terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Voltar para casa / Descobrindo a vida em nosso próprio mundo


Voltar para casa

Descobrindo a vida em nosso próprio mundo

ALLANA ARAUJO
20 NOVEMBRO 2015


Quando penso em algo que me traz felicidade, logo penso em pegar o avião e voar. Sim, viajar é felicidade pura para mim. Mas tem que ser viagem grande, daquelas cansativas, que nos levam para o desconhecido. Porque são nestas viagens que a volta para casa é mais desejosa. E voltar para casa é remédio para a cura do tédio. Exatamente!
Não deixo de ver beleza nas viagens curtas, aquelas de final de semana, sabe? Mas, quando penso em viagem, e na descoberta do novo, penso em avião, em voar e, claro, em voltar.

Viajar é descobrir o desconhecido do mundo e transformá-lo em vida para abrilhantar nossa história. Viajar é um jeito bem lindo de fazer conteúdo para a vida, ou seja, é ter história para contar.
Mas, apesar de todo esse gosto pelas viagens, eu sempre desejo voltar para casa. Tem coisa melhor do que conhecer um monte de novidade, se deparar com uma cultura totalmente diferente, experimentar a gastronomia, aprender um idioma, conhecer gente e tudo mais que uma viagem nos proporciona...e ao final, ter para onde voltar?

Na minha visão, voltar para casa é como que trazer todo o tesouro descoberto na viagem para guardá-lo no baú das boas lembranças. Afinal, é em casa que a gente “rebobina” a fita e percebe que naqueles dias de viagens aconteceu uma verdadeira caça ao tesouro. O tesouro que existe em cada um de nós e por vários motivos, na correria do dia a dia, a gente não consegue perceber.
Voltar para casa também é um momento de redescoberta. É em casa que a gente percebe o que aprendeu com a viagem, é ali, no nosso cantinho, que a gente percebe as mudanças que a descoberta do novo nos transformou.

Tem um encanto em poder voltar para seu lar, seja lá onde for, e perceber que apesar de toda a beleza que há escondida no mundo, existe um lugar que é só seu: o seu mundo. E é lindo. Sem contar que ainda há muito o que descobrir ali mesmo.
Acho que é como as pessoas dizem: “olhar a situação de fora”. A gente viaja, descobre o mundo lá fora e, ainda, temos a oportunidade de avaliar o nosso próprio mundo.


Ah, também penso que voltar para casa não teria graça se a gente não tivesse as pessoas amadas para dividir tudo. Ter a oportunidade de reviver a viagem e contar todos os momentos vividos que, muitas das vezes, durante a própria viagem a gente nem se dá conta. É como se tivéssemos a oportunidade de viajar de novo, mas agora por meio das nossas lembranças.
Viajar é como viver em outro mundo, outra época, outra vida. Voltar para casa é como retornar ao mundo real, e perceber que na realidade temos uma vida bem linda, que ainda não foi descoberta por completo, e precisa ser vivida.



segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

A criatividade da crise / Da zona de conforto à zona de confronto



A criatividade da crise

Da zona de conforto à zona de confronto

Allana araujo
20 OUTUBRO 2015

Em tempos de crise as pessoas, normalmente, se sentem inseguras, tendo em vista que a crise é um terreno incerto, do qual não se sabe o que esperar.
No entanto, existe também o lado bom da crise, afinal, como dizem por aí, é fora da zona de conforto que o ser humano consegue ser incrível. Portanto, a crise, seja ela qual for, é uma situação da vida que tira o homem, compulsoriamente, da sua zona de conforto e o desafia a ser melhor do que antes.
O homem é colocado em situação totalmente adversa, na qual tem que agir de forma completamente diferente da que está acostumado e, acaba por descobrir novas maneiras de resolver os aparentes problemas. Realmente, é um sair da zona de conforto e entrar, verdadeiramente, na zona de confronto.
Diante da crise política ou econômica de um país a lógica é a mesma. O cidadão comum é quem mais sofre, não adianta formar grupos do contra e reagir de forma negativa, o que vale é descobrir as diferentes maneiras de superar a crise em conjunto.
É claro que no primeiro olhar é mais fácil se deixar levar pelo desespero. Todos os dias têm notícias ruins nos jornais, índices da economia caindo e aumento do desemprego, entre outras coisas. A verdade é que se fixarmos o olhar só nestas perspectivas da crise, o medo irá predominar. Este é o perigo! O medo paralisa.
Por isso é que se faz necessário mudar a perspectiva do olhar sobre a crise. A crise traz uma série de situações que até então eram desconhecidas, abrindo espaço para a criatividade.
Na medida em que o dinheiro vai encurtando a criatividade aumenta, já percebeu? A gente para de pagar para fazer ou comprar pronto e começa a aprender como se faz. Afinal, fazer sempre foi mais barato e, nestes tempos, economia é a palavra de ordem. E é neste momento, também, que os talentos se afloram e surgem novas maneiras de fazer algo que antes nem se imaginava. É a tal da criatividade.
A verdade é que, assim como todos os momentos da vida que nos obrigaram a crescer, evoluir e amadurecer, a crise também causa medo e preocupação, mas depois percebemos que nada mais é do que uma oportunidade de crescimento pessoal e social.
Da infância para a juventude passamos pela crise da adolescência. Nesta fase nada faz sentido, não somos mais crianças, mas, ainda não temos idade suficiente para fazer as mesmas coisas que os jovens.
Da juventude para a fase adulta existe a crise existencial, não queremos deixar a liberdade da juventude, mas, no entanto, a vida nos exige mais responsabilidades e amadurecimento da fase adulta.
O lado bom é que passa. E depois, se pararmos e refletirmos, vamos concluir que hoje somos muito melhores do que ontem. A crise é como a tempestade que vem, mas, logo 1depois aparece o sol, muito mais brilhante do que antes.
Assim também acontece quando uma crise política bate às portas de uma nação. Parece turbulento e dá até medo, mas se a sociedade souber usar a criatividade, pode-se colher bons frutos da crise.
A crise política é uma oportunidade para a sociedade reformular seu ordenamento jurídico a partir de um olhar mais criterioso. É, sem dúvidas, a chance de auto-avaliação do sistema político que rege toda a sociedade.
A crise pessoal que acontece internamente, muitas vezes, é omitida por muitos. Negligenciar a crise pessoal é o mesmo que não amadurecer, é como ficar para sempre preso na juventude e nunca se tornar um adulto de fato.
Quando estamos diante de uma crise política o mesmo ocorre. Pensar que só cabe aos governantes resolver é negligenciar a crise social e perder a oportunidade de um amadurecimento cultural e político de toda a sociedade.
Crie na crise e prepare-se, na medida do possível, para as próximas que virão!