segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Hulda von Levetzow / As irmãs de Juca e Chico

 


Hulda von Levetzow

As irmãs de Juca e Chico


Era um livrinho cruel, dos tempos em que criança nem precisava ser feliz

BIA BRAUNE

Não resta dúvida. Já adulta, abrir "Anna Karenina" e me deparar com "todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira" foi um baque. Uma iluminação.

sábado, 30 de agosto de 2025

John Cazale e Meryl Streep no Hotel Pierre, em Nova Iorque

 

Meryl Streep e John Cazale

John Cazale e Meryl Streep 

John Cazale e Meryl Streep no Hotel Pierre, em Nova Iorque, para celebrar o 75º aniversário de Lee Strasberg.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

A biografia como janela para a história


Homem lê biografia de Johnny Cash. Por meio da vida de uma pessoa, podemos vislumbrar os dilemas, os valores e as transformações de uma época. A biografia nos permite explorar o tecido da história de forma íntima, conectando eventos e contextos ao mundo concreto das escolhas e ações individuais
Homem lê biografia de Johnny Cash. Por meio da vida de uma pessoa, podemos vislumbrar os dilemas, os valores e as transformações de uma época. A biografia nos permite explorar o tecido da história de forma íntima, conectando eventos e contextos ao mundo concreto das escolhas e ações individuais

A biografia como janela para a história

Em um mundo fragmentado a biografia nos lembra que, por trás de qualquer rótulo ou ideologia, há pessoas com sonhos, medos e histórias para contar

29 MARÇO 2025, 


O que torna uma vida digna de ser narrada? Essa é uma das perguntas mais antigas e fascinantes da humanidade. No entanto, no século XXI, a biografia enfrenta novas perspectivas e desafios. Em um mundo onde as narrativas individuais são amplamente compartilhadas, manipuladas e reinterpretadas pelas lentes das redes sociais, qual é o papel do biógrafo?

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Degraus / Um convite para se aprofundar no tempo presente

 



Crianças vivem o tempo presente em dia de praia
Crianças vivem o tempo presente em dia de praia

Degraus

Um convite para se aprofundar no tempo presente

24 AGOSTO 2024, 

A vida, essa estranha sinfonia entre os degraus da existência, desvenda-se como uma melodia única, onde cada etapa possui sua própria canção. Subimos vários degraus para alcançar algum próximo patamar, mas frequentemente nos perdemos na ansiedade, concentrando-nos no destino final e deixando-nos cegar pelo brilho efêmero do sucesso. 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Uma psicanálise para crianças

 

Pais e filha em uma sessão inicial de psicanálise no consultório terapêutico
Pais e filha em uma sessão inicial de psicanálise no consultório terapêutico


Uma psicanálise para crianças

Notas sobre a possibilidade de um tratamento psicanalítico com crianças e questionamentos sobre o fim da análise

24 NOVEMBRO 2023, 


Ainda no início do século XX, as indagações acerca da clínica infantil foram fontes de muitas inquietações teóricas, e é com Freud mesmo que tem início a psicanálise com crianças. Com o famoso caso do pequeno Hans, o pai da psicanálise detalha um caso de fobia, em uma situação muito específica, já que Freud viu a criança uma única vez e o tratamento esteve a cargo do pai. A leitura do legado freudiano acerca da técnica e da estruturação deste psiquismo infantil ficou a cargo daqueles que posteriormente se ocuparam do sofrimento psíquico na infância. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Arte e psicanálise / Relações entre o inconsciente e a expressão artística


A força no punho e a manifestação do inconsciente através do desenho
A força no punho e a manifestação do inconsciente através do desenho

Arte e psicanálise

Relações entre o inconsciente e a expressão artística

25 DEZEMBRO 2023, 

A relação entre arte e psicanálise é um balletintricado que transcende o tempo e as fronteiras disciplinares, proporcionando uma visão única das profundezas do ser humano. Desde os primórdios, o homem busca compreender-se através da criação artística, e é no âmago da psicanálise que encontramos as ferramentas para desvelar os segredos de nossa psique. Sigmund Freud, em sua obra monumental, reconheceu na arte não apenas uma forma de entretenimento, mas uma porta de entrada para o inconsciente, onde os anseios e os tormentos repousam como tesouros ocultos.

domingo, 24 de agosto de 2025

Um olhar freudiano sobre sonhos / A dimensão do inconsciente


Menino olha fixamente para o nada enquanto viajava nos cenários criados em sua mente
Menino olha fixamente para o nada enquanto viajava nos cenários criados em sua mente


Um olhar freudiano sobre sonhos

A dimensão do inconsciente

24 OUTUBRO 2024, 

A obra magna de Sigmund Freud, A Interpretação dos Sonhos, é amplamente reconhecida como um divisor de águas na história da psicanálise. Mais do que uma simples exploração sobre os sonhos, essa obra monumental, que ultrapassa 600 páginas, oferece uma visão abrangente da psicanálise, delineando não apenas a natureza dos sonhos, mas também construindo um modelo complexo da mente e uma metodologia para compreender a consciência como um todo. Embora tenha sido motivado pela busca profissional para curar sintomas neuróticos, o trabalho de Freud revelou-se uma ferramenta profunda para investigar os desejos inconscientes, não apenas relacionados aos sonhos, mas também lançando luz sobre a psicologia cotidiana.

