Maya Angelou |
Morre a escritora norte-americana Maya Angelou
A poetisa falece aos 86 anos de idade
Ativista dos direitos afro-americanos, suas obras mais importantes foram autobiográficas
Obama a homenageou faz dois anos
A renomada poetisa e escritora norte-americana Maya Angelou, uma das artistas afro-americanas mais importantes do país, morreu nesta quarta-feira em sua casa em Winston-Salem, no estado da Carolina do Norte, aos 86 anos, segundo confirmou sua empresária, Helen Brann, à rede de TV CNN.
O presidente Barack Obama a homenageou em 2011 com a maior distinção civil dos Estados Unidos, a Medalha da Liberdade. Ao longo de sua trajetória, Angelou trabalhou como professora, cantora e bailarina. De sua obra como autora, destaca-se internacionalmente uma série autobiográfica publicada após escrever em 1969 Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola. Foi, além disso, uma das primeiras diretoras de cinema negras e alguns de seus trabalhos no teatro, que foram apresentados na Broadway, chegaram a estar indicados para os prêmios Tony.
"Acreditei em mim mesma", disse uma vez. "Eu me ensinei muitas coisas." Apesar de nunca ter ido à universidade, os catedráticos se referiam a ela como "doutora".
Maya Angelou nasceu em 4 de abril de 1928 em Saint Louis, Missouri. Cresceu entre essa cidade e Stamps, em Arkansas, que na época de sua juventude continuava sendo um povoado racista. Embarcou na aventura da escrita depois de uma tragédia na infância: aos sete anos, o companheiro de sua mãe a estuprou e ela o denunciou. Uma multidão enfurecida o espancou até a morte e a criança deixou de falar.
"Minha lógica como uma criança de sete anos deduziu que foi a minha voz a que o matou. De forma que me mantive em silêncio durante quase seis anos", contou, em uma oportunidade. Assim começou a sua dedicação à escrita.
Angelou, que falava pelo menos seis idiomas e trabalhou também como editora de jornais no Egito e em Gana, fez amizade com personagens tão díspares como Oprah Winfrey -que se refere a ela como uma irmã- e Martin Luther King, com quem trabalhou durante o movimento dos direitos civis. Uma trágica coincidência quis que o pastor fosse assassinado no dia do aniversário de sua amiga Maya.
"Quero escrever tão bem que uma pessoa possa avançar 30 ou 40 páginas de um de meus livros... antes de se dar conta de que está lendo", era o seu desejo. Para muitos leitores, ela conseguiu.
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