defende da acusação de planejar o assassinato do presidente
ALFREDO MEZA Caracas 30 MAI 2014 - 09:58 BRT
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María Corina Machado, na quinta-feira em Caracas. / C. G. RAWLINS (REUTERS)
A deputada destituída María Corina Machado (Caracas, 1967) voltou à primeira página dos jornais. Na quarta-feira, o Governo da Venezuela a acusou de planejar o assassinato do presidente da República, Nicolás Maduro. O chavismo mostrou e-mails supostamente enviados por ela nos quais promete fazer todo o possível para "obter financiamiento e aniquilar Maduro”.
E também diz: “É preciso limpar esta porcaria, começando por cima, e aproveitando o clima mundial com a Ucrânia e agora com a Tailândia”.
A ex-pré-candidata presidencial nega ser a autora destas mensagens e processou as autoridades que a vincularam ao suposto plano. A briga parece apenas estar começando. Machado é uma das pessoas que mais está expondo a situação da Venezuela no exterior. O chavismo tenta encontrar uma forma de confiná-la no país para evitar que versões não oficiais do conflito que mantém com a oposição há quatro meses continuem se espalhando.
A própria promotora reconheceu que 94% dos crimes no país não são punidos. Essa é a justiça que temos hoje
Pergunta. A promotora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, disse que todas as pessoas citadas pelo prefeito Jorge Rodríguez na suposta tentativa de assassinato do presidente Nicolás Maduro seriam investigadas. E para justificar a interceptação dos seus e-mails que foram apresentados nesta entrevista coletiva à imprensa, Ortega Díaz garantiu que há contra a senhora uma investigação criminal desde 19 de março, e um juiz autorizou o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebín) a monitorar as suas comunicações. Essa diligência não sugere que o Governo começou a interceptar legalmente os seus e-mails?