domingo, 22 de junho de 2025

Dina Sanichar / Mowgli, o menino-lobo

 


Dina Sanichar / Mowgli, o menino-lobo

Em 1872, nas selvas da Índia, caçadores encontraram uma cena intrigante: dentro de uma caverna, uma figura humana se movia entre lobos, correndo de quatro, com agilidade selvagem. Não era um animal — era uma criança.

Tinha cerca de seis anos. O corpo coberto de sujeira, unhas como garras e olhos desconfiados, como os de um lobo à espreita. Criado na selva desde muito pequeno, estava distante da linguagem, do afeto humano e das regras da sociedade.

Recebeu o nome de Dina Sanichar e foi levado a um orfanato em Sikandra, perto de Agra. Missionários tentaram reinseri-lo na sociedade. Com o tempo, Dina aprendeu a andar ereto e vestir roupas, mas nunca falou. Recusava talheres e preferia carne crua. Seu silêncio não era apenas mudez — era o reflexo de uma infância sem palavras.

Morreu em 1895, de tuberculose. Alguns acreditam que sua história tenha inspirado Rudyard Kipling a criar Mowgli, o menino-lobo.

Mas a história de Dina Sanichar não foi conto — foi realidade. Sem panteras falantes ou ursos sábios, havia apenas uma criança perdida entre lobos, que jamais conseguiu voltar.

Vítor Soares / Facebook




sábado, 21 de junho de 2025

Erica Jong / O problema

 

Erica Jong


Erica Jong
O PROBLEMA

E o problema é que, se você não arrisca nada, você arrisca mais.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Gordon Lish / O grande sedutor

 

Gordon LISH


Gordon Lish

O grande sedutor

Inéditos no Brasil, os contos do norte-americano Gordon Lish são o recorte certeiro da realidade
Jonatan Silva
10/11/2016

O escritor norte-americano Gordon Lish é uma figura singular no meio literário. Lembrado — e muitas vezes venerado — pelos nomes que editou ou publicou em sua revista, a Genesis west — que tem no currículo boa parte da geração beat, como Neal Cassady, Jack Keroauc e Allen Ginsberg — e por sua parceria com Raymond Carver, um grande amigo seu, Lish é um brilhante contador de histórias.

Escrever sobre comer fezes, acreditar que Dean Moriarty realmente existiu e colocar em xeque o talento de Philip Roth, Paul Auster e David Foster Wallace, para citar só três exemplos, é coisa de alguém que, no mínimo, tem culhão. No final das contas, tudo isso só aumenta a mitologia que o cerca.

O autor de 82 anos, que desembarca agora no Brasil com o primeiro volume de seus contos Coleção de ficções 1, é uma grande incógnita. Em uma entrevista para a revista Paris Review, em 2005, declarou: “eu não sou escritor. Nunca me imaginei como escritor”. Menos avesso que J. D. Salinger ou Thomas Pynchon, Lish sempre se mostrou reticente a assumir o papel de protagonista, de fazedor de sua própria obra e enveredou pelos caminhos do ghostwriting.

Preâmbulo, texto que abre a coletânea, já dá a pista do que esperar: não é bem um prefácio, mas também não é exatamente um conto. É um texto em estado puro, vagando entre o limite tênue do desabafo, da explicação e, claro da literatura — uma literatura de sobrevivência e autoconsciência.

A recusa, que é bem diferente da renúncia, parece ser a melhor definição de sua prosa. Se Kafka devasta a burocracia em seus livros, Lish, como bom herdeiro do escrivão de Melville, prefere criar situações para serem colocadas de lado por seus personagens. Tudo que sei e Como escrever um poema são antíteses do que propõem: no primeiro conto o narrador esconde o jogo, manipula o leitor; no outro, dispara: “Talvez eu não goste de poetas — ou de pessoas”. Não é preciso explicar muito.

Lish não é um homem de receitas, não existe nada pronto em seus contos, é como se o leitor e autor levitassem até encontrar o zênite e, lá do alto, fossem arremessados. Se Gordon Lish fosse um deus, seria por certo um demiurgo, capaz de arrasar toda a humanidade em busca de um pouco de diversão.

