domingo, 30 de outubro de 2016

John Banville / O Príncipe das Astúrias das Letras

John Banville


John Banville, o Príncipe das Astúrias das Letras

O escritor irlandês, autor de obras como "O mar" e "Luz antiga" e da série de policiais noir com seu alter ego Benjamin Black superou autores como McEwan, Salter e Murakami


WINSTON MANRIQUE SABOGAL
Madri 4 JUN 2014 - 11:00 COT

Três escritores em um. Três mundos com claros-escuros: dois saídos de sua cabeça e outro, alheio, aumentado por ele. Esse é John Banville (Wexford, Irlanda, 1945). E foi quem ganhou o 34º Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2014. Porque o romancista irlandês é o criador de deliciosos e inquietantes universos privados e emocionais em obras como Eclipse, O mar ou Luz antiga; também é o criador de zonas mais escuras com seu alter ego Benjamin Black nos romances policiais; e, não contente com isso, e sob o nome de Black se atreveu a reviver Philip Marlowe, o célebre detetive criado por Raymond Chandler.

O jurado destacou a "inteligente, profunda e original criação de sua obra e seu outro eu, Benjamin Black, autor de romances policiais perturbadores e críticos". A ata do juri conclui dizendo: "Cada criação sua atrai e deleita pela maestria no desenvolvimento da trama e no domínio dos registros e matizes expressivos, e por sua reflexão sobre os segredos do coração humano." Banville superou candidaturas como as de Ian McEwan, James Salter e Haruki Murakami.
Ao conhecer a notícia, o escritor se emocionou e depois perguntou a sua editora na editora Alfaguara, María Fasce: "Então, o prêmio não será entregue pelo Príncipe, mas pelo Rei?" A pergunta se deve a que os Príncipes de Astúrias, Dom Felipe e Dona Letizia, terão sido coroados reis quando o prêmio for entregue em outubro. A entrega corresponderia a sua filha Leonor, de 8 anos. Neste momento, a Fundação Príncipe de Astúrias estuda se muda ou não o nome dos prêmios. As opções são: Prêmios Princesa de Astúrias ou Prêmios do Principado de Astúrias, como era originalmente.





ATA DO JÚRI


Reunido em Oviedo, o Júri do Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2014, integrado por Xuan Bello Fernández, Amelia Castilla Alcolado, Juan Cruz Ruiz, Luis Alberto de Cuenca y Prado, José Luis García Martín, Álex Grijelmo García, Manuel Llorente Manchado, Rosa Navarro Durán, Carme Riera i Guilera, Fernando Rodríguez Lafuente, Fernando Sánchez Dragó, Ana Santos Aramburo, Diana Sorensen, Sergio Vila-Sanjuán Robert, presidido por D. José Manuel Blecua Perdices e atuando como secretário D. José Luis García Delgado, concorda em conceder o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2014 ao romancista irlandês John Banville pela inteligente, profunda e original criação de sua obra, e seu outro eu, Benjamin Black, autor de perturbadores e críticos romances policiais.
A prosa de John Banville abre-se em deslumbrantes espaços líricos através de referências culturais onde os mitos clássicos são revitalizados e a beleza anda junto com a ironia. Ao mesmo tempo, mostra uma análise intensa de complexos seres humanos que nos prendem em sua descida à escuridão da vilania ou em sua fraternidade existencial. Cada criação sua atrai e deleita pela maestria no desenvolvimento da trama e no domínio dos registros e matizes expressivos, e por sua reflexão sobre os segredos do coração humano.
Oviedo, 4 de junho de 2014

