Mostrando postagens com marcador Mick Jagger. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mick Jagger. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Mick Jagger 80 anos / Veja as músicas mais tocadas no Brasil

Mick Jagger


Mick Jagger 80 anos: veja as músicas mais tocadas no Brasil

O astro da banda Rolling Stones completa oito décadas de vida; confira as músicas da banda de Mick Jagger que foram mais tocadas no Brasil

Isabel Prado

Jul. 26, 2023


Mick Jagger completa 80 anos de idade nesta quarta-feira, dia 26 de julho. O fundador, cantor e compositor da banda britânica Rolling Stones é referência no rock mundial.

Em sua homenagem, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) fez um estudo de quais as músicas que os brasileiros mais consumiram de Mick Jagger na última década. Faixas como “Satisfaction (I can't get no)”, “Miss you” e “Start me up” compõem o top 3 das obras mais tocadas no Brasil. 

Mick Jagger: lista de músicas mais tocadas no Brasil na última década

Confira abaixo as cinco músicas mais tocadas de Mick Jagger juntamente com o Rolling Stones na última década no país.

Satisfaction (I Can't Get No)

O hit é fruto da parceria Mick Jagger com Keith Richards, guitarrista e amigo da banda. A música foi a mais tocada de Rolling Stones no Brasil entre os anos de 2013 e 2023. 

Miss You

A segunda canção foi um dos grandes sucessos de Rolling Stones. Lançada em 1978, "Miss You" debutou em primeiro lugar na Billboard Hot 100.

Start me Up 

A faixa foi abertura do álbum "Tattoo You" e foi o último single da banda a aparecer no top 10 britânico.

Bitter Sweet Symphony

A música envolve uma polêmica entre os Rolling Stones e a banda The Verve, que envolvia direitos autorais da obra. No entanto, após 22 anos de discussão, Mick Jagger e Keith Richards devolveram o direito do hit para o The Verve. 

"Sympathy for the Devil"

A obra tem um carinho especial dos brasileiros, pois Mick Jagger se inspirou no samba ao compor a canção. 


O POVO



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A história por trás de 21 grandes brigas na história do rock e do pop

Joe Perry e Steven Tyler estão juntos desde o começo dos anos setenta. Muito tempo e muito ego acumulado. Sua primeira separação foi em 1979. Não foi a última.

A história por trás de 21 grandes brigas na história do rock e do pop


Estrelas da música não costumam se destacar por sua humildade. Pelo contrário: esses são alguns dos maiores conflitos entre célebres egomaníacos



LUIGI LANDEIRA
15 Oct 2019

Para retirar algo positivo das contínuas brigas entre Keith Richards e Mick Jagger durante certa época, o guitarrista afirmou que esses conflitos são a melhor gasolina para o motor da criatividade. Ou seja, que essas brigas dão lugar a grandes músicas como Brown SugarJumpin' Jack Flash e Tumbling Dice. Se é assim, todos felizes, principalmente o amante da música. Mas, infelizmente, isso nem sempre acontece. Aqui resumimos vinte e um exemplos de brigas entre estrelas e a história que há por trás...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Juan Villoro / Você deixaria sua avó sair com um Rolling Stone?



Você deixaria sua avó sair com um Rolling Stone?



Cirurgia transformou o envelhecimento em algo tão misterioso quanto o sigilo bancário



Charlie Watts, Keith Richards, Mick Jagger e Ron Wood. / AP
Os Rolling Stones retornarão à América Latina em 2016 em um intenso espetáculo geriátrico. Seus shows são como um convite à Última Ceia, a oportunidade de dizer adeus aos profetas. Se aos 40 anos Mick Jagger parecia muito velho para cantar Satisfaction, aos 72 causa fascínio pelo mesmo motivo. Os arautos da juventude se transformaram em abastados decanos do som alto. O peculiar é que, enquanto suas feições eram curtidas com o passar dos anos, a imaturidade deixava de ser atributo dos adolescentes para afetar toda a espécie.

