Juan Gelman
SONETO
senhor meu coração: rogo-te que
não estales agora/por agora/não
afunda teu rosto no que conheceste/
não arda contrário a tua razão de fé/
não te rompas contra o presente de
calar/calar/calar/calar/e não
mates o espaço que te foi dado por
um animal de raiva e outro de
dor que vai e te come coração
para que não te sobre coração
e humano ande e muito doa se
vendo que tanto humano coração
abraça o luto de seu coração
e coração e humano e cala e que/
Juan Gelman
SONETO
señor mi corazón: le ruego que
no estalle ahora/por ahora/no
hunda su rostro en lo que conoció/
no arda contrario a su razón de fe/
no se rompa contra el presente de
callar/callar/callar/callar/y no
mate el espacio que le dio
un animal de rabia y otro de
pena que va y le come corazón
para que no le sobre corazón
y humano ande y mucho duela se
viendo que tanto humano corazón
abraza el duelo de su corazón
y corazón y humano y calla y qué/
O livro:
“Isso”, de Juan Gelman. Tradução e introdução: Leonardo Gonçalves e Andityas Soares de Moura Editora: UnB.
Juan Gelman
Nascido em 1930, é um dos mais importantes poetas vivos da língua espanhola. Vem acumulando prêmios importantes como o Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana (España), o Premio internazionale di Poesia Civile di Vercelli (Italia), o Prêmio Miguel de Cervantes (España) e Premio Antílope Tibetano (Asociación de Poetas Chinos). A Fondo de Cultura Económica publicou recentemente as suas obras reunidas nos dois volumes intitulados Violín y otras cuestiones (Tomo I) e El emperrado corazón amora (Tomo II).
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