Silencioso, cauteloso, prudente, pausado, incisivo, elegante... Banville é um narrador que não apenas acredita no feitiço de contar uma história, também, e de maneira crucial, considera que a beleza do escrito é essencial. Suas obras retratam sentimentos, emoções e dúvidas do ser humano frente a situações íntimas e levam o leitor a se refletir nelas. "O único dever de um autor é escrever bons romances. Quando tentam misturar arte e política, pode ser que o resultado final seja má arte e má política", disse o escritor em um chat aos leitores de EL PAÍS, no ano passado. Banville ganhou o Prêmio Booker (por O mar) e outros prêmios como o Prêmio Allied Irish Bank Fiction por Kepler.
Até 2007, o autor irlandês era pouco conhecido na Espanha, mas era bastante cultuado. É a partir desse ano quando aparece seu alter ego,Benjamin Black, em O pecado de Christine, que sua popularidade começa a crescer. E já são sete romances com este narrador. Em uma entrevista a este jornal, em fevereiro último, para a promoção de The black-eyed blonde, disse que estava com uma idade na qual gostava de tentar coisas novas para não "murchar": "Sempre estou escrevendo um romance de Banville, mas sobra energia literária que derivo para Benjamin Black e, agora, para Chandler. Isso me diverte e estou em um momento no qual posso me permitir assumir riscos, fazer besteiras".
John Banville disse várias vezes que para ele escrever é como respirar. E ler é seu complemento, o ar... a viagem: "Quando comecei, era uma maneira de fugir da minha cidade, do meu tempo. À medida que continuava lendo descobri que era, na verdade, o caminho para entrar no mundo."
John Banville é hoje um dos poucos escritores que supera a si mesmo com cada novo livro, assegura sua editora na Espanha, María Fasce. "A prova é Luz antiga,mas também The black-eyed blonde, o último romance que assinou com seu pseudônimo para romances noir, Benjamin Black. Gosta de dizer que Black é um artesão e Banville um estilista: é só outra amostra de seu humor. Banville e Black nos fazem lembrar da mesma forma quanta beleza, prazer e emoção existe na literatura. Disse também que não se importa com os prêmios, mas me escreveu comovido com a notícia."
O Banville jornalista e crítico literário colabora em publicações como The New York Times Review of Books. Nascido na Irlanda em 1945, o escritor trabalhou na empresa aérea Aer Lingus. Nos anos setenta trabalhou como jornalista no diário Irish Press, até seu fechamento em 1995. Depois passou a subdiretor do Irish Times, com a dupla função de editor literário até 1999.
Banville se une à lista de ganhadores do Príncipe de Astúrias das Letras na qual estão autores como Mario Vargas Llosa, Antonio Muñoz Molina, Philip Roth, Margaret Atwood, Amoz Oz, Doris Lessing, Susan Sontag, Claudio Magris, Carlos Fuentes, Günter Grass, Álvaro Mutis, Claudio Rodríguez e Juan Rulfo.







BIBLIOGRAFIA


NARRATIVA
Long Lankin, relatos 1970
Nightspawn, 1971
Birchwood, 1973
Copérnico, 1976
Kepler, 1981
The Newton Letter, 1982
Mefisto, 1986
O livro das provas, 1989 - Record, 2002
Ghosts, 1993
The Broken Jug, 1994
Athena, 1995
O Intocável, 1997 - Record, 1999
Eclipse, 2000
O mar, 2005 - Nova Fronteira, 2007
Os infinitos, 2009 - Nova Fronteira, 2011
Luz antiga, 2012 - Biblioteca Azul, 2013
Como Benjamin Black
O pecado de Christine, 2006 - Rocco, 2011
O cisne de prata, 2007 - Rocco, 2013
The Lemur, 2008
Elegy for April, 2010
A Death in Summer, 2011
Vengeance, 2012
The Black-Eyed Blonde, 2014

EL PAÍS


FICCIONES


PESSOA

DRAGON


sábado, 29 de outubro de 2016

Juan José Millás / A psicanálise é válida?

Sigmund Freud

A psicanálise é válida?

A psicanálise do ponto de vista da ciência e da literatura. Nasceu da investigação ou de um pensador visionário? É como a própria vida?