Citado sempre como um autor controverso, Gordon Lish nunca se esquivou de levar sua literatura até as últimas consequências. Para Jerome — com amor e beijos é, ao mesmo tempo, uma paródia de Para Esmé — com amor e sordidez, de Salinger, e uma homenagem ao autor de Apanhador no campo centeio.

O conto, que receberia em 1984 o prêmio O. Henry Award, narra a tentativa frustrada do pai de se (re)aproximar do filho ermitão e é a sede de Lish pelo sublime e pelo etéreo, qualidade que diria jamais ter chegado perto. Ironicamente, cada linha carrega uma busca por sua própria individualidade e alheamento ao que o cerca.

Citado sempre como um escritor controverso, Gordon Lish nunca se esquivou de levar sua literatura até as últimas consequências.

Coração e mente
Gordon Lish não se deixa levar pelas emoções. Os textos são escritos com o coração e revisados e editados com a mente, o que explica o retorno do autor aos relatos que fazem parte da coletânea. Pouco a pouco as “novas versões” se tornam mais acessíveis, palatáveis e diretas — Lish corta e recorta, extrai o que pesa, coloca de lado a gordura dos primeiros trabalhos e cria uma opção definitiva completa e bem aparada com suas mãos de tesouras.

Por isso, não espanta a mira certeira de Sou largoImaginação e Três, além de, obviamente, mostrar que o escritor é também um bom editor de si mesmo — talvez a melhor opção possível. “Se fosse capaz de criar coisas como [Don] DeLillo e [Comarc] McCarthy não creio que insistiria em corrigir tanto”, confessou ao El País por ocasião do lançamento do livro Epigraphy.

Sua destreza com a linguagem é cirúrgica, capaz de transformar situações simples, como no conto Medo: quatro exemplos, em um labirinto godardiano.

A revista The Believer definiu Lish como o Andy Kaufman literário, o que faz todo o sentido. Tateando um tom minimalista, o autor de Dear Mr. Capote coloca em um mesmo livro vidas em paralelo, histórias que se cruzam e que jamais vão se cruzar.

Em tudo o que já escreveu, de cartas a romances, Lish deixa claro, com todas as letras, que é um escritor/editor típico, aquele que não sabe fazer outra coisa a não ser manusear palavras e precisa delas para manter-se vivo e alimentado.

Laços de família
Enquanto há quem o “culpe” pelo estilo de Carver, acusando Lish de ter formatado os célebres Fique quieta, por favor, Iniciantes Do que estamos falando quando falamos de amor a seu bel-prazer, tem quem o defenda argumentando que não fazia mais que o seu (sujo) trabalho de editor. Anos mais tarde, Tess Gallagher, viúva de Raymond, também seria apontada como profanadora dos textos do marido. (Mas aí já é polêmica para outro texto.)

Seu filho, Atticus Lish, que terá seu primeiro livro editado em solo tupiniquim em breve pela Rádio Londres, não parece tão confiante da influência do pai sobre si. Questões familiares, por sinal, não são querelas tão fáceis de dissolver no universo do contista. Peste entre tias e Para Rupert — sem promessas são desenhos de relações pouco lisonjeiras.

Coleção de ficções 1, pontapé de uma série de quatro livros, revela um homem em fúria, mas com um único desejo em mente: a sedução. Para Lish, a escrita deve obrigatoriamente seduzir leitor, levá-lo pela mão até a cama. E, no caso, a sedução do e pelo texto só cabe porque “tudo ao nosso redor ou dentro de nós é narrativa” e “a narrativa é o limite de si mesma”.

A literatura de Lish é um mergulho mar adentro, uma impressionante experiência de confronto entre o poder da representação da realidade. Quase cego de um olho, o autor de Extravaganza ainda enxerga melhor e com mais profundidade que muitos de nós — e consegue, com extrema proeza, dissecar tudo a uma distância segura.


