Com auditório do MIS lotado e com direitos a gritos e aplausos, a chegada de Jessica Lange foi digna de uma estrela pop. Com a plateia predominantemente de jovens e adolescentes, a atriz de 65 anos pareceu surpresa com a recepção, na abertura de sua exposição, Jessica Lange Fotógrafa, em São Paulo.
Ela falou um pouco sobre a experiência como fotógrafa. "No México, nas vilas que fotografei, muita gente nem sabia que eu era fotógrafa. Me chamavam de 'la rubia' (a loira)". Ela também falou de uma experiência na tarde de terça-feira (10), na popular rua de comércio paulistana 25 de março. 'Eu estive na região central, fototografando. E 70% das pessoas não sabiam quem eu era", afirmou, rindo.
Sobre as fotos que tirou na capital paulista, ela disse que não sabe se podem virar uma exposição: "Não sei se as fotos ficaram boas. Preciso revelar para ver. Algumas vezes, uma foto que consideramos que será 'a foto', não fica boa. E algumas vezes, um clique que nem lembramos de ter feito é a melhor de todas. Não entendo como isso acontece", completou.
Jessica, que é avessa a selfies e que gosta de fotografar em filmes, disse que não tem Instagram. E foi além: "Parece que chegamos a algo quase patológico, essa coisa de registrar você mesmo todo dia. Isso não faz nenhum sentido para mim. Eu entendo esse impulso. Mas acho que passamos da linha. É algo que não é mais natural. Quem se importa tanto com isso? Quem quer ver todo momento da sua vida? Eles não querem saber que você está indo ao supermercado", afirmou rindo.
"Mas nada do que eu diga aqui vai fazer diferença. Vou dar um exemplo: vi um lindo e jovem casal no parque e achei que poderia fotografar um beijo ou um carinho entre eles. Mas eles ficaram teclando em seus iPhones. E depois tiraram selfies. Pensei: 'os tempos mudaram'", disse, seguida de aplausos.
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