quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Celebração da morte

 

Calaveras celebrativas do Dia dos Mortos
Calaveras celebrativas do Dia dos Mortos

Celebração da morte

A morte, estará escondida na perruque de Joana de Vasconcelos ou será uma caveira de açúcar mexicana?

11 DEZEMBRO 2014, 

Celebrar a morte, é possível?

O tema é pertinente e dá que pensar, sobretudo na comparação que podemos fazer entre culturas. Por exemplo entre a mexicana e a nossa. Enquanto eles estão habituados desde a infância à morte brincalhona, feita de gomas e açúcar, algo do dia-a-dia com que temos que conviver brincando…nós fomos habituados a temê-la, a ganhar-lhe medo, a vê-la com um espectro terrível que vem aí para nos tirar algo de muito precioso: a vida.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Tom Ripley chega aos 70 talentoso como sempre

 

A escritora americana Patricia Highsmith, mestre do gênero policial, em fotografia tirada em 1949, final da década em que escreveu seus principais contos

Tom Ripley chega aos 70 talentoso como sempre



IVAN FINOTTI
13.12.2025




[RESUMO] A literatura policial não foi mais a mesma depois de 1955, quando a americana Patricia Highsmith lançou "O Talentoso Ripley", a primeira história do sociopata Tom Ripley. Nas décadas posteriores, outros quatro romances fizeram do personagem um dos ícones do gênero, tão representativo do século 20 quanto Sherlock Holmes o foi da Inglaterra vitoriana. Interpretações no cinema e na TV — a primeira delas de Alain Delon, em 1960, e depois Dennis Hopper (1977), Matt Damon (1999), John Malkovich (2002) até Andrew Scott (2024) na Netflix — desde então ajudaram a consolidar Ripley no imaginário popular.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Do Homo Consciens ao Homo Celularis / A importância simbólica dos telemóveis

 

Telemóveis
Telemóveis

Do Homo Consciens ao Homo Celularis

A importância simbólica dos telemóveis

10 SETEMBRO 2014, 

Relembremos o prefácio de Umberto Eco ao livro de Maurizio Ferraris

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Entre prêmios e polêmicas, ‘Uma vida pequena’ chega ao Brasil

 

A escritora Hanya Yanagihara
Foto: Divulgação
A escritora Hanya Yanagihara Foto: Divulgação


Entre prêmios e polêmicas, ‘Uma vida pequena’ chega ao Brasil

Livro de Hanya Yanagihara foi uma das obras mais comentadas da temporada americana

NOVA YORK — Hanya Yanagihara diz que não leu o texto de Daniel Mendelsohn, publicado na primeira semana de dezembro na “New York Review of Books”, sobre seu “Uma vida pequena”, finalmente lançado no Brasil, pela Record. Tampouco a resposta publicada por seu editor, Gerald Howard. Mendelsohn, um dos mais prestigiados ensaístas da crítica literária americana, classificou o livro de 720 páginas, vencedor do Kirkus Prize e indicado ao National Book Awards e ao Man Booker Prize, como uma narrativa manipuladora, que desvela violência, abuso sexual, pedofilia e suicídio num “striptease sádico”. E acusou a autora, num dos debates recentes mais intensos do mundo literário americano, de “desonestidade intelectual”. Howard saiu em defesa de Hanya, editora da revista de estilo do “New York Times”, estabelecendo paralelos estilísticos da obra com Nabokov e Dickens. Já popular e saudado, entre outros, pela “New Yorker” e pelo “The Observer”, como plataforma para o surgimento de uma nova e poderosa voz na ficção em língua inglesa, “Uma vida pequena” ganhou ainda mais atenção após a batalha nas páginas da “New York Review of Books”.

— Não leio críticas, pois elas jamais mudarão o modo como escrevo, e soube com desgosto que Howard tinha enviado uma carta-resposta à revista. É difícil comentar o que não li, mas achei estranho Mendelsohn ter iniciado este debate, por eu ter sido responsável pela divulgação de um de seus livros — diz a escritora de 41 anos, em sua sala no “New York Times”.

Para além desses bastidores, “Uma vida pequena” é original ao não oferecer concessões a leitores mais delicados. Também não cai na tentação de redenção de seu protagonista. É livro que se lê de um fôlego só, até se descobrir o destino de Jude e a real extensão de sua tragédia pessoal. O título — em inglês, “A little life” — nasceu da ideia de que, especialmente em Nova York, diz Hanya, criada no Havaí, “pensamos amiúde na vida dos indivíduos de um modo maniqueísta: há as que de fato contam em oposição às outras, anônimas, coadjuvantes”.

— Isso é uma falácia! — afirma a autora. — Nossas vidas todas são igualmente pequenas, sem exceção. E, no caso de Jude, trata-se de uma vida pequena em múltiplos sentidos, que o leitor vai descobrindo, de certa forma, juntamente com o personagem.

