Atriz de 'A festa de Babette', Stéphane Audran morre aos 85 anos
Ela estava doente, foi internada, voltou para casa e morreu no domingo, na França
Por Com agências internacionais27/03/2018 16:14 / Atualizado 27/03/2018 18:59
SÃO PAULO - O público brasileiro vai lembrar dela em "A festa de Babette" (1987), de Grabriel Axel, no papel-título de uma francesa que prepara um banquete para os moradores de uma pequena e conservadora vila dinamarquesa do século XIX. Os cinéfilos mais dedicados vão identificá-la como um dos seis comensais de "O discreto charme da burguesia" (1972), de Luis Buñuel, filme no qual um jantar nunca começa devido a interrupções as mais absurdas. No entanto, a atriz francesa Stéphane Audran, morta nesta terça, aos 85 anos, conquistou sua fama sob a direção de um de seus maridos, Claude Chabrol (1930-2010), com quem ela trabalhou em 23 filmes, frequentemente interpretando mulheres burguesas adúlteras ou traídas - sempre chamadas Hélène.
- Minha mãe estava doente há algum tempo. Ela foi hospitalizada há dez dias e voltou para casa. Ela partiu pacificamente esta noite por volta das duas da manhã - disse o filho dela, Thomas Chabrol, à agência francesa AFP.
O chamado "ciclo Hélène" começa com "A mulher infiel" (1969), no qual Stéphane interpreta a mulher de um executivo que passa a ser investigada. O tema da infidelidade e da traição sempre esteve no radar de Chabrol. Sob a direção dele, ela recebeu o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim por "As Corças" (1968), o BAFTA de melhor atriz por "Just avant la nuit" (1971) e o César de melhor atriz coadjuvante por "Violette" (1978).
- Stéphane era uma atriz muito boa. Era ótima para interpretar mulheres livres e independentes, como era na vida - reagiu o diretor francês Jean-Pierre Mocky, que dirigiu a atriz em "Les Saisons du plaisir" (1988).
Nascida Colette Suzanne Dacheville, em Versalhes (Yvelines), a 8 de novembro de 1932, Stèphane foi casada primeiro com Jean-Louis Trintignant, que conheceu antes de iniciar a carreira, em um curso de interpretação. A relação foi rápida. Depois, Trintignant se casaria com Brigitte Bardot.
A atriz conheceria Chabrol em 1959, durante as filmagens de "O signo do leão" (1962), primeiro longa-metragem de Eric Rohmer. Em seguida, o futuro marido a escalaria para o elenco de "Os primos" (1959), em um papel coadjuvante. Foi o início de uma colaboração prolífica, com até quatro filmes por ano. Ambos se casaram em 1964, depois de terem um filho, Thomas. Eles se separaram em 1980, mas a colaboração artística continuou por algum tempo.
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