sábado, 23 de agosto de 2025

O psicanalista na pólis / Reflexões sobre a política da morte


Vigilância exacerbada em uma sociedade cada vez mais pronta para ser punida
Vigilância exacerbada em uma sociedade cada vez mais pronta para ser punida


O psicanalista na pólis

Reflexões sobre a política da morte

24 JANEIRO 2024, 

Elaborado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe1, o conceito de necropolítica busca descrever uma tecnologia de poder que, através da operacionalização e destruição de corpos individuais e populacionais, produz e gerencia a morte. Em seu ensaio, Mbembe parte do pressuposto “que a expressão máxima da soberania reside em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer”. Dessa maneira, o autor nos convida a refletir sobre os limites da soberania do Estado e sobre o lugar ao qual se destina a vida, a morte e o corpo humano, ao considerarmos a política como uma forma de alcançar o poder. As discussões acerca desta política da morte vêm ganhando espaço no Brasil, sobretudo após a emergência de Covid-19, à medida que nos ajuda a pensar a respeito de questões de segurança e de saúde pública em um país, como o Brasil, marcado pela violência policial e pelo desamparo à população e pelos anos de sucateamento de dispositivos de educação e saúde, por exemplo. Dessa forma, é adequado buscar compreender de que maneira esta necropolítica opera e se relaciona com a nossa realidade brasileira. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Amor, narcisismo e psicanálise

 

Mãe com seu bebê tenta aproximá-lo para dar carinho
Mãe com seu bebê tenta aproximá-lo para dar carinho


Amor, narcisismo e psicanálise

Afinal, amar é dar o que não se tem, a alguém que não o quer?

24 OUTUBRO 2023, 

O amor é um tema complexo e presente em diversas áreas do conhecimento, desde a filosofia mais antiga até a psicanálise moderna. Há cerca de 400 anos antes de Cristo, Sócrates já defendia que o amor remete sempre à falta, à incompletude e à imperfeição, e, por isso, não pode ser belo. Para ele, o objeto amado é sempre um representante da carência do sujeito e revela o narcisismo que se manifesta na escolha do objeto. Muitos anos depois, Freud e Lacan também abordaram o tema do narcisismo do amor, indicando que, superficialmente, o sujeito direciona seu amor ao que ele gostaria de ser ou possuir, na ilusão de se completar. No entanto, o objeto amado é sempre uma construção fantasiada, representando a falta e a carência do sujeito, o que revela o narcisismo que se manifesta na escolha do objeto. Assim, com Lacan, surge, no meio de muitas teorizações, o seguinte aforismo: amar é dar o que não se tem a quem não o quer, mas, afinal, o que isso quer dizer?

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Foucault e a ordem do discurso / Diálogos da análise do discurso na sociedade

 

Plataforma e microfone preparados para orador. No texto A Ordem do Discurso, pronunciado como aula inaugural no Collège de France em 1970, Michel Foucault propõe uma reflexão sobre o poder dos discursos na sociedade
Plataforma e microfone preparados para orador. No texto A Ordem do Discurso, pronunciado como aula inaugural no Collège de France em 1970, Michel Foucault propõe uma reflexão sobre o poder dos discursos na sociedade

Foucault e a ordem do discurso

Diálogos da análise do discurso na sociedade

3 AGOSTO 2025, 

Vamos começar hoje a discutir alguns clássicos da Análise Discurso. Cursei essa matéria na UFMG no semestre de 2024/2. Era a matéria que eu mais esperei desde que entrei na universidade em 2022.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

A última sessão de Freud / É possível que haja harmonia entre fé e ciência?


Psicólogo judeu lê um livro sobre a clínica psicanalítica
Psicólogo judeu lê um livro sobre a clínica psicanalítica 


A última sessão de Freud

É possível que haja harmonia entre fé e ciência?

24 AGOSTO 2023, 


Recentemente assisti ao espetáculo A Última Sessão de Freud, peça teatral que percorre o circuito cultural por todo o país há cerca de 16 meses. Escrita originalmente por Mark St. Germain, conta a história fictícia do encontro entre o pai da psicanálise, Sigmund Freud, e o poeta americano C.S. Lewis em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial.

A peça se passa em Londres, onde Freud, após a anexação da Áustria à Alemanha Nazista, chegou para tratar um câncer na mandíbula. O pai da psicanálise recebe, então, a visita de Lewis, que se tornou famoso anos depois como autor de As Crônicas de Nárnia. A partir deste encontro, os dois personagens começam a discutir a vida, a morte, a religião e a psicanálise em uma troca de ideias tão intensa quanto cativante.

Na montagem brasileira, o médico, psiquiatra e psicanalista ganha vida através do ator Odilon Wagner, que em sua atuação captura a essência do pensamento e a personalidade de Freud de forma a convencer a plateia de que está diante do próprio. Muito mais do que apenas um drama de época, A Última Sessão de Freud proporciona uma experiência teatral envolvente e reflexiva, que instiga o espectador a refletir sobre suas próprias crenças e questões existenciais diante do confronto de ideias que determinam o tom e o andamento do espetáculo. 