A noção de idade foi relativizada, alguém de 15 anos pode ter esgotado suas aspirações
Em Não somos os últimos, Massimo Rizzante fala do infantosaurus, criatura suspensa no tempo. A noção de idade foi relativizada de tal maneira que alguém de 15 anos pode ser um melancólico que já esgotou suas aspirações cibernéticas e alguém de 68 pode viver uma etapa bioerótica onde todos os alimentos são orgânicos, menos o viagra. Nas palavras de Rizzante: “Uma massa amorfa e sorridente, que já não sabe qual é sua verdadeira idade, tenta descobrir, por meio de qualquer instrumento oferecido pela técnica, a possibilidade de não se ver imersa na idade madura”. Essa tendência deu lugar a uma nova categoria sociológica: os pós-adultos.
Os Rolling Stones começaram sua trajetória com uma estética do efêmero: “O tempo não espera ninguém”, “você ficou antiquada, meu amor”, “quem quer saber do jornal de ontem?”. Um de seuscovers mais conhecidos, Time is on my side, é um paradoxal elogio da impaciência: a amada foi embora, mas voltará correndo (dizer “o tempo é meu aliado” significa que ela resistirá à separação somente durante os três minutos de duração da música).
Andrew Loog Oldham, autoproclamado descobridor do grupo, narra em sua autobiografia (que leva o apropriado título de Stoned) os anos quase inverossímeis em que Jagger e Richards não haviam sido descobertos. Para promover sua rebeldia, lançou uma campanha com o lema: “Você deixaria sua filha se casar com um Rolling Stone?”.

Os Rolling Stones percorrerão a América Latina com um guitarrista que acumula as eras em seu rosto de pedra
Hoje a frase deveria fazer referência às avós. A cultura da terceira idade de “serenidade ativa”, como é chamada por Rizzante, e os trabalhos da cirurgia plástica transformaram o envelhecimento em algo tão misterioso quanto o sigilo bancário.
O que se perde quando as diferenças de idade já não existem? Os povos originários da América consideram que a velhice é um depósito de experiência. Em Chiapas, no México, um ancião é um “homem sábio”. Chegar a esse ponto não é uma tragédia, mas um anseio.
Quando entrevistei Jagger, em 2001, fiquei surpreso por ele não saber de quais discos eram suas músicas: “Não sou um bibliotecário de mim mesmo”, explicou. De certa forma, não estar tão consciente de seu passado o enaltece; ao mesmo tempo, isso o transforma em um ícone de uma era que delegou sua memória em partes (no caso dos Stones, seus seguidores são seu hard drive). Por contraste, nas reuniões dos índios do México o mais velho resume o que foi dito. De acordo com o filósofo e linguista Carlos Lenkersdorf, esses anciãos são “arquivos e bibliotecas de sabedoria acumulada”.
Mas os Rolling Stones têm outra lição a ensinar. Em 2016 percorrerão a América Latina com um guitarrista que não esconde a idade, mas acumula as eras em seu rosto de pedra. Se Jagger é o símbolo do executivo que nega o tempo correndo maratonas e comendo cereal antioxidante no café da manhã, Keith Richards é um acervo do blues, uma lendária e esquiva mostra de que é possível sobreviver na sociedade do espetáculo sem perder a autenticidade. Em tempos de infantosauros, é um “homem sábio”.



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Rolling Stones confirma volta ao Brasil em 2016 para quatro shows