RASCUNHO



quinta-feira, 19 de junho de 2025

Juan Manuel Roca / Ous cinco enterros de Pessoa

 




Juan Manuel Roca

OUS CINCO ENTERROS DE PESSOA


Poucas veces sucede

que ao morrer um poeta

sejan necessários cinco caixöes.

Como poucas vezes sucede

que un poeta seja morada

para que nele vivam,

para que trabalhem 'a sua vontade

e durmam quando quiserem,

sem pagar renda,

sem amenacas do senhorio.

outros 4 poetas.

As enterro de Pessoa

foram com sigilo,

tal como viveram.

Nunca protestaram

contra a estreiteza da una moradia,

esse peculiar viver dento da gabardina.

¿Mas nao desejariam mais espaco 

agora, na rigidez das formas?

Näo se viu Pessoa em tertulia

com os seus 4 fantasmas cardinais.

Nao se viu em grupo

a caminho da tabacaria,

partilhando viuvezes.

Pessoa e os seus compadres,

e essa forma

de nao se deixarem ver nos espelhos.





terça-feira, 17 de junho de 2025

Frederick Forsyth / Sam perdâo

 



Sem Perdão
Frederick Forsyth


Editora Record
242 páginas


Houve um tempo em que eu lia pouco, mas me sentia confortável por saber que havia algum Forsyth me aguardando na prateleira.
Assim li “Quarto protocolo”, “O dossiê Odessa”, o insuperável “O dia do Chacal”, ”Cães de guerra”, “O negociador”, “O punho de Deus” (o mais fraco de todos), “Alternativa do diabo”.
Também li “Sem perdão”, mas eu não me lembrava disso quando comprei esse exemplar num sebo virtual após o escritor Chico Lopes (ou terá sido o Claudio França?) apontar, no Facebook, o livro como um dos seus preferidos. Dizia no comentário que era um livro ótimo livro de contos. 
Contos são a minha praia e Frederick Forsyth é a praia onde gosto de nadar.
Desde que resolvi me reinventar e ser escritor, em 2003, larguei os best-sellers e passei a ler os clássicos ou livros escritos por conhecidos. Nunca mais li Forsyth, Ken Follett, Dan Brawn ou thrillers do gênero. 
O comentário aguçou os meus sentidos de prosador de contos e crônicas e, de imediato, fiz a minha encomenda virtual. 
Quando o meu exemplar chegou eu me preparei para ler com o mesmo apetite do glutão que amarra um guardanapo no pescoço antes de encarar a macarronada.
Pela primeira vez leria um Forsyth como escritor e não apenas como um leitor.
O primeiro conto, que dá nome ao livro, começa com “Mark Sanderson gostava das mulheres. Da mesma forma como gostava dos steaks do gado de corte Aberdeen Angus, sempre ao ponto, acompanhados por uma salada de alface. Consumia a ambos com igual prazer, se bem que passageiro. E cada vez que se sentia um pouco esfomeado, por uma coisa ou outra, telefonava para o fornecedor apropriado e encomendava o que precisava no momento.”
Interrompi para sublinhar a magnífica abertura. 
Em seguida lança um conflito: Mark Sanderson tinha três vidas: a vida pública, a vida particular e a vida secreta. Impossível ficar imune à curiosidade.
Do protagonista informa que “Aprendera as regras do jogo em dois anos. E, o que era ainda mais importante, aprendera também a violá-las legalmente.”
A partir destas informações lança uma história fascinante de um homem poderoso que alcança tudo o que deseja até se apaixonar. Tudo perfeitamente verossímil com um fechamento arrebatador.
O final é tão impactante e original que naquele instante tive a certeza de ter lido o conto e o livro antes. Que delícia voltar a comer um prato de que se gosta!
O título do conto seguinte “Não há cobras na Irlanda” me chamou a atenção porque eu gravei mentalmente essa “informação inútil” sem saber de onde ou por quê. No conto, o autor em vez de apenas mencionar uma cobra indiana, a descreve fisicamente, detalha hábitos alimentares e a letalidade do veneno. Nada é excessivo ou cansativo. Pelo contrário, nos convence que a cobra existe e é daquela forma. Muito provavelmente um autor comum apenas mencionaria um nome conhecido de cobra o que por si só seria o suficiente para provocar medo. Aqui as informações não são inúteis. Todas têm devida importância para a sequência e consequência da história. Forsyth, preza os detalhes minuciosos, resultado de pesquisa profunda. Assim são as descrições de ações, lugares ou até objetos, dependendo da importância de cada um para cada conto. O autor, pelas descrições insere o leitor com uma verossimilhança absoluta e contagia com uma escrita ágil e envolvente. 
Tanto que no conto seguinte, “O imperador”, somos levados para uma pescaria em alto mar numa traineira. Os relatos e emoções da pescaria são próximos da proeza em que Hemingway conseguiu ao pescar um Nobel com “O velho e o mar”.
Esqueci de dizer que o conto começa com um conflito que fisga o leitor:
 “– E tem mais uma coisa – disse a Sra. Murgatroyd.
Ao lado dela, no táxi, o marido disfarçou um pequeno suspiro. Com a Sra. Murgatroyd, sempre havia mais uma coisa. Não importava o quanto tudo estivesse correndo bem. Edna Murgatroyd passava pela vida sob o acompanhamento de um rosário de queixas, uma litania interminável de insatisfação. Em suma, ela importunava o marido incessantemente, sem lhe dar um minuto de descanso.”
“Usado como prova” é um conto que nunca saiu da minha cabeça. Simplesmente genial. Trata-se de uma investigação policial em que somos instigados o desde a primeira linha e ficamos em suspense até o ponto final. Fiquei muito feliz de reencontrar esse conto.
Apesar dos contos serem longos não há excessos. Os personagens são bem construídos e muito bem credenciados. Narrativas com reviravoltas e fechamentos surpreendentes, sem o posicionamento emocional, tanto que inexistem lados bons ou ruins, apenas ações e reações.
Não é à toa que Frederick Forsyth tem tantos fãs mundo afora.
Hoje mesmo vou procurar outros títulos do mestre.