No seu escritório, o terapeuta não religioso recebe o autor C. S. Lewis, recentemente convertido ao cristianismo, para uma conversa que coloca Deus em discussão. Neste confronto, a encenação enfatiza a natureza reflexiva do debate e o choque de ideias destes dois grandes pensadores, sem apresentar necessariamente grandes inovações filosóficas. E é justamente o raciocínio apresentado no palco que sequestra a atenção do público. Em uma época de enganos e irracionalismos, a peça se torna uma contraposição ao tecer elogios à razão crítica, haja vista que até mesmo a fé de Lewis é examinada e defendida por ele à luz da racionalidade e do pensamento crítico. Sem dúvida, o campo da razão privilegia ainda mais a descrença que Freud sempre demonstrou em relação às explicações fantasiosas ou sobrenaturais do comportamento humano. Ainda assim, Lewis se esforça para justificar de forma racional a presença espiritual de Deus sem recorrer aos dogmas da Igreja. Mais um ponto pro espetáculo.

Apesar dos esforços, a disputa de ideias não tem um vencedor declarado. A discordância permanece invicta do início ao fim. Mas o que pode ser entendido como um anticlímax (do ponto de vista dramático), na verdade é a deixa perfeita para que essa discussão continue por muito tempo após os aplausos. Assim, ao deixar o teatro, me pego pensando: é possível que haja harmonia entre psicanálise e religião? 

Para Freud, a religião era uma forma de expressão do inconsciente humano e das necessidades psicológicas individuais e coletivas. Ele via a religião como uma tentativa de lidar com as incertezas e ansiedades da vida, bem como com os aspectos inevitáveis da existência humana, como a morte e o sofrimento. 

O autor argumentava que a religião tinha origem nas profundezas do psiquismo humano, nas necessidades emocionais e nos desejos inconscientes. Ele via a crença em uma figura divina como uma projeção dos desejos e anseios infantis por um pai protetor e poderoso. Essa figura paterna se tornava uma autoridade suprema, representando a segurança e o conforto que as pessoas procuravam. Além disso, Freud via a religião como uma forma de lidar com o sentimento de impotência e vulnerabilidade diante das forças da natureza e das situações traumáticas da vida. A crença em um poder divino oferecia uma sensação de controle e proteção, permitindo que as pessoas enfrentassem o desconhecido e o inexplicável.

Posteriormente a Freud, outros teóricos e grandes pensadores da psicanálise se arriscaram a tentar relacionar de forma mais positiva fé e ciência, como é o caso do pediatra e psicanalista Donald Woods Winnicott, que, em seus estudos sobre desenvolvimento dos bebês e sua relação com a figura materna, buscou estabelecer uma concepção de saúde mental, começando pelo desenvolvimento emocional primitivo, ao mesmo tempo em que tratava a religião como um possível espaço de saúde e criatividade. 

Nesse sentido, Winnicott argumentava que o objeto transicional da criança é o ponto de partida de um processo contínuo ao longo da vida, manifestado na experimentação interna presente nas artes, religião, vida imaginária e trabalho científico-criativo. Ele sugere que os fenômenos culturais podem ser compreendidos como fenômenos transicionais, uma área intermediária entre o mundo interno psíquico e o mundo externo real. Nesse espaço potencial, que o autor chama de terceira área, ocorre a experiência cultural e o jogo criativo, nos quais a relação com a realidade é negociada por meio da criação artística ou da ritualidade religiosa.

Assim, compreendemos que a vida de cada indivíduo começa a se formar a partir dos contatos com outras histórias humanas, que são construídas por meio das interações com imagens e conceitos presentes nas perspectivas e dependências e é justamente nesse espaço de possibilidades da construção de relacionamentos que a religião encontra um ponto de diálogo com a psicanálise. Isso ocorre porque é por meio das suas relações que a criança encontra recursos para se inserir na cultura e, consequentemente, se humanizar adequadamente, desenvolvendo-se como um sujeito.

Dessa forma, arrisco dizer que a maior beleza da montagem brasileira da obra de Mark St. Germain está na forma com a qual escancara que o momento no qual nos deparamos com o outro, tão estranho e distinto de nós, é parte crucial do processo de constituição da nossa identidade.


MEER


domingo, 17 de agosto de 2025

Miles Hyman / Roma

 



Miles Hyman

ROMA




Ispirato dall'atmosfera sorniona della città, dai monumenti che raccontano di una grandezza che fu e dalle architetture uniche di Roma, l'illustratore americano Miles Hyman ha realizzato 100 disegni che tracciano l'atmosfera e la vita quotidiana della Città Eterna. Un viaggio attraverso i disegni firmati dall'artista, su incarico della maison Louis Vuitton, che vuole rendere omaggio alla capitale, per la collana Travel Book della casa francese, presentata in una mostra a Palazzo Poli, sede dell'Istituto Centrale per la Grafica, in programma dal 5 ottobre all'11 novembre.