The Rolling Stones

Rolling Stones confirma volta ao Brasil 

em 2016 para quatro shows

Banda britânica divulga datas e locais da esperada turnê latino-americana


Ronnie Wood, Mick Jagger, Charlie Watts e Keith Richards: de volta ao Brasil após anos de espera. / BARRY BRECHEISEN (AP)
Agora é oficial: após meses de expectativa, o The Rolling Stonesfinalmente confirmou, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, as datas e os locais que integram a esperada turnê latino-americana da banda britânica, que incluem shows no Brasil, México, Argentina, Peru, Colômbia, Chile e Uruguai em 2016. No Brasil o grupo volta para quatro shows: um no Rio de Janeiro (no dia 20 de fevereiro, no estádio do Maracanã); dois em São Paulo (dias 24 e 27 de fevereiro, no estádio do Morumbi), e um em Porto Alegre (2 de março, no Beira-Rio).
A turnê Olé é a primeira dos Stones pela América Latina em 10 anos. Em 2006, cerca de 1,3 milhão de pessoas assistiram à histórica apresentação na praia de Copacabana, no Rio. Desde o ano passado especulava-se sobre o retorno de Mick Jagger, Keith Richards, Chalie Watts e Ronnie Wood ao Brasil.
Os ingressos para a turnê latino-americana começam a ser vendidos na próxima segunda-feira (9), mas o comunicado da banda não esclarece se nesta data já serão vendidos as entradas para todos os shows ou se somente para a apresentação em Santiago, no Chile, onde a turnê terá início, em 3 de fevereiro.


Pôster de divulgação da turnê.
Apesar dos boatos, a banda não confirmou a passagem por Havana. Em outubro, uma visita de Jagger por Cuba esquentou os rumores de que o grupo se apresentaria na ilha, o que inclusive chegou a ser aventado pelo jornal oficial Gramma, mas o país não foi incluído (ao menos por enquanto) no comunicado oficial sobre a turnê.
Muito longe de sua aposentadoria, os Stones, que atuam nos palcos há mais de cinco décadas, prepara novos projetos. O mais recente foi anunciado por Richards em setembro, quando afirmou que o grupo preparar um novo disco, o primeiro em uma década. Ele confirmava, assim, aquilo que Jagger disse meses atrás à revistaRolling Stone, quando garantiu que a banda já tinha pronto o material para produzir o que será o seu 25º álbum gravado em estúdio.
“Não sei onde nem quando. Tivemos apenas uma conversa rápida. Simplesmente dissemos ‘temos de entrar no estúdio, não é? De acordo, bom, rapazes, então está acertado”, disse Richards.

A turnê latino-americana

3 de fevereiro: Santiago de Chile
7, 10 e 13 de fevereiro: Buenos Aires
16 de fevereiro: Montevidéu
20 de fevereiro: Rio de Janeiro
24 e 27 de fevereiro: São Paulo
2 de março: Porto Alegre
6 de março: Lima
10 de março: Bogotá
14 de março: Cidade do México.

EL PAÍS



domingo, 29 de novembro de 2015

‘Satisfaction’, dos Stones / Um grito de frustração e desejo



‘Satisfaction’, dos Stones: 

um grito de frustração e desejo

Como os Beatles ganharam rivais à altura das circunstâncias e com o oposto do seu otimismo



Os Rolling Stones. / MICHAEL OCHS ARCHIVES
Foi tão simples como juntar um riff com algumas frases. O riff era sujo, manchado pela distorção. As frases eram tão contundentes como o desenho da guitarra: I can't get no, satisfaction. Os dois elementos, unidos e pilotados pelos Rolling Stones, subiram a temperatura do verão de 1965. Satisfaction foi um dos primeiros sinais evidentes de que a música pop começava a ser algo reivindicativo.