A cena do crime

Por Juan José Millás

Então, Freud. Acabo de terminar minha análise com uma psicanalista ortodoxa, seja lá o que signifique ortodoxa (e psicanalista). Chama-se Marta, como uma das irmãs de Lázaro, o ressuscitado, e tem o apelido de Lázaro, como o mesmíssimo ressuscitado. Marta Lárazo, portanto, 80 anos, muitos deles ouvindo. Quando deito no seu divã (que parece um pobre catafalco), o morto era eu. Cheguei com a fantasia de que me dissesse: “Levante e ande”. A realidade cria espontaneamente esse tipo de coincidência estranha.
No começo, eu preparava as sessões para compensar o preço. Hoje, direi isso, contarei aquilo. Enquanto fazia o dever de casa, estabelecia associações de primeiro nível atravessadas pelo pensamento consciente. Chamo de “associações de primeiro nível”, mas poderia chamá-las de álibis, porque seu objetivo era demonstrar que eu não havia estado na cena do crime no dia das atas. É assim que muitos romances são escritos, na base de álibis narrativos. E nem todos são realmente ruins, ainda que também não sejam bons. Digamos que as costuras ficam visíveis. Um bom romance, como uma boa análise, não pode mostrar as costuras.


As meias que os peregrinos do Caminho de Santiago utilizam são completamente lisas, pois as costuras produzem feridas nos pés e arruinam a viagem de iniciação. As costuras narrativas arruinam a viagem de iniciação do leitor de novelas, e também do autor, que, com uma boa associação, feita no momento oportuno, derruba todas as defesas. Às vezes, acontece na décima sessão de análise, ou no décimo capítulo do livro. Isso não quer dizer que o trabalho anterior tenha sido completamente inútil, mas tem que haver coragem de voltar ao começo e se desprender de todo o material dispensável.
Quase todas as vidas, mesmo as mais coerentes, neste primeiro nível associativo (o do álibi) estão cheias de costuras, inclusive de cicatrizes. Observando-se com certa distância, constrói-se a vida costurando (bem ou mal, esse é outro assunto) retalhos de várias naturezas e cores, como essas colchas étnicas (o que raios significa étnico), que nos agradam tanto pela ingenuidade, às vezes pelo mal gosto, um mal gosto (ou uma ingenuidade) que anula a vergonha de mostrá-las aos convidados depois do jantar, após retornar de Honduras ou da Guatemala.
Essas colchas são um exercício de associação livre, por isso, nos comovem até que começam a nos incomodar. O que há debaixo desses collages, cujas cicatrizes, que a princípio nos agradavam, agora nos cansam? Façamos uma suposição: pobreza. O que há, fequentemente, não é ingenuidade ou mal gosto, mas pobreza. Talvez fiquemos incomodados por causa disso. Estou fazendo uma bagunça, mas de propósito. Alcança-se o segundo nível da análise ou da novela juntando os pontos. Da vida também. Nesse segundo nível, não há costuras. É aqui que entendemos em toda a sua extensão a frase de Borges, que o azar é um modo de casualidade cujas leis ignoramos.

Estou fazendo uma bagunça, mas de propósito. Alcança-se o segundo nível da análise ou da novela juntando os pontos

E, no fim, eu estive, sim, na cena do crime no do dia das atas, mas não era o assassino. Era o morto. Trata-se de uma possibilidade que eu nem havia considerado no primeiro nível. Então, percebe-se que na análise (e no romance), não temos que ir com os deveres de casa feitos, mas com eles desfeitos. Significa que deve-se deitar no divã (ou sentar-se à frente do computador) e, ao invés de começar pelo mais importante, começar pelo banal, pelo periférico. Pelo subúrbio. O significado está sempre no periférico. É um modo de dizer que a sala das máquinas da vida (e do romance) não se encontra onde se espera (isso é uma forma de delírio), mas onde não se espera. Chega-se a esse lugar pelo método freudiano de associação livre, a qual, com o tempo, percebe-se ser a menos livre das associações. Escrever um romance, portanto, assemelha-se muito a reler psicanaliticamente uma vida.
Quanto a Marta Lázaro, ela continua ouvindo. Não vamos nos ver novamente. Nunca. Ficamos nisso. E nisso estamos.

