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domingo, 20 de dezembro de 2015

Madame Bovary / A mulher que vivia acima das suas necessidades




Madame Bovary

A mulher que vivia acima das suas necessidades


Uma leitura curiosa, mas demasiado cerebral - nada nesta Bovary transpira a paixão.

É preciso “tê-los no sítio” para se abalançar a uma adaptação cinematográfica da Madame Bovary de Flaubert, seguramente um dos romances clássicos mais referenciados e citados de sempre.



A francesa radicada nos EUA Sophie Barthes, de quem conhecíamos um muito interessante Alma Perdida (2008), tem uma ideia bem interessante para abordar a história, à qual faz alterações significativas: a sua Emma Bovary (que aqui nunca chega a ser mãe) é uma miúda inexperiente e ingénua que nunca conheceu outra coisa que não a austeridade e que se deixa seduzir pelo desejo e pelo materialismo, que se deixa arrastar impulsivamente pelas suas fantasias de ser uma senhora da sociedade. Barthes filma uma Mia Wasikowska como vítima trágica de uma sociedade patriarcal do consumo que lhe mete na cabeça ideias aspiracionais e depois a castiga por viver “acima das suas necessidades” (Rhys Ifans é impecável no seu senhor Lheureux que é autêntica serpente tentadora).
É uma leitura curiosa, mas demasiado cerebral; nada nesta Bovary transpira a paixão e o fogo de uma mulher que se abandona ao destino e ao amor, fica-se apenas pelo acompanhamento implacável de uma espiral destrutiva da qual não há saída possível.



domingo, 15 de março de 2015

Gustave Flaubert / Um coração simples


Gustave Flaubert

Um coração simples

Tradução de Clotilde Mariano Vaz, Daniel Vaz e Simia Katarina Rickmann



Gustave Flaubert / Un coeur simple (Rimbaud)
A Simple Soul by Gustave Flaubert (Dragon)
I
Durante meio século, os burgueses de Pont-l’Évêque invejaram a Sra. Aubain por sua criada Felicidade.

Por cem francos ao ano, ela cozinhava e limpava a casa, costurava, lavava, passava, sabia arrear cavalos, engordar aves, bater a manteiga; permaneceu fiel à sua patroa, que, no entanto, não era uma pessoa agradável.
Ela esposara um belo rapaz sem fortuna, que falecera no começo de 1809, deixando-lhe duas crianças pequenas e uma quantidade considerável de dívidas. Então, vendeu seus imóveis, exceto as terras arrendadas de Toucques e de Geffosses, cujos rendimentos atingiam, no máximo, 5 mil francos, e deixou sua casa de Saint-Melaine para morar em outra menos dispendiosa que pertencera a seus ancestrais, localizada atrás do mercado.

sábado, 14 de março de 2015

Biografias / Gustave Flaubert


Gustave Flaubert

BIOGRAFIA

Gustave Flaubert nasceu em Rouen, na França, em 12 de dezembro de 1821, e morreu no dia 8 de maio de 1880. Filho do cirurgião-chefe do hospital local, cresceu nas imediações do hospital, entre doentes, utensílios médicos e enfermeiros. Começou a escrever ainda cedo, na mesma época em que foi reprovado nos exames da Faculdade de Direito de Paris. Seu pai, evidentemente, opunha-se às aspirações artísticas do filho. Entre 1844 e 1851, uma série de acontecimentos dramáticos desestabilizaram o jovem escritor: a sua epilepsia manifestou-se, a querida irmã, Caro­line, casou-se, o cirurgião Flaubert morreu e faleceu também a recém-casada Caroline, de febre puerperal; o jovem cunhado de Gustave enlouqueceu, e a sra. Flaubert tomou para si, sem qualquer entusiasmo, a criação dos netos. Gustave vivia como aristocrata, sem trabalhar, aproveitando a vida junto aos amigos – entre os quais Théophile Gautier e Guy de Maupassant – e junto à amante, Elisa Schlesinger (uma mulher mais velha e mãe de família).