Com a canção tocando nas rádios, os Beatles tinham agora rivais à altura das circunstâncias e com o oposto do seu otimismo juvenil. A inevitável competição entre as duas bandas tinha começado no início do ano, embora ainda não de modo oficial, quando os álbuns Beatles for sale e Rolling Stones 2 ocuparam o topo das listas. Os estilos dos dois grupos cresciam em meio à histeria coletiva que suas canções produziam. Os Stones não iam tão rápido como os garotos de Liverpool, nem eram ainda tão certeiros. Seu segundo disco mostrou uma pequena evolução em relação ao seu álbum de estreia. Com este segundo disco, e graças a músicas próprias como Off the hook, eles deixaram de ser simplesmente um grupo britânico fazendo rhythm & blues norte-americano.
Parte do mérito dessa mudança foi de Andrew Loog Oldham, o arguto empresário do grupo. A pedido seu, Mick Jagger e Keith Richards começaram a compor mais – às vezes sob o pseudônimo de Nanker Phelge, que englobava vários membros da banda –, e os títulos próprios foram ganhando terreno contra as versões de Chuck Berry, Muddy Waters, The Coasters e Buddy Holly com as quais forjaram o início do seu repertório. O esforço não demorou a dar frutos. No início de 1965, editaram The last time, líder de preferências e o primeiro de uma longa lista de singles coroados por canções originais que dariam solidez à personalidade musical do quinteto. Os Estados Unidos também receberam os Stones com entusiasmo, o que ficou evidente na primavera de 1965, quando eles compareceram de novo no Ed Sullivan Show e tiveram que improvisar um bis por causa da insistência do público. Essa mesma turnê acabou inspirando o primeiro clássico da dupla Jagger-Richards. Ali gravaram Satisfaction, seu primeiro sucesso internacional.
Richards acordou uma manhã cantarolando um riff. Tocou-o com uma guitarra acústica e o registrou no gravador que levava consigo. Jagger precisou de apenas 10 minutos para colocar letra numa canção que praticamente falava sozinha. Segundo o cantor, a frustração das turnês e o sufocante consumismo norte-americano fizeram fluir os versos, ainda que, na verdade, o que os Stones fizeram nesse caso foi dotar uma canção pop de um conteúdo sexual mais ou menos explícito.
Os Beatles continuavam levando vantagem sobre os Stones como fenômeno pop, agora também graças a Help!, que fomentava a sua faceta cinematográfica. Em dezembro, com o álbum Rubber soul, os garotos de Liverpool voltaram a mostrar uma vontade musical evolutiva que os Stones só explorariam plenamente a partir de 1966, com a publicação de Aftermath. Enquanto isso, seus singles intensificavam o grau de criatividade e adrenalina.Satisfacton, com aquele riff magnético que desafiava o de You really got me, do The Kinks, foi o disparador de algo enorme que logo ocorreria não apenas na carreira dos Stones, mas também no rock. Um grito de frustração e desejo que concedeu uma nova dimensão à recém-nascida música pop.



terça-feira, 4 de novembro de 2014

Beatles e Stones contra os clichês


Beatles o Stones

contra os clichês


Livro aborda como preferência por uma banda ou outra revela convicções mais profundas


DIEGO A. MANRIQUE 15 OCT 2014 - 20:01 BRT



John Lennon e Mick Jagger. / RON GALELLA / WIRELMAGE
Produz certo constrangimento: em pleno 2014, continuamos a repetir a mesma ladainha. Estamos há 50 anos abordando, mastigando e respondendo à mesma pergunta: “Mas você era fã dos Beatles ou dos Stones?”. É preciso reconhecer que essa discussão implica mais do que preferências estéticas: ambas as opções encarnam estereótipos eternos. O historiador John McMillian resume: “Os Beatles podem ser descritos como apolíneos, e os Stones, como dionisíacos; os Beatles como pop, os Stones, como rock; os Beatles como eruditos, os Stones como viscerais; os Beatles como utópicos, os Stones como realistas”.
A questão é tão complicada que o inevitável livro sobre a clássica rivalidade, Beatles vs. Rolling Stones (ainda sem edição no Brasil), demorou meio século para se materializar, e é obra de um historiador. Um acadêmico cuja obra anterior estudava a imprensa alternativa (uma especialidade que permite demonstrar que ambos os grupos serviram como combustível para a insurgência universitária do final dos anos 60) e que evita escrupulosamente se pronunciar.