domingo, 15 de junho de 2025

Frederick Forsyth / Contos

Frederick Forsyth

Frederick Forsyth
CONTOS


Sem perdão

No Comebacks

É um livro contendo 10 contos, quais sejam: Sem Perdão, Não Há Cobras Na Irlanda, O Imperador, Há Certos Dias..., Dinheiro Sob Ameaça, Usado Como Prova, Privilégio, Dever, Um Homem Cuidadoso e O Trapaceiro.




Murmúrio do vento, ou O Veterano
The Veteran

Coleção cosistente em cinco contos "The Veteran" (O veterano), "The Art of the Matter" (A essência da arte), "The Miracle" (O milagre), "The Citizen" (O cidadão), e "Whispering Wind" (Murmúrio do vento)



sábado, 14 de junho de 2025

Frederick Forsyth (1938-2025)


Frederick Forsyth

 

FREDERICK FORSYTH

(1938 - 2025)



Frederick Forsyth (Ashford, 25 de agosto de 1938 – 9 de junho de 2025) foi um escritor inglês.

Educado na Tondridge School, e depois na Universidade de Granada, na Espanha, aos 19 anos, começou a servir a RAF (Royal Air Force) como um dos mais jovens pilotos, tendo servido até 1958. Depois começou a trabalhar no Eastern Daily Press como repórter. Em 1961, se tornou correspondente da Reuters em Paris. Trabalhou também na Alemanha Oriental e na Tchecoslováquia, países onde obteve muitas informações que seriam, posteriormente, publicadas em seus livros. Retornando a Londres em 1965, trabalhou como repórter de rádio e televisão na BBC, o que lhe proporcionou a oportunidade de conhecer a fundo os grandes dramas da política internacional. Essa experiência no jornalismo o ensinou a ser minucioso e preocupado com as verdades históricas. Como correspondente diplomático assistente, cobriu o lado biafrense da guerra entre a Nigéria e Biafra de julho a setembro de 1967, e isto forneceu a ele conhecimento de política internacional, especialmente sobre o mundo dos soldados mercenários. Foi este trabalho e a pesquisa relacionada que interessaram a ele como verdade histórica. Em 1968, deixou a BBC para retornar para Biafra e cobriu a guerra, primeiro como freelance e depois para o Daily Express e para a revista Time.

