Edmund White (1940-2025)
A agência AFP noticiou a morte de Edmund White, considerado expoente da literatura LGBTQIAP+, aos 85 anos. Via Folha de São Paulo:
O romancista americano Edmund White, figura destacada da literatura LGBTQIA+, morreu aos 85 anos, conforme anunciou seu agente literário nesta quarta-feira.
“Tristemente, posso confirmar que Ed morreu ontem à noite em sua casa em Nova York por causas naturais”, disse seu agente Bill Clegg à AFP.
Nascido em 13 de janeiro de 1940, White escreveu dezenas de romances, vários contos, artigos e ensaios, com a homossexualidade como seu tema central.
Foi aclamado por seu primeiro romance, “Forgetting Elena”, publicado em 1973, e em seguida escreveu o muito explícito “The Joy of Gay Sex”, uma espécie de “Kama Sutra” ilustrado que se tornou uma referência LGBTQIA+ globalmente.
Entre suas outras obras se destacam “A Boy’s Own Story” e múltiplos livros de memórias, como o recente “The Loves of My Life” e “City Boy – Minha Vida em Nova York”, editado em 2012 pela Benvirá.
Entre seus outros livros já publicados no Brasil, estão os romances “O Homem Casado” e “O Lindo Quarto Está Vazio”, além do relato “O Flâneur: Um Passeio Pelos Paradoxos de Paris”.
Escreveu sobre a homossexualidade desde a década de 1950, quando ser gay era considerado uma doença mental, até a liberação sexual após as manifestações de Stonewall em 1969, que testemunhou diretamente.
Depois vieram os anos da Aids, que afetaram toda uma geração. O próprio White seria recebeu diagnóstico de HIV positivo em 1985 e conviveu com a condição durante quatro décadas.
O autor viveu em Paris durante quase 15 anos, entre os anos 1980 e 1990, escreveu também biografias sobre os escritores Jean Genet, Marcel Proust e Arthur Rimbaud.
Seus sucessos literários lhe abriram as portas de universidades prestigiosas, onde ministrou aulas de escrita e literatura, também centrado na homossexualidade. Estava casado com o também escritor Michael Carroll desde 2013.
“Esta é uma notícia muito triste. Não havia ninguém como Edmund White!”, escreveu a autora Joyce Carol Oates na rede social X. “Uma surpreendente versatilidade de estilo, uma temática audaciosa e inovadora, um humor negro, um amigo de tantos durante décadas.”
O romancista francês Édouard Louis também prestou homenagem a White no Instagram. “Um amigo incrível”, disse. “Leal, generoso, bonito, carinhoso. Sempre apoiou e encorajou os jovens escritores como ninguém.”
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