The Rolling Stones


Talvez McMillian sofra de falta de malícia: despreza a atração sexual do empresário Brian Epstein por John Lennon, esquecendo as férias que os dois passaram juntos na Espanha em 1963. Também não recua ao avaliar questões puramente musicais, como a atribuição dos rótulos de rock ou pop. Os Beatles podiam fazer rock com tanta ou mais intensidade que os Stones. É comum esquecer que os Stones têm uma riquíssima produção pop; se tivessem desaparecido em 1967, como o establishment parecia desejar ao condená-los, já teriam acumulado méritos suficientes para figurar no panteão do melhor pop britânico. Eles conseguiram se livrar disso, claro, e em 1968, com Beggars Banquet, consolidaram o conceito de rock.
E isso importa? De alguma maneira, embora o rock já esteja desprestigiado, seus ecos privilegiam a ideia de que os Stones eram autênticos e os Beatles uns vendidos ao show business. Sobre o historiador recai a obrigação de questionar os mitos que se encaixam com suspeita perfeição. E McMillian contrapõe os clichês com gosto. Não, os Beatles — com exceção de Ringo — não procediam realmente do proletariado. Eles superavam amplamente, em experiência musical e vivências selvagens, aprendizes de boêmios como os Stones. Os Beatles se fizeram tocando até a exaustão, e só a tenacidade de seu agente permitiu romper a muralha de preconceitos da indústria musical londrina. De forma contrária, os Stones ascenderam com assombrosa rapidez, beneficiados pela mudança de paradigma imposta pelos meninos de Liverpool. Em 31 prodigiosos dias de 1963, viram publicada sua primeira crítica positiva, reuniram uma qualificada equipe de gerenciamento (Andrew Loog-Oldham e Eric Easton), receberam a bênção dos Beatles e assinaram um contrato extraordinariamente generoso com a Decca Records.



McMillian enfatiza a anomalia cultural contida no fato de um grupo procedente de uma cidade distante e empobrecida ter arrebatado a capital do Reino Unido. O esnobismo londrino fica em evidência com opiniões como a do fotógrafo David Bailey, que trabalhou com os dois grupos: “Via os Beatles como uma boy band, algo muito pré-fabricado em seu início, enquanto os Stones pareciam crescer organicamente”. Na realidade, a superioridade criativa dos Beatles era reafirmada à medida que os anos 60 avançavam. E com mais ou menos reticência, era assumida pelos Stones: Lennon e McCartney deram uma mão em várias ocasiões. Desde lhes oferecer uma canção,I Wanna Be Your Man, como o segundo single da banda, mostrando-lhes de passagem – prodigiosa revelação – como era fácil compor, até reestruturar We Love You, música com a qual os Stones agradeciam aos fãs que os apoiaram em seu calvário de 1967.
swinging London insistia em ver Beatles e Rolling Stones como amigos, não concorrentes, e que os enfrentamentos eram consequências das estratégias dos administradores das respectivas carreiras. Na verdade, os envolvidos se olhavam com receio. E todos sabiam quem ditava o rumo. Um abatido Lennon se queixava: “Os Stones repetem tudo que fazemos quatro meses depois”. Os Beatles foram decisivos em outros aspectos: aqui se atribui o rompimento com Brian Jones, até então purista do blues, ao encontro com a beatlemania e seu irrefreável desejo de desfrutar dessa adoração. E, claro, seu desembarque triunfal na Decca derivou diretamente do equívoco da gravadora ao rejeitar os Beatles em 1962, responsabilidade do diretor Dick Rowe, que não queria repetir seu erro.

Era uma anomalia, para o esnobismo londrino, um grupo provinciano arrebatar a capital
E como foi que os excelentes, os revoltosos, os lançadores de tendências, terminaram preferindo os Stones em detrimento dos Beatles, que, inclusive em estado de decomposição, eram capazes de fazer um álbum como Abbey Road? No divisor de águas que foi o ano de 1968, John Lennon se posicionou contra a febre socialista com Revolution. Após ser repreendido pela The Black Dwarf, a revista de Tariq Ali, mudou completamente e financiou o duvidoso ativista negro Michael X, além de dar dinheiro ao IRA. Os Stones se contentaram em retratar a turbulência juvenil em Street Fighting Man, tão celebrada pela contracultura, mas que, na realidade, continha uma cláusula de escape: “O que um pobre menino pode fazer / exceto cantar em uma banda de rock and roll? / Na sonolenta Londres / não há lugar para um lutador da rua”.

