Rio pendura o cartaz de 'lotado'
Com hotéis em ocupação máxima, Copacabana já está preparada para receber mais de dois milhões de pessoas vindas de quase todos os cantos do planeta para o Réveillon
FRANCHO BARÓN Rio de Janeiro 31 DEZ 2013 - 10:20 BRST
O Rio de Janeiro chega ao seu internacionalmente conhecido Réveillon em Copacabana com a lotação total de seus hotéis e um tempo instável, que alterna sol, temperaturas altíssimas (na véspera os termômetros registraram 39 graus e uma sensação térmica de 49) e chuvas dispersas. A praia mais popular do Brasil já está preparada para receber mais de dois milhões de pessoas vindas de quase todos os cantos do planeta para desfrutar de um dos espetáculos ao ar livre mais cotados nas agências de viagens: a queima de 24 toneladas de fogos artificiais sobre o oceano e uma ampla programação de shows em três palcos distribuídos ao longo da praia.
A chegada do verão faz com que essa festa seja especialmente exótica, já que a tradição diz que deve ser vivida nas ruas e com roupas leves, se possível de cor branca. Também é tradição no Rio e em outras áreas do litoral brasileiro oferecer flores a Iemanjá, a divindade do mar na umbanda e no candomblé.
A mãe de santo Katia do Ogun prevê que 2014 será um ano turbulento para o Brasil e o resto do mundo. Segundo a tradição do candomblé, o ano que começa estará regido pelos orixás do vento e do fogo, Iansã e Xangô, e terá influências de Oxalá.
Mas isso não parece preocupar muito os cariocas e os turistas, que se inclinam mais pelo Carpe Diem. Segundo a Riotur, 767.000 turistas já estão instalados na Cidade Maravilhosa e a taxa de ocupação nos hotéis supera 95% dos mais de 34.000 quartos disponíveis. Espera-se que a cidade fature 614 milhões de dólares (quase 1,5 bilhão de reais) com o turismo.
Em Copacabana, que será o epicentro da festa, onze balsas localizadas a 400 metros da orla estão preparadas para queimar 24 toneladas de fogos artificiais durante 16 minutos. Ao longo desse tempo, o céu da praia legendária permanecerá iluminado de forma ininterrupta por cores e desenhos. O tema que inspira o espetáculo de pirotecnia neste ano é a continuação do filme de animação Rio, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha. Por esse motivo, sabe-se que durante os primeiros 56 segundos de explosões predominará a cor azul, em referência a Blu, a arara azul que protagoniza as aventuras tanto no primeiro como no segundo filme.
Boa parte do bairro de Copacabana será fechada para o tráfego durante a noite e o metrô vai ser mais um ano mais lotado pelas mais de 120.000 pessoas que se aglomerarão nos vagões para chegar até a praia. A presença de público esperada pelas autoridades do Rio e o recente aumento do índice de roubos de pedestres em determinados bairros da cidade provocaram o anúncio de um potente dispositivo de segurança composto por 1.500 policiais militares que zelarão pelo bom andamento da festa.
Nos últimos dias, o prefeito Eduardo Paes pediu aos que tiverem a intenção de receber o ano novo em Copacabana que se inspirem no público da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acampou na praia sem incidentes e sem fazer muita sujeira. Paes parece se esquivar de que a diferença entre o público da vigília papal e o do réveillon carioca é, basicamente, que o primeiro esteve concentrado na oração e na meditação, enquanto o segundo costuma se inclinar por atividades mais mundanas.
O próprio espetáculo de pirotecnia dará motivo ao contato desinibido entre o público, já que em um momento determinado se escutará pelo sistema de som o ruído de alguns beijos para que os 2,6 milhões de espectadores percam a vergonha e os reproduzam com seus próximos.
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