Em 1970, após nove anos de intensa carreira jornalística, Forsyth teve a ideia de escrever um livro onde poria à prova os métodos de investigação de sua atividade como repórter. Escolheu um tema romanesco e de certo modo misterioso: as tentativas da extrema direita francesa de assassinar o General Charles De Gaulle, presenciadas por Forsyth em 1962 em Paris. Nasceria assim o primeiro de sua longa lista de sucessos: O Dia do Chacal.

A lista de thrillers que escreveu após o grande sucesso deste livro o tornou um best-seller internacionalmente reconhecido. Especializou-se em romances envolvendo espionagem e política internacional. Com O Fantasma de Manhattan, flertou com romances de suspense, mas o resultado foi decepcionante para seus antigos leitores. Estão entre seus grandes livros os romances A Alternativa do Diabo, Dossiê Odessa e O Quarto Protocolo,

Frederick Forsyth falava francês, alemão e español fluentes, e viajou por toda a Europa, Oriente Médio e África, e estas experiências podem ser vistas na autenticidade dos seus livros.

Forsyth morreu no dia 9 de junho de 2025, aos 86 anos


WIKIPEDIA



sexta-feira, 6 de junho de 2025

Edmund White (1940-2025)

 



Edmund White (1940-2025)


A agência AFP noticiou a morte de Edmund White, considerado expoente da literatura LGBTQIAP+, aos 85 anos. Via Folha de São Paulo:

O romancista americano Edmund White, figura destacada da literatura LGBTQIA+, morreu aos 85 anos, conforme anunciou seu agente literário nesta quarta-feira.

“Tristemente, posso confirmar que Ed morreu ontem à noite em sua casa em Nova York por causas naturais”, disse seu agente Bill Clegg à AFP.

Nascido em 13 de janeiro de 1940, White escreveu dezenas de romances, vários contos, artigos e ensaios, com a homossexualidade como seu tema central.

Foi aclamado por seu primeiro romance, “Forgetting Elena”, publicado em 1973, e em seguida escreveu o muito explícito “The Joy of Gay Sex”, uma espécie de “Kama Sutra” ilustrado que se tornou uma referência LGBTQIA+ globalmente.

Entre suas outras obras se destacam “A Boy’s Own Story” e múltiplos livros de memórias, como o recente “The Loves of My Life” e “City Boy – Minha Vida em Nova York”, editado em 2012 pela Benvirá.

Entre seus outros livros já publicados no Brasil, estão os romances “O Homem Casado” e “O Lindo Quarto Está Vazio”, além do relato “O Flâneur: Um Passeio Pelos Paradoxos de Paris”.

Escreveu sobre a homossexualidade desde a década de 1950, quando ser gay era considerado uma doença mental, até a liberação sexual após as manifestações de Stonewall em 1969, que testemunhou diretamente.

Depois vieram os anos da Aids, que afetaram toda uma geração. O próprio White seria recebeu diagnóstico de HIV positivo em 1985 e conviveu com a condição durante quatro décadas.

O autor viveu em Paris durante quase 15 anos, entre os anos 1980 e 1990, escreveu também biografias sobre os escritores Jean Genet, Marcel Proust e Arthur Rimbaud.

Seus sucessos literários lhe abriram as portas de universidades prestigiosas, onde ministrou aulas de escrita e literatura, também centrado na homossexualidade. Estava casado com o também escritor Michael Carroll desde 2013.

“Esta é uma notícia muito triste. Não havia ninguém como Edmund White!”, escreveu a autora Joyce Carol Oates na rede social X. “Uma surpreendente versatilidade de estilo, uma temática audaciosa e inovadora, um humor negro, um amigo de tantos durante décadas.”

O romancista francês Édouard Louis também prestou homenagem a White no Instagram. “Um amigo incrível”, disse. “Leal, generoso, bonito, carinhoso. Sempre apoiou e encorajou os jovens escritores como ninguém.”

 

CINE È MAGIA