The Beatles

Além disso, os Stones recorreram a uma maquiagem de satanismo. Após ler O Mestre e Margarida, de Mikhail Bulgakov, Jagger compôs uma canção que se tornou um diferencial, Sympathy for the Devil. Acrescentem todas as fantasias de orgias, drogas e desdém pela autoridade: os fãs mais inquietos olhavam para os Stones esperando se reconhecer. Queriam e ainda querem adquirir esse narcisismo de fugitivos, sem observarem que carecem da rede de segurança que protege, eficazmente, esses músicos-aristocratas (lembrando: Brian Jones morreu quando já estava fora do grupo).
Fica a sensação de que Beatles vs. Stones tem um encerramento prematuro. McMillian prefere analisar a interação entre as duas bandas quando estavam em atividade; depois, a competição se dá entre o lindo cadáver de nossa lembrança (Beatles) e a máquina que desafia as previsões da idade e da rentabilidade (Rolling Stones). Portanto, se forem colocados diante do famoso dilema, respondam como eu: “Nem dos Beatles nem dos Rolling. Sou dos Kinks”.


EL PAÍS



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Diego Manrique / O dia em que o largo sorriso de Jagger ficou congelado

Mick Jagger
Andy Warhol

O dia em que o largo sorriso 

de Jagger ficou congelado


Houve um tempo em que nada podia deter o espetáculo, mas a morte de L’Wren Scott, seu par durante 13 anos, atingiu o coração do ‘rolling stone”. A designer era uma ‘rara avis’ na aristocracia do rock. Formava um estranho casal com o ‘playboy’ transformado em empresário. Sua perda lembra às satânicas majestades sua própria mortalidade.


Mick Jagger, durante a atuação dos Stones em Shangai, no último dia 14 de março, cinco dias antes da morte de L’Wren Scott. / GETTY
Dessa vez, Mick Jagger e os Rolling Stones receberam um golpe baixo. A decisão de suspender os shows na Austrália e na Nova Zelândia, depois da notícia do suicídio de L'Wren Scott, de 49 anos, não tem precedentes. Os três membros oficiais da banda se uniram publicamente à consternação de Mick Jagger, que manteve uma relação de 13 anos com a designer.
Que se saiba: antes, as mortes de pessoas próximas nunca deteve o espetáculo. Em 1969, reapareceram em Hyde Park dois dias depois que Brian Jones morreu afogado em sua piscina. Brian estava há um mês fora do grupo e os Stones souberam converter seu show londrinense numa homenagem ao falecido, a quem, na verdade, detestavam e haviam abandonado por se impossível a convivência
Em 1976, o segundo filho de Keith Richards e Anita Pallemberg, foi encontrado morto em seu berço na Suíça; tinha pouco mais de dois meses. Richards estava em Paris, mas não saiu de lá: decidiu manter o show daquela noite. Em 2006, quando faleceu o pai de Jagger, tampouco se suspendeu a atuação prevista em Las Vegas.

Mick Jagger e L'Wren Scott


Os outros stones não comemoraram a chegada de uma mulher com ideias claras de como vestir  roqueiros maduros
Assim eram os Stones. Duros, profissionais, aparentemente insensíveis. Nos anos selvagens, viajavam com um séquito que vivia no limite. Se alguém tropeçava e caía, nem sequer olhavam para trás. Mesmo que fosse um amigo íntimo, como Gram Parsons, que o introduziu nas secretas chaves do country: foi derrubado por uma overdose em 1973 e ninguém viajou para os EUA para apresentar seus respeitos ao defunto. Que, aliás, foi roubado e incinerado no deserto. O mais absurdo costuma se converter em realidade entre a aristocracia do rock.

