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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Música clássica e vallenatos embalam o adeus de García Márquez na Colômbia

García Márquez
David Levine

Música clássica e vallenatos embalam 

o adeus de García Márquez na Colômbia

A emblemática Praça de Bolívar, no centro de Bogotá, é o palco onde os colombianos começaram os atos de despedida de seu prêmio Nobel de Literatura



O Nobel colombiano Gabriel García Márquez.
Como aconteceu no México, o último adeus em Bogotá ao mais universal dos colombianos tinha de ser onde se despediram os maiores nomes deste país, na primeira catedral que foi construída na capital colombiana há já dois séculos e no epicentro dos fatos mais transcendentais para a Colômbia. Mas o protocolo foi quebrado de novo como no dia no qual Gabo recebeu o Nobel vestido com um liquiliqui (traje tradicional colombiano). A homenagem solene que Bogotá dedicou “ao mais colombiano dos colombianos”, começou em uma catedral, mas sem missa alguma, uma cerimônia laica nessa cidade que ele descreveu como “de garoas geladas onde viviam os poetas”. Depois, os atos foram trasladados à emblemática Praça de Bolívar, onde seus devotos o despediram em sua viagem para a eternidade. Os atos de homenagem foram realizados conforme os desejos também de Mercedes Barcha, a viúva de Gabo.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Gabriel García Márquez / Bogotá sem o menino que sentia frio


Gabriel García Márquez

Bogotá sem o menino que sentia frio

A lembrança de García Márquez na cidade onde ele descobriu que nem tudo na vida era calor



Um casal tira uma foto de um retrato de García Márquez em frente à Casa da Moeda, no centro de Bogotá (Colômbia). / DIANA SÁNCHEZ (AP)
Era um navio daqueles, como num romance de Mark Twain, que tinham pás giratórias atrás e uma chaminé de lenha, daqueles onde havia quem pendurasse redes para dormir durante a viagem. Mas ele não navegava pelo Mississippi, como nas histórias de Twain, e sim pelo rio Magdalena, subindo da costa colombiana do Caribe rumo a Bogotá – e um dos passageiros que iam cantando vallenatos a bordo era um adolescente de sobrenome García Márquez. Segundo conta em sua casa de Bogotá o poeta Juan Gustavo Cobo, no barco viajava um senhor que ficou conversando com Gabriel e pediu que lhe copiasse alguma das letras que estavam cantando. Ao final da viagem se despediram, e o homem lhe deu de presente um livro de Dostoievski. Já em Bogotá, o jovem foi à repartição onde eram solicitadas bolsas de estudo. Estava na fila quando apareceu o senhor do barco. Perguntou o que ele fazia ali, e o jovem respondeu que vinha pedir uma bolsa.
– Sou eu quem dá as bolsas – disse o homem. – Suba.