O livro é o segundo de Hanya. Antes, em “The people in the trees” (2013), ela se debruçou sobre as memórias fictícias de um ganhador do prêmio Nobel condenado por pedofilia, inspirado no físico americano Carleton Gajdusek (1923-2008). Este foi fruto de pesquisa dedicada, mais próximo da atividade jornalística da ex-editora da “Condé Nast Traveller”, função que a levou a explorar o litoral brasileiro e a se apaixonar pelo Nordeste (“Morei por um tempo em Trancoso, onde passei dias muito felizes”, conta). Já “Uma vida pequena” é resultado de uma “urgência de falar das novas famílias emergidas no corre-corre das capitais mundiais”.

O livro é centrado na vida de quatro amigos recém-saídos da universidade, com sexualidade ambivalente, em busca de sucesso profissional, amor e autoconhecimento em Nova York, e os acompanha até a aproximação da meia-idade, nos anos 10 do século XXI. Jude, J.B., Willem e Malcolm, no entanto, estão longe de ser uma versão masculina e contemporânea de “Sex & the city”. A autora quer tratar aqui da possibilidade real da criação de uma família formada exclusivamente por amigos na selva de pedra. E da evolução dos laços afetivos e românticos entre homens num aparentemente menos machista mundo contemporâneo ocidental. Jude e Willem vivem uma relação romântica, mas em nada convencional, com a exclusão, inclusive, do componente sexual. A inspiração da jornalista foi o grupo de que faz parte um de seus amigos mais próximos:

— Eles são meia dúzia de amigos, todos homens, alguns se conheceram na escola. E me impressionei ao perceber o quão importante para eles é o que o outro sente. Para eles, a amizade vale tanto investimento quanto um casamento ou a criação de filhos. A devoção está explicitada, e era ela que eu queria expor.

“Uma vida pequena” se torna aos poucos a história de Jude, deixando os outros três amigos no banco de trás de um carro desgovernado. Os atos mais violentos, explicitados de forma direta, buscam colocar o leitor na pele do protagonista. Foram eles, essencialmente, o sinal vermelho mais gritante para parte da crítica, suspeita de um exibicionismo gratuito. Agradável, de fala suave porém decidida, Hanya não se emociona com os que veem no sucesso profissional dos quatro amigos e no que Mendelsohn apontou como “a criação de um Jó” da Nova York atual por conta da impressionante sucessão de desgraças de Jude, um distanciamento ilógico não intencional da realidade:

— A estrutura do livro foi pensada para driblar o leitor. No início, você acha que é uma história de ficção típica de um subgênero que eu adoro, o pós-universidade. Mas na segunda parte você percebe que está no meio de algo próximo de um conto de fadas. O centro nervoso do livro, no entanto, não muda: é a caminhada de quatro homens jovens, que não foram treinados para demonstrar carinho e afeto entre si, em direção à vida adulta numa grande metrópole atual.


O GLOBO



quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Elisa Shua Dusapin / Entre dois mundos

 


LITERATURA EM LÍNGUA FRANCESA

Entre dois mundos

Filha de francês e sul-coreana, Elisa Shua Dusapin cria romance polifônico sobre deslocamentos, encontros e o trabalho literário

01JAN2021 | Edição #41 jan.2021
A principal proeza de Elisa Shua Dusapin em seu romance Inverno em Sokcho é evocar os efeitos do frio apenas com as palavras e com as imagens que elas constroem: as mãos quase congeladas, a respiração condensada, os corpos que se aproximam, o tempo em suspenso. O inverno intensifica a desolação de uma paisagem que já não é pródiga em encantos: “O vento dispersava as nuvens sobre o asfalto. Fim do dia. De cada lado da estrada, carcaças de cidades. Papelões, plásticos, toldos azuis. A província de Gangwon tinha sido esquecida pela urbanização do país depois da guerra”. A falta de sol também faz sua contribuição: “Uma temperatura de menos 27 graus submergiu a cidade durante a noite”.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Jogo da imitação / Um filme para desaprender!

 

Benedict Cumberbatch como Alan Turing
Benedict Cumberbatch como Alan Turing


Jogo da imitação

Um filme para desaprender!

11 MARÇO 2015, 


Jogo da imitação, não é apenas e tão só a história mirabolante e dramática do criptoanalista, matemático e filósofo britãnico Alan Turing, um dos precursores do computador moderno e decisivo na descodificação do código Enigma que os nazis utilizavam na II Grande Guerra, nos seus secretos planos de ataque, mas é também a história do lendário génio da matemática cuja vida teve um final abrupto devido às perseguições de que foi vítima, devido à sua orientação sexual.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

O corpo exposto contra a luz / Risco e aventura em as "Cinquenta sombras de Grey"


As cinquenta sombras de Grey. Erotismo e submissão
As cinquenta sombras de Grey. Erotismo e submissão

O corpo exposto contra a luz

Risco e aventura em as "Cinquenta sombras de Grey"

11 MAIO 2015, 

"É incapaz de experiência aquele que se põe, ou se opõe, ou se impõe, ou se propõe, mas não se ex-põe".
Jorge Larrosa