quinta-feira, 27 de março de 2014

L’Wren Scott deixa herança de 20 milhões de reais a Mick Jagger


L’Wren Scott deixa herança 

de 20 milhões de reais a Mick Jagger


A desenhadora detalha em seu testamento que não quer que seus irmãos recebam "nem um centavo"

Sua fortuna está composta por joias, roupas, móveis e carros, mais um seguro de vida e um luxuoso andar em Manhattan

    A ex-modelo e desenhadora de moda L'Wren Scott, que se suicidou na semana passada em Nova York, deixou escrito um testamento no qual deixa a seu companheiro, o roqueiro Mick Jagger, como herdeiro universal de sua fortuna, valorizada em nove milhões de dólares (pouco mais de 20 milhões de reais), informa o jornal norte-americano The New York Post.
    Um andar em Manhattan valorizado em oito milhões de dólares e um milhão de dólares em joias, roupa, móveis, carros e outros objetos pessoais, bem como seu seguro de vida, compõem a herança de Scott, quem escreveu que seu único beneficiário seria "meu Michael Philip Jagger", utilizando o nome completo do líder dos Rolling Stones.
    Além disso, deixou explícito que não queria nem que seu irmão, Randy Bambrough, nem sua irmã, Jan Bambrough Shane, vissem um centavo de seu legado. Trata-se dos mesmos que puseram problemas a Jagger quando o músico manifestou sua vontade de enterrar Scott em Los Angeles.
    "Ignorei intencionalmente a herança a qualquer outro de meus herdeiros que esteja com vida no momento de minha morte", assegura em seu testamento a desenhadora, que se suicidou aos 49 anos em 17 de março enforcando-se em seu apartamento, na parte oeste de Chelsea, em frente à Gagosian Gallery.
    Depois do confronto entre Jagger e a família da desenhadora, Scott finalmente foi enterrada na terça-feira em Los Angeles, onde o músico se despediu de uma união que começou em 2001, em uma cerimônia privada que teve local no cemitério Hollywood Forever.
    Apesar de sua milionária herança, depois do suicídio da desenhadora a imprensa anglo-saxã apontou seus supostos sérios problemas econômicos na hora de especular o motivo de sua inesperada morte. De fato, uma amiga sua chegou a assegurar que planejava fechar sua empresa na mesma semana do suicídio. No entanto, um porta-voz de Scott desmentiu estas informações categoricamente.


    sexta-feira, 5 de abril de 2013

    Mick Jagger / Truques de sua imagem






    Lula RodriguesO Globo, 27.11.2012 

     
    Na última prova de roupas, às vesperas da turnê “50 & Counting: The Rolling Stones Live Tour", que estreou no domingo em Londres, o WWDMen entrevistou Mick Jagger, no atelier de L’Wren Scott, designer que assina o visual exclusivo dpop star. A sinergia entre ambos está acima da criação de figurinos, já que estão casados há 10 anos.
    O líder dos Rolling Stones, comentou sobre moda, roupas e conforto.Plenamente consciente de sua imagem em cenaJagger - o homem fora do palco - soltou uma pérola, que a meu ver, deveria entrar para os anais da moda masculina contemporânea.
    "Os homens não estão interessados em roupas com visual estupendo, porém desconfortáveis, impossíveis de serem usadas. Não estamos ligados no sofrimento para parecermos cool, e sim no conforto." - afirmou o ícone do rock, com o sorrisão provocador de sempre.
    E, pratica o que acredita ser moda de homem. Chegou para entrevista e fitting, vestindo calça cinza da Browns, camisa escura em padrão xadrez e tênis Nike, totalmente relax. Detalhe curiosostudio de Scottfica na Kings Road, perto da casa deles em Chelsea e não longe de Edith Grove, onde um dia, Jagger, Brian Jones e Keith Richards, dividiram um flat fedorento.
    Tendo passado por algumas roubadas com figurinos de shows ao longo da carreira, sem nunca perder o rebolado, Mick Jaggerse tornoum craque na plena consciência do seu corpo magro, movimentosprovocadores e figura de palco.
    Toda esta experiência somada à naturalíssima agressividade onstage,usando e abusando da sensualidade muitas vezes dúbia, o fizeram um dos grandes ícones da moda masculina do século passado, que adentra o século XXI sem perder o punch. Mesmo vestindo um blazer tradicional para os ingleses, em padrão op art e chapéu fedora do culchapeleiroinglês Stephen Jones, com sua ginga notória, subverte, transforma o visual.
     