Não é ciência

Por Javier Sampedro

Sigmund Freud não era um homem modesto. Pensava que a posição da humanidade no mundo havia sido destronada principalmente três vezes na história do conhecimento. A primeira foi por Copérnico, que nos havia expulsado do centro da criação para deixar esse emprego geométrico ao Sol; a segundo foi a de Darwin, que nos havia expulsado do paraíso no qual Deus nos criou a sua imagem e semelhança. E a terceira, por ele mesmo, que nos havia deportado de nossa própria mente ao revelar que, na maioria das vezes, ela está ocupada por um exército de demônios dos quais nem mesmo somos conscientes. Copérnico, Darwin e Freud, assim se resume a história da ciência. Isso que é autoestima, doutor.
A psicanálise é uma ciência? Antes de responder, consideremos o que disse Freud de si mesmo, em 1900: “A verdade é que não sou um homem da ciência, absolutamente. Sou apenas um conquistador, um aventureiro”. Percebe-se que, por esse critério, a psicanálise não é uma ciência. E, por outros critérios, também não: não cumpre os requisitos mínimos, nem se propõe a fazer isso, muito menos serve de grande coisa para a ciência posterior. É provável tenha tido mais influência nas artes, de Dalí a Woody Allen, e com menção especial a Hitchcok e seu filme Marnie. Não à ciência. Mas isto é apenas a metade da história. Porque a ciência bebe de muitas fontes, e os pensadores visionários tiveram sua influência, às vezes crucial, no grande esquema das coisas. Bons exemplos são o efeito que a obra do reverendo e economista Robert Malthus teve na concepção da teoria da seleção natural de Darwin; a importância chave da leitura dos filósofos David Hume e Ernst Mach para levar Einstein a considerar a possibilidade de que o tempo poderia se dilatar; ou o gatilho que foi um livro filosófico de Erwin Schrödinger – O que é a vida? – no começo da biologia molecular. Nesse sentido, é possível que Freud tenha tido mais relevância do que a maioria dos neurocientistas de hoje em dia está disposta a lhe conceder.
O que talvez seja a sua descoberta central, a do componente inconsciente da mente, está confirmada atualmente acima de qualquer dúvida razoável. O que experimentamos como mente consciente representa uma minúscula parte da nossa vida diária. Não conseguiríamos nos levantar da cama – não vamos nem falar sobre cruzar a rua ou organizar nossa vida – sem uma atividade cerebral que seja propriedade intelectual de um enxame de processadores neuronais. Eles permanentemente analisam nossas percepções e também possuem um modelo interno de mundo, em grande parte inato, e em outra parte formado sem que tenhamos a menor ideia do que está acontecendo ali, dentro da nossa própria cabeça.

Se quiser submeter-se à psicanálise, importa muito pouco que não seja uma ciência. A única coisa que você precisa saber é se funciona.

O subconsciente, como conceito abstrato, é uma predição correta de Freud. Mas a redescoberta moderna desse fenômeno não lhe deve nada. Sua materialização, ou sua revelação como algo empírico, ocorreu um século depois e de forma independente das reflexões, sem dúvida brilhantes, mas também exageradas, daquele psiquiatra.
Não está claro que Freud tenha infligido dano ao desenvolvimento das ciências da mente no século XX. É mais claro que esse dano tenha vindo do rechaço a Freud, particularmente nas instituições americanas. O grande neurologista Michael Gazzaniga reclamou que a psicologia havia desaparecido dos departamentos universitários. As pessoas – inclusive as que financiavam a pesquisa – consideravam-na uma palavra suja, e é muito provável que os excessos de Freud no começo do século, com sua franca propensão a atribuir ao sexo quase qualquer coisa, tenha muito a ver com isso naquela sociedade pacata e religiosa.
Em todo caso, se quiser submeter-se à psicanálise, importa muito pouco que não seja uma ciência. A única coisa que você precisa saber é se funciona. E, se acredita que funciona, irá em frente. Mas não se esqueça de consultar também um médico de verdade.

EL PAÍS


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sigmund Freud / Fanáticos

Fanáticos

Salvador Dalí desenhou Freud como um híbrido monstruoso entre caracol e humano


PATRICIO PRON
17 AGO 2014 - 17:00 COT


Salvador Dalí tentou entrar três vezes na residência vienense de Sigmund Freud – e três vezes foi rejeitado. Tinha lido A Interpretação dos Sonhos em 1922 e havia se convertido em admirador incondicional da obra de Freud, a quem considerava um gênio: segundo observava, seu crânio se assemelhava à concha de um caracol, de modo que a fixação pelo pai da psicanálise e pelos moluscos gastrópodes foi um tema recorrente em suas conversas até que, talvez para mudar de assunto, o mecenas Edward James e o escritor Stefan Zweig organizaram um encontro entre os dois em julho de 1938 em Londres.