     Expert em imagemsabe sabe tirar proveito de sua figura skinny erevela que não precisa esconder as malditas gordurinhas. Afirma a importância de sabermos enfalizar o lado bom de nossos corpos, tirar partido disso, enfatizar qualidades.
    Dá aula de História dos Costumes quando revela que em algumas turnês, para atingir o auge, precisa lançar mão de roupas que tenham movimentos dramáticos. Para tal, sempre escolhe um modelo de "riding coat", explicando que é um traje inglês, dos séculos XVIII / XIX, que os franceses chamam de "redingote" uma corruptelado termo original.Bingo!
    A jornalista que assina a matéria do WWDMen, infelizmente papou mosca e escreveu "red in gote". Para quem não sabe, o "riding coat"  é a casaca cortada na parte da frente, para facilitar os movimentos durante o uso do melhor veículo da época: o cavalo. É, traje oficial do dândi Beau Brummell, o embrião dos uniformes militares do século XIX, do terno executivo moderno, de abotoamento duplo e ajudou a construirtoda a história de Saville Row.
    Depois deste banho classudo de conhecimento de causacomenta sobre capas e alguns detalhes realmente over the top, que também fazem parte de sua construção de cena. Confesso que na minha tietagem declarada, valorizei na fonte do portal citado, o que acredito ser o mais importante para este blog.
    Jagger entende e planeja marcações e faz exigências na hora do figurino. Suas calças em todos as apresentações são as únicas peças mantidas durante todo o espetáculo pois não há tempo de trocas e por isso devem ser super confortáveis. Estilosas para o palco, é claro, masnunca podem causar problemas. O show deve ter sempre uma abertura espetacular, uma roupa de impacto - "an entrance"- comenta. No segundo ato quando as luzes mudam, é importante trocar o look, afirma. Paletós, blazers, riding coats, camisas ou tees, podem ser trocadas até entre músicas, já que são as partes de cima. Calças, never!
    WHO IS THAT GIRLA americana de Utah, L’Wren Scott, é o que se pode chamar de designer de "grande impacto". No clipping, do site que leva seu nomeconsta ninguem menos do que a low profile MIchelle Obama, usando um vestido amarelo, nada simplesinho, na revista GoodHousekeeping, deste mes.
    Mas a fama de L'Wren, não é apenas por vestir atrizes. Tem vasta carreira na moda, trabalhou com fotógrafos do porte de Bruce Weber, Herb Ritts, bombando nos anos 90, criou figurinos para filmes e pop stars como Tina Turner. Há muito colabora com o maridão Mick Jaggercom exclusividade. Quem cria roupas de shows para os outros Stones são uma outra equipe. Afirma que o romance nada te a ver com o palco e que Jagger sabe o que quer, sempre. E, ponto.
    Sua primeira coleção de moda, explodiu em 2006. Fez fama e fortuna em Hollywood e manda ver no red carpet. Quem veste suas criações? MadonnaSarah Jessica Parker, Angelina Jolie, Nicole Kidman,Penélope CruzAmy AdamsCarla Bruni-Sarkozy, Naomi Campbell, Reese Witherspoon, Christina Hendricks, Jennifer Lopez, Sandra Bullock e Uma Thurman.
    GRAN FINALE - detalhe fetiche deste bloggerno dia da entrevista ela vestia suas criaçõesexceto os brogues, que eram do Martin Margiela. A moça não é nada boba.

    http://ela.oglobo.globo.com/blogs/moda-masculina/posts/2012/11/27/jagger-fala-de-moda-masculina-conta-truques-de-sua-imagem-em-cena-476654.asp