Freud acabara de escapar da Áustria anexada pelo nacional-socialismo e estava morrendo do câncer de mandíbula que acabaria com sua vida no ano seguinte. Dalí não falava nem alemão nem inglês e o diálogo foi impossível. Por isso, Dalí se sentou e começou a desenhar Freud enquanto este conversava com James e Zweig. Anos depois, afirmaria que aquele encontro foi uma das experiências mais importantes de sua vida, mas é possível que Freud não tivesse a mesma opinião. Gostamos de pensar que os encontros entre as pessoas que admiramos renderão momentos também admiráveis, mas isso quase nunca ocorre, provavelmente porque neles se impõe a adulação ou a indiferença. É melhor não conhecer nossos ídolos? Não sei. Dalí desenhou Freud como um híbrido monstruoso entre caracol e humano. Zweig conseguiu interceptar a obra antes que Freud a visse, convencido de que ficaria irritado, e o pai da psicanálise nunca pôde contemplar seu retrato. Apenas disse, enquanto Dalí o desenhava: “Esse jovem parece um fanático. Não me surpreende que haja uma guerra civil na Espanha se todos são como ele”.


DALÍ EM SÃO PAULO


Depois de passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo recebe, a partir deste domingo 19, uma das maiores mostras do surrealista Salvador Dalí já realizada no país.
No Rio, quase um milhão de pessoas passaram pela exposição no Centro Cultural Banco do Brasil. Em São Paulo, a mostra estará aberta ao público no Instituto Tomie Ohtake (Av. Brigadeiro Faria Lima, 201) até o dia 11 de novembro, com entrada gratuita.
EL PAÍS




terça-feira, 25 de outubro de 2016

Scarlett Johansson / The Cure / Boys Don't Cry / Garotos Não Choram

Mus


Scarlett Johansson
Boys Don't Cry

I would say I'm sorry
If I thought that it
Would change your mind
But I know
That this time
I have said too much
Been too unkind

I try
To laugh about it
Cover it all up
With lies
I try to
Laugh about it
Hiding the tears
In my eyes
'Cause boys don't cry
Boys don't cry

I would break down
At your feet
And beg forgiveness
Plead with you
But I know that
It's too late
And now
There's nothing
I can do

So I try
To laugh about it
Cover it all up
With lies
I try to
laugh about it
Hiding the tears
In my eyes
'Cause boys don't cry

I would tell you
That I loved you
If I thought
That you would stay
But I know
That it's no use
That you've already
Gone away

Misjudged your limits
Pushed you too far
Took you for granted
I thought
That you
Needed me more

Now I would do
Most anything
To get you back
By my side
But I just
Keep on laughing
Hiding the tears
In my eyes
'Cause boys don't cry
Boys don't cry
Boys don't cry



The Cure
Garotos Não Choram

Eu diria que estou arrependido
Se achasse que isto faria
Você mudar de idéia
Mas eu sei que
Desta vez
Eu falei demais
Fui indelicado demais

Eu tento
Rir disso tudo
Cobrindo
com mentiras
Eu tento
rir disso tudo
Escondendo as lágrimas
Em meus olhos
Pois garotos não choram
Garotos não choram

Eu me desmancharia
Aos seus pés
Mendigaria seu perdão
Imploraria a você
Mas eu sei
Que é tarde demais
E agora
Não há nada
Que eu possa fazer

Então eu tento
Rir disso tudo
Cobrindo
Com mentiras
Eu tento
Rir disso tudo
Escondendo as lágrimas
Em meus olhos
Pois garotos não choram

Eu diria a você
Que te amava
Se achasse
Que você ficaria
Mas eu sei
Que é inútil
E você
Foi embora

Julguei mal o seu limite
Fiz você ir longe demais
Te subestimei
Não te dei valor
Pensei que você
Precisasse mais de mim

Agora eu faria
Qualquer coisa
Para ter você
De volta ao meu lado
Mas eu só
Fico rindo
Escondendo as lágrimas
Em meus olhos
Pois garotos não choram
Garotos não choram
Garotos não choram